Duas Kara's

Capítulo XXV

Kara Zor-El

Abrir os olhos lentamente, enquanto sentia o macio toque da mão da minha esposa na minha.

— Sam. — sentir dificuldade para falar algo, mas conseguir chamar pela Sam, e vi o sorriso que tomou conta de seu rosto ao me ver despertar.

— Kara, meu amor.

— Você voltou. — levei minha mão ao rosto da Samantha fazendo um pequeno carinho com o dorso.

— Eu tô aqui com você meu amor, e não vou a lugar nenhum que eu não tenha você ao meu lado.

— Eu te amo. — falei com sinceridade, eu amava a minha esposa e tê-la de volta na minha vida, é o universo mostrando que eu posso ser feliz de novo. 

— Eu também te amo, Kara. — sentir os lábios da Samantha após muito tempo preencheu o meu coração de emoção.

— A Ruby? — perguntei assim que separamos nossos lábios.

— Está com o Lex, ela está querendo conhecer tudo o que ele faz no DOE.

— Finalmente resolveu acordar, eu já estava pensando que eu iria voltar para a terra-38 e teria que te deixar dormindo. — desviei minha atenção para Alex Danvers, que tinha em seu rosto um sorriso. — Como está se sentindo?

— Não vou mentir, eu continuo me sentindo fraca, e minha garganta está bem seca.

— Samantha, você pode pegar um pouco de água? - minha esposa concordou e se afastou. — A Lena vai ficar feliz em te ver bem.

— Qual delas?

— As duas com certeza, mas você sabe a qual eu estou me referindo. — suspirei pensando na minha amiga. — Ela ficou o tempo todo com você, só saiu quando a Samantha veio e não a deixou mais sozinha.

— Por que eu estou sentindo que eu vou machucar alguém tão especial na minha vida?

— Você vai se sair bem, e ela vai te entender. — eu estava torcendo por isso.

— Aqui amor. — Samantha se aproximou para me ajudar a tomar um pouco de água.

***

Mesmo já me sentindo melhor, eu não podia deixar a cama e nem o quarto que eu estava aos cuidados médicos, eu havia sido informada que o meu primo havia caçado e matado a destruidora de mundos Pestilência, e a Kara-38 junto com o Brainy e as Lena's seguiram ao encontro da destruidora Pureza para ajudá-la assim como ajudou a Samantha, e eu estava ansiosa para saber se eles tinham conseguido salvar a Julia.

— Mãe. — Ruby entrou no quarto e sentou ao meu lado cumprimentando-me com um abraço e um beijo no rosto. — A vovó ligou e disse que está com saudade, e quer muito me ver. Vamos para Midvale? 

— Eu vou conversar com a sua mãe, se ela concordar, assim que eu receber alta vamos visitar a sua avó.

— Eu posso ir treinar com o Mon-El? Ele prometeu me ensinar alguns golpes.

— Desculpa meu amor, mas esse pedido você vai ter que fazer para a Samantha. — falei a abraçando de lado. 

— Mãe, a gente pode viajar para a terra-38? Queria conhecer outra terra, viajar para outro universo.

— Um dia iremos a terra-38, mas agora acho melhor ficarmos aqui. Aproveitarmos que estamos juntas novamente.

— A senhora sentiu muito a nossa falta?

— Acordar e não ter você e a sua mãe ao meu lado, foi como acordar toda os dias com o meu coração sendo esmagado por uma mão gigante. E eu nunca mais quero sentir essa dor, e eu prometo que eu serei ainda mais heroína da minha família. Porque sem vocês, nada mais a minha volta tem sentido.

— Eu te amo, mãe. — Ruby se aconchegou junto ao meu corpo em um abraço apertado.

— Eu também te amo, minha menina.

***

Quando Alex entrou no quarto com a expressão cheia de preocupação, eu entendi que algo havia dado errado na ida a Luthor Corp.

— O que aconteceu?

— Durante uma luta contra o Brainy, o Superman machucou a Lena-18. A pancada provocou um coágulo inoperável. 

— Inoperável? O que isso quer dizer? — Samantha questionou enquanto segurava minha mão tentando me passar tranquilidade.

— Que precisamos torcer para a medicação reverter o coágulo, para que tudo fique bem.

— E o Superman, onde ele está? Vocês o prenderam?

— Não, ele sumiu após perceber o que havia feito. — me coloquei de pé com a ajuda da Samantha. — Kara, você não pode se cansar.

— Eu preciso falar com o J'onn e o Lex, o Superman precisa ser responsabilizado por esse crime. Eu quero ver a Lena, Alex. — Alex trocou um olhar com a Samantha e concordou.

Deixamos o quarto e seguimos direto para a sala de comando, a raiva estava estampada no rosto do Lex.

— Me diz que você concorda comigo, Kara. Que o Superman precisa pagar pelo o que ele fez. — Lex questionou-me.

— Ele vai pagar, Lex. J'onn, informe que o Superman é um criminoso, e que ele precisa se entregar para ser responsabilizado pelo crime que cometeu, e se ele não se entregar ele será cassado pelo DOE.

— Supergirl, se fizermos isso. O Superman será considerado um inimigo do governo, temo que isso se torne um perigo para a nossa organização.

— Ele se tornou esse inimigo no momento que forjou a morte da minha esposa e da minha filha, e agora feriu a Lena, ele precisa ser responsabilizado pelos crimes que ele cometeu. 

— A Supergirl está certa, J'onn, o Superman é um inimigo que deve pagar pelo que fez. Não queremos vingança, queremos justiça. E não é porque ele é de outro planeta que ele não vai pagar na justiça do nosso País pelo crime que ele cometeu.

— Faça, o que eu falei, J'onn. — me virei e sair caminhando em direção ao quarto que a Lena, na companhia da Samantha.

*** 

Entrei no quarto sozinha, preferi assim e a Samantha respeitou o meu pedido. Me aproximei da cama e segurei a mão da Lena, fazendo um pequeno carinho com o polegar.

— Eu não acredito que você vai me deixar aqui, minha amiga. Não é porque eu tenho a Sam e a Ruby de volta que eu não preciso de você ao meu lado, então seja forte, que ainda temos muito o que viver juntas. — levei minha mão livre aos cabelos da Lena e fiz pequenas carícias. 

Fiquei por incontáveis minutos no quarto, e somente sair quando Alex entrou e me pediu, pois eu precisava descansar e mesmo discordando, eu obedeci.

— Tudo bem amor? — Samantha perguntou-me assim que eu deixei o quarto.

— Ela é forte, eu tenho certeza que a Lena vai se recuperar.

— Vai sim, agora vamos para o quarto. Você precisa descansar.

Voltei para o quarto e me permiti descansar aconchegada nos braços da minha esposa. Era o meu lugar seguro, e onde eu recarregava as minhas forças.