capítulo 13

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— Ah é? A lua mandou que ela morresse para assim dar fim ao seu sofrimento?

Faço gestos negativos com a cabeça. Não acredito que ele esteja levando tudo isso ao pé da letra.

— Você ouviu o que eu disse? — pergunto a ele, que faz uma cara feia.

— Você disse que ela morreu. Aonde ela está agora? Em um cemitério em decomposição? — estreito os olhos após ouvir. Embora sua pergunta seja um pouco mórbida.

— Não Collin. Ela está lá. — aponto o dedo para uma das estrelas. Mas especificamente para a que está próximo a lua.

Ele arregala os olhos. Parece ter finalmente entendido.

— Então ela agora é uma estrela?

— Sim.

Ele pensa por alguns segundos, antes de dizer:

— Você não acredita nessa fantasia de criança, não é?

Sem querer, acabo me ofendendo com sua pergunta. O que quis dizer com isso?

— Acredito em muitas coisas. — confesso.

Não sei ao certo se vou me arrepender de ter contado essa história a ele. Mas no momento presente, prefiro não pensar muito. Além do que, eu estou com frio, e nenhum dos tecidos que estou enrolada me protegem disso.

— Isso não passa de uma história que a sua irmã inventou de última hora para você dormir.

Sua frase me irritou profundamente. Parece que agora sim estou arrependida de ter contado.

— Ela leu essa história para mim em um livro. — corrijo-o. — Todo mundo acredita em alguma coisa irreal. Hilary por exemplo, acredita em fadas. — deixo um sorriso nascer ao me lembrar desse pensamento bobo que ela carrega.

— Hilary  diz que acredita em muitas coisas quando está bêbada. — sua insistência em me fazer parar de acreditar no que gosto me deixa irritada.

Chega a ser cabuloso como Thomas consegue ser calmo em alguns momentos, e irritante em outros.

— Não estou pedindo para você acreditar no que digo Thomas. Acredite se quiser. Como eu disse, é só uma história. — acaricio as folhas da grama.

Então ele levanta- se de onde estava.

— Bom, tenho que ir. Fique aí e morra de hipotermia.

Então sai.

Não o respondo e muito menos olho para ele. Pela primeira vez ficamos por um "longo" período juntos, sem que discutíssemos. Isso foi um grande avanço.

No dia seguinte, é sábado. Acordo pelas fortes batidas em minha porta, e quando abro, me deparo com Hilary. Suas pernas cambaleiam e estão perto de ceder. Por um momento seu corpo tomba para frente. Está obviamente bêbada.

— A minha cabeça vai explodir. — diz antes de entrar em meu quarto, deitando- se em minha cama.

Ela faz um gesto para vomitar, e sua boca enche- se de líquido.

— Hilary, aqui não. — seguro em seu pulso a puxando na direção do banheiro. Ela se ajoelha próximo ao vaso e começa a vomitar sem parar.

Quando acho que está prestes a acabar, ela continua. Aquele processo se repete durante algum tempo. Seguro seus cabelos ruivos até ela vomitar pela última vez, e encostar sob o vaso.

Ela engatinha até a pia e lava a sua boca com água. Me pergunto o que ingeriu ao ponto de estar nesse estado. Hilary caminha de volta para minha cama, deitando- se nela e rapidamente pagando no sono, enquanto se aconchega em meus cobertores.

A última noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora