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Carol🌺

Quando contei da gravidez para o Thiago ele ficou todo preocupado, nem sei explicar bem o motivo, apesar dele nunca ter levado o nosso lance tão a sério, eu acabei achando que um filho seria uma coisa boa para juntar nós dois.

Confesso que a gravidez foi completamente planejada, mas só por mim! Eu queria muito e também sabia que ele não queria, fazia toda questão de usar camisinha e nessa parte eu até entendo pelo motivo que não é só para evitar a gravidez. Não deixava o meu remédio chegar no meio de acabar, antes de acabar ele chegava em casa com outro falando que não era pra eu esquecer os horários porque no momento ele não queria filho.

Fazia mais ou menos uma semana e meia que eu tinha ido morar junto com ele, nos primeiros dias eu já comecei com os sintomas. Era coisinhas leves como enjoos, dor de cabeça e vontade de comer várias coisas nada a ver.

Fui contar das suspeitas e ele reagiu super mal falando que se por um acaso eu estivesse grávida com certeza seria de outro homem porque eu tomava os remédios e a gente usava camisinha todas as vezes que se encontrava. Mas o que ele não sabia era que as vezes eu deixava de tomar justamente porque queria tanto uma família com ele.

Em uma semana e meia o Thiago mudou algumas atitudes comigo, começou a sair pra beber, fumava perto de mim e quase me expulsou de casa quando eu fiz o teste e deu positivo. Acabei pegando algumas conversas dele com outra mulher e simplesmente tive que aguentar tudo aquilo calada, fora que começou a olhar na minha cara apenas no momento que queria sexo e simplesmente tava cagando pra mim.

Th: Ae Carol, tu fala com a Lua ainda? -colocou o celular em cima da estante, parando na minha frente.

Carol: Posso saber o motivo da pergunta? -ele negou.-Então eu não vou responder, eu não sei pra que é.-dei de ombros.

Th: Responde aí namoral, preciso de um favor teu.

Carol: Favor? É claro, só olha na minha cara quando tá precisando de alguma coisa.-cruzei os braços e ele respirou fundo.-Quando não é pra gozar é pra fazer alguma coisa, como se eu fosse uma máquina de te servir.

Th: Tô perguntando um bagulho pô, tem alguma parada demais nisso? Cê é toda malucona, faz eu pegar raiva da tua cara não.-aumentou o tom.

Carol: Eu não falo com ela faz um bom tempo e também não faço questão, a nossa amizade acabou.-dei de ombros.

Th: Rola uma reconciliação, não? -neguei.-Nem se eu te chupar daquele jeitinho que eu sei que tu se amarra?

Carol: Não, a única coisa que eu quero de você é a sua atenção e o seu amor, e é a única coisa que você não consegue me dar.

Th: Bagulho de amor pô, cê sabe que comigo não tem essa, tu veio pra cá passar o final de semana e tá aqui até hoje nem sei o porquê.-deu de ombros.-Tá grávida mas isso não significa que nós vai morar junto, nem vem com essa que eu não quero.

Carol: Eu só queria saber se eu mereço isso tudo vindo de você, eu sempre te dei amor, carinho e tudo de bom que eu tinha pra dar! Sempre dei o melhor de mim, e você simplesmente devolve todo o meu esforço na nossa relação com toda a frieza que você tem dentro de você.-desviei o olhar porque odiava a cara de deboche que ele fazia quando eu tocava naquele assunto.

Th: Cê sempre foi de boa com nosso bagulho, sempre foi sem sentimento só sexo e nada mais além disso. Se tu colocou sentimento aonde não tem é problema teu, cê engravidou não sei como e eu vou assumir a responsabilidade de pai numa boa, mas também não significa que nós vai ficar em algo sério.

Carol: Thiago você não sabe o desgosto que eu fico quando você começa a falar desse jeito.-olhei pra ele.

Th: Desse jeito como? Tô falando normal, se tu já tá ficando com as suas maluquices de gravidez, é problema teu.

Carol: Desse jeito, como se não ligasse pra mim, como se tudo nosso fosse apenas sexo.-levantei.-Você sabe o quanto isso dói? O quanto é totalmente ruim pra mim escutar isso do homem que eu amo?

Th: Não.

Carol: É por isso que não tá nem aí e não liga para as palavras que você fala pra mim, você nunca esteve no meu lugar, nunca gostou de alguém e foi tratado com desprezo.-neguei com a cabeça dando as costas e ele segurou em meu braço me puxando pra ele.

Th: Eu te amo, cê sabe.-me abraçou.

Carol: Não ama nada, Thiago.

Th: Amo sim e mereço um favorzinho teu.-beijou minha testa.

Carol: Não vou me aproximar da Lua pra você fazer algum plano contra o Coringa, até porque ela não tem nada a ver com o problema de vocês, como você mesmo disse em relação a mim.-me afastei dele.

Th: Não era fazer mal, era só manter presa por um tempo até o Coringa entregar o morro.-neguei.

Carol: Me deixa fora disso, e deixa ela também.

Dei as costas indo para o quarto e escutei ele respirar fundo. Por mais que a nossa relação estivesse ruim eu nunca ajudaria a fazer mal pra quem não tem nada a ver com o assunto.

Errei feio? Sim com toda certeza, tentei me aproximar numa boa e infelizmente não deu certo. Talvez porque a gente tenha chegado em fases diferentes, mas isso não significa que eu tenha que ajudar para o mal dela, até porque eu reconheço a nossa amizade independente de qualquer coisa e situação.

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No MorroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora