Pensamentos conturbados.

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notas da autora:
oieeeee, voltei. eu deveria ter postado ontem, mas tava passando mal e não consegui terminar de editar, então vim com um pouquinho de atraso.

esse capítulo é intenso, então se preparem. nele vocês vão finalmente entender algumas das coisas que estão subentendidas há algum tempo, tudo vai fazer um pouco mais de sentido.

enfim, beijos e boa leitura, sei que talvez vocês me odeiem, mas  espero que não seja muito, tá? 🥺💖💫

Autora.

Maya levou algum tempo para perceber (ou conseguir admitir para si mesma) o motivo daquela coisa com Carina.

O motivo pelo qual, nos últimos dias, mal conseguia tirar seus olhos da escritora. O motivo que a fazia ficar fraca todas as vezes em que Deluca chegava perto demais. E, principalmente, o motivo que a estava fazendo desejar coisas que ela certamente não deveria querer com a italiana.

E, bem, o motivo era, obviamente, aquela maldita cena de sexo.

A detetive já havia perdido as contas de quantas vezes se pegou completamente perdida na escritora depois daquilo, não conseguia tirar as palavras de sua cabeça, não conseguia tirar as sensações de seu corpo.

Então, ela tinha uma coisa a fazer: terminar de ler aquele livro. 

E, depois disso, achou que tudo voltaria ao normal. Mas a realidade é que ela não poderia estar mais errada.

Bishop sentia dentro de si o impacto de cada linha, cada palavra ali escrita e, a cada parágrafo, era como se uma parte de Carina estivesse sendo totalmente exposta para ela. O que era terrível, porque a obrigava a enxergar coisas que ela não queria ver, coisas que ela passou meses fingindo não enxergar. 

"Maya, eu escrevi um livro inteiro para você." As palavras da italiana não saíam de sua cabeça. Mas ela não podia se deixar abalar por aquilo.

"Não consigo dizer em que momento isso aconteceu, mas estava muito mais do que óbvio que algo havia mudado na forma como me sentia por Heat. Talvez tenha sido quando comecei a notar suas manias, coisas pequenas como morder a ponta da caneta toda vez que tentava unir as novas informações que havia recebido, o modo como arqueava apenas uma de suas sobrancelhas tomando uma postura séria e que, honestamente, me fazia perder toda minha concentração, porque ninguém deveria poder ser assim tão sexy de forma tão natural.

Ou então a forma como enrugava levemente o nariz na tentativa de me intimidar com sua falsa expressão brava, que não me causava nada além de risos, porque era completamente adorável, e ela acabava sempre acompanhando a minha risada.

Ah, seu sorriso, Nicole certamente sabia o poder que ele tinha sobre mim, a forma como sorria quando ia tomando notas e percebia que estava certa em suas teorias, o sorriso que começava ladeado, quase tímido, e então se tornava largo, a ponto de tomar seus olhos, que brilhavam, como companhia. O simples sorriso tranquilo que dava seguido de um "bom dia, Ricci" sempre que eu trazia seu café favorito, ou quando eu me despedia dizendo "até amanhã" e ela respondia com um simples "boa noite, Laura".

Talvez tenha sido em uma das muitas vezes em que me perdi observando cada detalhe de seu corpo estonteante, que certamente tinha sido desenhado meticulosamente por algum tipo de deus e eu, atingindo o ápice de minha presunção, não poderia deixar de pensar que fora esculpido, exclusivamente, para o meu deleite.

Era como se minha mente se preocupasse com o momento em que tudo pudesse ter um fim, e então, eu decorei cada detalhe, cada curva, cada músculo, cada pequena ruga de expressão. O lado para o qual ela jogava seu cabelo quando estava concentrada em algo ou a forma como simplesmente o prendia em um coque frouxo, quando precisava executar alguma ação e, por algum motivo, aquilo me parecia absurdamente sedutor.

I JUST WANT YOU | MARINAOnde histórias criam vida. Descubra agora