"Testrálios"

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Brianna Brooks

A semana seguinte as provas havia passado em um piscar, e agora todos estavam liberados para voltarem para suas casas e aproveitarem as férias. Os corredores estão movimentados e por onde quer que eu passe, consigo ver diversos sorrisos e conversas animadas conforme meus olhos buscam algum rosto familiar.

Estou carregando apenas minha mochila e a caixinha de transporte de Pudim, já que o malão havia sumido do meu quarto logo pela manhã. Pudim parecia bem atento a absolutamente tudo, arrepiando os pelos toda vez que passávamos por alguma coruja. Talvez ele não seja muito fã delas.

Meus olhos se ajustaram na direção de Draco, que estava um pouco mais à frente, parecendo debater algo com Pansy Parkinson enquanto ela apenas sorria apontando para Astoria Grengrass. E pelo rosto avermelhado do loiro, aquilo era sem dúvidas uma das diversas provocações de Pansy.

Ansiosa para me despedir, caminhei alguns passos em direção aos meus dois amigos, mas fui impedida por uma mão em torno da minha cintura. E logo em seguida já estava dentro de uma sala que cheirava a mofo, onde diversas mesas se enfileiravam mantendo uma sequência perfeita.

— Você não pode me chamar como uma pessoa normal? — Perguntei emburrada já sabendo exatamente de quem se tratava.

— Apenas queria saber se você aproveitou a aquela noite. — Aquele sorriso arrogante me fazia querer socar seu rosto, e depois beijar até que todo ar sumisse de meus pulmões.

— Eu acredito que você que tenha aproveitado. — Respondi já sentido minhas bochechas ganharem outra tonalidade.

— Ah linda, eu vi o meio de suas pernas, estava bem molhada. Não me diga que você não aproveitou. — Aquele apelido fazia minhas pernas tremerem de excitação.

— inacreditável. — Resmunguei observando seu risinho de satisfação.

Mattheo levou uma das mãos até meu rosto, aproximando-se o suficiente para me beijar. Suas mãos percorriam meu corpo, como se eu fosse deslizar por seus dedos. Eu ainda não havia me acostumado com a ideia de sair por ai beijando Mattheo Riddle quando eu claramente odiava o garoto a menos de um mês atrás. Mas era aquilo era bom e viciante o suficiente para me fazer querer sempre mais.

Eu ainda estava com Pudim em minhas mãos e a mochila em meus ombros. Por isso achei melhor interromper o beijo rapidamente apenas para deixá-los em cima de uma mesa, já sabendo que logo começariam os miados de reclamação. O pobrezinho ainda morria de medo de Riddle.

Mattheo voltou a me beijar no instante em que me virei novamente para ele. O beijo era quente, sua língua invadia minha boca e suas mãos agarravam com força minha bunda. Se alguém me dissesse a um mês atrás, que eu estaria fazendo essas coisas em uma sala empoeirada... não, melhor, em uma sala empoeirada com Mattheo Riddle, eu teria me jogado ao chão de tanto rir.

Como esperado, Pudim começou a miar e só então me lembrei que ainda queria me despedir dos meus amigos antes de voltar para casa. E com muito esforço — Muito esforço mesmo — me afastei dos lábios de Mattheo.

— Eu preciso ir. Não quero perder o trem. — Disse ofegante.

— Tudo bem. — Mattheo concordou roubando mais um beijo.

Me afastei dele e puxei a caixinha de Pudim. Olhando uma última vez para trás antes de deixar Mattheo sozinha na sala, com os lábios vermelhos e a respiração tão ofegante quanto a minha.

Conforme eu andava no corredor, um sorriso ia surgindo nos meus lábios. Sorriso que eu rapidamente retirei do rosto. Eu não poderia sorrir dessa maneira como uma boba apaixonada. Eu não estava apaixonada e muito menos era boba. Mattheo estava apenas me ensinado algumas coisas e eu sabia muito bem que não passava disso.

Depois de alguns passos, senti algo estranho e me dei conta que havia deixado minha mochila dentro daquela sala. Pudim me olhava dentro da caixinha como quem dizia; "sorte sua que você não me esqueceu." Já sabendo que eu provavelmente me atrasaria, caminhei apresada na esperança de recuperar minha mochila e conforme eu me aproximava da porta, algumas vozes iam se intensificando por trás da porta.

— Cara, apostamos que você ia comer essa garota antes que entrássemos em férias. — Disse a primeira voz que me fazia querer vomitar pela forma como dizia as palavras.

— Pois é, acho que você não ganhou. afinal, ela ainda continua virgem. Você não conseguiu comer a virgenzinha? Qual é...— A segunda voz fez com que todo meu almoço subisse pela minha garganta.

— Eu disse que você não ia conseguir. — Aquela voz eu conhecia muito bem. Daphne Greengrass. — Você não deveria ter apostado comigo Riddle, você sabe que eu sempre ganho...

Mas foi a quarta e última voz que fez com que meu corpo todo tremesse de raiva e meus olhos se enchessem de água involuntariamente.

— Fiquem com seus galeões. — A voz de Mattheo soou ríspida. — Mas saibam que eu poderia transar com ela quando bem entendesse. Apenas não estava afim.

— Talvez ela esteja se guardando para o casamento. — Daphne debochou. — Ah menos que você pretenda pedi-la em casamento, não acho que você vá conseguir alguma coisa com aquela mestiça...

— Quer sabe, cansei dessa aposta e... — Mattheo falou e a porta se abriu.

Nesse momento seus olhos se fixaram em mim, assim como todos os outros. Os dois primeiros idiotas estavam com sorrisos presunçosos no rosto, como se tivessem ganhado algum tipo de prêmio. Daphne também, me olhava como quem dizia; "pobre coitadinha."

Caminhei até a sala esbarrando no ombro de Riddle, que olhou com supresa para a mochila em cima da mesa, só então percebendo que ela estava ali todo o tempo. Peguei minha mochila e sai sem dizer nenhuma palavra. Não daria nenhuma satisfação para aqueles babacas.

— Brooks. — Mattheo gritou meu nome no corredor enquanto eu caminhava apressada. — Brianna. — Gritou novamente. Agradeci mentalmente por todos já terem deixado a escola, evitando um constrangimento maior.

— Porra Brianna, espera. — Mattheo agarrou meu braço me virando para ele. Não derrubei uma lágrima se quer, mantive meu rosto sereno antes de respondê-lo.

— Quanto?— Perguntei com uma falsa tranquilidade que me corroía por dentro.

— Como?

— Quanto foi que você apostou? — Mattheo me olhava em silêncio. — Vamos, eu quero realmente saber.

— 40 galeões. — Indagou o moreno sem soltarei meus braços.

— Uau, então é apenas isso que eu estou valendo? Ou melhor, minha virgindade.— Forcei um sorriso patético.

— Olha, foi só um aposta estupida ok? — Mattheo indagou. — E apenas isso.

— Então absolutamente tudo foi pela aposta...
— Senti meu estômago se revirar naquele momento. — Você chegou a realmente querer algo comigo?

Os olhos de Mattheo escureceram no momento em que as palavras saltaram da minha boca. As mãos dele finalmente me soltaram e os olhos já não estavam mais em mim quando ele respondeu;

— Não. — O soco de realidade me atingiu em cheio e eu mal conseguia olhar para o moreno sem me sentir enojada.

Virei as costas e voltei a caminhar. Dessa vez Riddle não me impediu, muito menos chamou por mim a medida que eu me afastava. Eu sentia a raiva pulsar em minhas veias assim como a vergonha. Vergonha de ter me deixado enganar de forma tão fácil.

Durante todo o trajeto com os testrálios minha mente se voltava para aquela conversa dentro da sala. Mas quando cheguei no vagão e encostei minha cabeça no banco, decidi que não queria lembrar daquilo, ao menos não agora. Afinal, eu teria meses de férias para remoer tudo o que Mattheo Riddle havia feito.



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Eu disse que tinha outra parte não disse? Acho que esses dois capítulos já valem para o mesmo todo né?

Vejo vocês mês que vem então (Em março no caso tá?) beijos. E seguinte, sem ameaças ok? Kkkkkkkk

Ps: não se preocupem é só uma brincadeira e  já tem capítulo novo.

Brincadeiras a parte, espero que gostem ❤️

I lie for two - Mattheo Riddle Onde as histórias ganham vida. Descobre agora