capítulo 15

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Como eu gostaria de trocar de nome. Já estou tão cansada de ter que ouvir ele sendo citado toda vez que alguém me encontra. Sinto falta de quando eu era a idiota que ninguém dava a mínima para a existência. Agora estou com dor de estômago.

Cubro o corpo de Hilary com um lençol. Me sinto mal por ela ter sido exposta dessa forma. Mas ela está inconsciente. Não vou contar a ela sobre o aconteceu. Espero de verdade que ela não se lembre.

— Eu não acho que ela vá acordar agora. — Lian puxa a cortina, e abre a janela. Assim fazendo entrar um pouco de ar puro.

— Não vai. — digo, apesar de saber que isso pode ser subjetivo. Depende muito, de quanto tempo esteve inconsciente. Mas sei que ela irá demorar para acordar.

Tenho que procurar um jeito de levá- la para meu quarto. Mas não tenho força para carregar seu corpo adormecido. Preciso da ajuda de um homem, ou então um carro. Então tenho um conflito de ideias. Será se deveria pedir ajuda a Lian? Hilary e ele são amigos. Sei que ele não exitaria em deixá- la em casa. Eu acho. Lian foi legal em nos proteger.

Apesar dele ser o melhor amigo do Collin. Pensei que ele estaria com raiva de mim, assim como todo mundo. Mas ele parece não se importar. Não percebi nenhuma mudança em seu comportamento.

— Lian? — estou com vergonha de pedir, mas é pela Hilary, tenho que fazer isso.

Ele parece ser a única pessoa mais legal que possa me ajudar.  Também tem Dawin. Espera. Por que estou achando que Dawin se importaria em nos levar para casa? Ele nem sequer se preocupou quando eu disse que precisava encontrá- la. Trato de eliminar essa possibilidade.

— Será que você poderia me ajudar a levar ela pro meu dormitório? — pergunto sem jeito.

Ele pensa por um tempo.

— Olha Scarllet, eu não estou com o meu carro agora, mas eu posso ajudar sim. Você consegue esperar alguns minutos?

— Sim. Tudo bem.

Isso é melhor do que nada. Ao menos ele foi sincero. Mas não sei até quando vou aguentar ficar nesse lugar. Parece que estou perdendo a audição a cada minuto. Já posso sentir fortes dores de cabeça. Não estou acostumada a tanto barulho.

— A propósito, como conseguiu entrar aqui? — pergunta curiosamente.

— Seu amigo Dawin deixou que eu passasse.

Graças a ele, eu consegui chegar aqui a tempo de impedir aquele maníaco de tocar em minha amiga. Dawin pode não ter demonstrado se importar com Hilary, mas ao menos foi generoso em autorizar minha passagem.

— Ah. — ele diz.

— Quanto tempo vai demorar para que seu carro chegue? — sinto que meu tímpano está prestes a explodir.

— Eu não sei. — responde em um tom preguiçoso.

Como gostaria de ter coragem para perguntar o motivo dele não simplesmente pegar um dos carros de seus amigos, para assim agilizar. Mas ele já foi gentil demais comigo. Não quero parecer ingrata. No entanto  gostaria muito de voltar para o dormitório.

— Vamos lá para baixo.

— Não, obrigada. Quero ficar aqui com ela.

— Ah, vamos. Vai ser divertido. Você pode deixar ela aí. Ninguém vai tocar nela.

Não quero sair daqui. Além do que, mesmo a porta estando trancada, aquele cara nojento ainda assim conseguiu entrar. E a insistência dele me soa um pouco suspeita.

Ele vem até mim. Então sinto sua mão enrolando- se sobre meu pulso. O que ele está fazendo?

— Venha, vamos. — eu me forço a sair, e por sorte, consigo.

A última noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora