I lie for two - Mattheo Riddle

"Vagão"

Alcançar a porta da comunal parecia ter se tornado uma missão impossível enquanto Brianna desviava da multidão de alunos, seu vestido estava manchado de vinho e seus pés doíam depois de terem sido pisados diversas vezes.

Quando seus dedos finalmente alcançaram a porta, ela sentiu um grande alívio, como se o ar tivesse voltando aos poucos para seus pulmões. Mas então uma mão se entrelaçou na sua e tudo que Brianna pedia era que não fosse Mattheo Riddle.

— Já está indo? — Draco perguntou.

— Sim. — Brianna ergueu a voz para que o sonserino ouvisse através da música alta.

— Vamos então...

Draco entrelaçou os dedos aos de Brianna, abriu a porta e puxou a corvina com ele. Do outro lado da comunal, enquanto a garota de cabelos cacheados dançava em sua frente, Mattheo trincava os dentes ao ver Brianna e Draco sairem juntos da festa.

— Por que já está indo? — Draco perguntou depois de finalmente sairem para o corredor escuro e silencioso.

— Estou cansada. — A resposta de Brianna não condizia com as reais razões, mas era o máximo que ela diria para Draco.

— Você disse que me explicaria, sobre a carta...

Brianna havia passado tanto tempo estudando que havia se esquecido da conversa qua prometerá para Draco. Havia duas razões pelas quais Brianna passava tanto tempo em meio aos livros; a primeira era por que logo chegariam as provas finais e a segunda era para esquecer tudo que estava acontecendo em sua vida.

— Sim. — Ambos caminhavam calmamente até a torre da corvinal. — Eu precisa de um lugar para ficar, era isso ou ir morar em um orfanato.

— Brianna... — Ela não conseguia olhar para o amigo, sabia que encontraria os olhos azuis carregados de pena.

— Está tudo bem.

— Então você ficará com os Parkinson?

— Não. — Brianna respondeu. — Eu só precisava da carta.

Draco parou de caminhar e segurou com força as mãos de Brianna.

— Me desculpe, por não ter ajudado você.

— Draco, eu já disse, está tudo bem. — Ela sorriu.

— E você irá para casa? No final de semana?

Antes das provas os alunos teriam um último final de semana para irem para suas casas. Brianna pensou muito antes de tomar uma decisão, não sabia se estava pronta para voltar depois de tudo.

— Sim. — Bree respondeu se dando conta que já haviam chegado na porta de sua comunal.

— Você ficará sozinha? — Draco indagou. — Brianna, você ao menos sabe cozinhar algo?

— Bom, não. — Respondeu. — Mas eu posso aprender.

— Mas... — Draco mal sabia o que falar enquanto via a morena resolver a charada.

— Não se preocupe, eu ficarei bem. — Brianna deixou um beijo na bochecha do loiro antes de entrar para sua comunal. — Boa noite, Draco.

(...)

Depois de uma banho demorado e quente, Brianna caminhou até sua estante e retirou dali um livro cuja capa simples disfarçava o real conteúdo. Ela se aconchegou em seus travesseiros, puxou seu cobertor e se perdeu em meio a leitura.

Mas a cada frase, cada palavra, a mente traiçoeira de Brianna a levava até as lembranças das mãos de Mattheo em seu corpo, dos beijos quentes em seu pescoço e também da maneira em como ela havia sido trocada rapidamente por alguém mais atraente.