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Seja qual for a matéria de que nossas almas são feitas, a minha e dele, São iguais.

BEATRIZ 🍄

—Diz alguma coisa — Pediu — você está me olhando como se eu fosse um fantasma.

Eu estava estática olhando para ele, aconteceu tudo tão depressa, não estou dando conta de assimilar tudo. A segundos atrás ele estava com os olhos fechados, dormindo.

Olho para o seu rosto, ele tem uma expressão de dor, o peito sobe e desse com rapidez, como se estivesse com dificuldade para respirar.

Estou em choque.

Estou delirando? Sonhando?

—Quando você acordou? — Eu não estou acreditando.

Dei alguns passos na direção dele sentindo meu quadril doer, mas ignorei totalmente a dor.

—A algum tempo, vi você saindo e voltando a alguns minutos. Demorei um tempo para processar tudo o que aconteceu, era como se um branco estivesse no meio das minhas lembranças. Estava pensando em tudo o que aconteceu. Foi difícil lidar com os flashs de memória.

Me aproximo um pouco, estico a mão e toco seu rosto, sua pele está quente. Isso não é um surto, ele realmente acordou.

—Beatriz? Olha, eu esperava um abraço e não essa cara de quem comeu e não gostou.

—Eu tive tanto medo de te perder — me inclino sobre a cama e abraço o seu pescoço — Senti tanta sua falta. Eu não consigo nem mesmo imaginar o que eu faria se perdesse você.

Senti a mão dele passando de leve nas minhas costas e me dei conta do quanto um simples toque dele faz diferença na minha vida.

Apertei ele com mais força desejando nunca mais me separar dele.

—Você está me sufocando linda.

Afrouxo o aperto e olho para o seu rosto, ele está respirando com dificuldade, acho que falar tudo aquilo foi um esforço enorme para ele.

Tudo aquilo...ele se declarou para mim.

Leonardo Gutierrez se declarou para mim.

Então eu não amo sozinha, ele também me ama.

—Desculpe — deslizei as pontas dos dedos pelo seu rosto — É que eu senti tanta a sua falta, estava contando os segundos para ouvir sua voz. Eu tive tanto medo Leonardo, juro que nunca senti tanto medo e desespero em toda a minha vida.

Leonardo sorriu para mim enquanto eu chorava, mas não eram lágrimas de tristeza, eram de felicidade e de alívio. Ele está comigo, ele não vai me deixar.

É tão estranho, quero chorar, sorrir, gritar. É uma avalanche de sentimentos e eu não sei como lidar com tudo o que estou sentindo.

—Estou aqui a quantos dias?

Ele se remexeu na cama gemendo de dor, ainda tinha um tubo no seu nariz e um enfiado no seu braço.

—Chegamos quarta a noite, hoje já é sábado — Olho as horas vendo que já são onze da noite — Quase domingo.

Ele fez um bico e fixou seus olhos nos meus, eu ainda estava abraçada a ele e sua mão ainda deslizava pelas minhas costas.

Levei minha mão até a pontinha do seu nariz e deslizei pela seu rosto. Podia jurar que os olhos dele estavam cheios de lágrimas.

Só por uma noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora