Capítulo 03- Salve ela!

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Olhei para o relógio e depois para o meu marido. Ele sorri para mim e entra na balada primeiro que eu depois de me dar um beijo. Espero alguns minutos até algumas meninas chegarem pq se era para dar o golpe, tinha que ser com tudo nos mínimos detalhes. Quando elas chegam eu olho para elas e reparo que meu vestido era o mais chamativo dali porém entramos e começamos a dançar e beber como se fossemos um grupo de amigas inocentes que não sabiam como matar e nem queriam que tudo aquilo explodisse.
Niragi estava num canto me olhando e ele realmente parecia um homem qualquer, vi um drink vir para mim e o mesmo piscou para mim. Fiz um teatrinho dizendo para as garotas que não o queria pois o meu alvo também olhava para mim. Era um cara de meia idade, na casa dos 40 e poucos anos, barba grande, musculoso e bem vestido. Havia muitas garotas ao lado dele mas mesmo assim ele se levantou e foi ao meu encontro quando cheguei ao bar, ele se aproximou como se eu ovulasse por ele e eu revirei os olhos antes de me virar sorrindo para ele.
- Olá, gata – disse sorrindo e eu sorri.
- Olá – disse meiga e ele se aproximou tocando meu rosto, novamente como se eu ovulasse por ele.
- Seu rosto é bem familiar – ele disse e eu ri tentando mudar de assunto – você é a garota do Suguru?
Aquela pergunta me fez gelar e por um momento eu agradeci Niragi por ele insistir durante aqueles minutos antes de sair do carro para tirar a aliança.
- Ex – falei como se meu marido fosse um fracassado – eu merecia coisa melhor.
- Ah, mas ele perdeu uma bonequinha dessas... – disse segurando meu rosto e eu ri mas logo percebi que não podia rir assim e ri tímido, do tipo, você está me conquistando – ele não te satisfazia? – neguei e ele me olhou sério.
- Sei que tenho três filhas, mas eu nunca as quis – falei triste – elas, pelo menos, fizeram meus dias menos insuportáveis com aquele escroto – falei e ele se aproximou muito perto de mim segurando meu rosto, ele podia me beijar a qualquer momento mas ele me olhou profundamente.
- Quem é você Ellie? – falou e eu assumi uma posição passiva e passei minhas mãos pelo peitoral dele como se ele fosse o único homem do mundo.
- Sou apenas uma mulher que está precisando de uma boa foda e de uma pessoa que a trate como ela merece – abaixei minha cabeça e o olhei erguendo os olhos. As mãos dele passearam no meu corpo.
- Se você quiser ter um cara para te dar o prazer que merece, que te faça gritar na cama é só me beijar e começar a mostrar do que sua bunda é capaz – ele falou simples e eu fiquei chocada com aquilo, que sem vergonha, mas para ele eu estava chocada pq eu desejava ele.
- Ah, mas eu sou uma mulher de respeito e não sei se isso combina comigo apenas de querer muito ir para cama com um cara forte, braços grossos, elegante, inteligente, dono de uma máfia poderosa e que me olha com desejo – eu disse isso passando a mão por cada parte do corpo dele e percebi que quando a lateral do meu quadril o tocou, logo ficou duro.
- Vamos ser diretos Srta. Ellie... o que eu tenho que fazer para te ter na minha cama e te fazer gemer a ponto de acreditar que eu sou um ótimo cara para você transar sempre que chamar? – disse e novamente eu ri daquilo e fingi a risada.
- Certeza que você vai aguentar? Eu gosto muito, muito, muito de transar e normalmente os homens não aguentem, tipo o Niragi ele não cons... – falei rápido o irritando e ele me interrompeu me puxando para ele.
- Se não fosse crime, eu tiraria seu vestidinho aqui e te comia até te cansar nesse bar mas como você ainda não me respondeu o que quer, vou ter um pouco de calma – falou e eu o olhei.
- Ah, para transar comigo sempre é necessário ser legal também, pq não é só sexo, gosto de conversar também – ele me olhou – pq se eu quisesse apenas transar eu contratava um homem né?
- Ok gata, você é uma gostosa e eu to louco para provar a ex do Suguru então me diga qual drink você quer que eu pago e conversamos um pouco, pode ser? – arqueou as sobrancelhas.
- É assim que gosto... – falei seguindo ele.
Nos próximos 30 minutos eu fiquei conversando/flertando com ele, eu sabia que precisava me entregar aquele papel mas algo me travava, só quando percebi que Suguru se sentou e várias garotas começaram a dançar e conversar com ele eu mudei completamente. Ele estava seguindo o plano e eu não. Havia quatro bundas enormes e peitos siliconados nele mas os olhos dele estavam a mim o tempo todo me olhando querendo de dizer “leve o plano ao extremo”, então simplesmente puxei aquele homem enorme para  pista de dança e lá me esfreguei nele, dancei de forma sensual, toquei o corpo dele até o mesmo perder o controle e me beijar. Obvio que eu sentia um embrulho no estomago de fazer isso mas cada vez que eu fechava os olhos, sentia a energia do local e imaginava eu e Niragi comemorando a vitória da nossa máfia eu fazia o que tinha que ser feito com aquele homem imaginando que era o meu marido.
- Não consigo mais aguentar, preciso de você – ele falou no meu ouvido e eu ri safada balançando o quadril no ritmo da música.
- O que isso quer dizer? – questionei.
- Que eu quero foder seu corpo todinho – ele disse isso abraçando meu corpo com os braços e dançando, eu ergui os braços como se fizesse parte da coreografia e fiz um sinal com os dedos para avisar que estava na hora de Niragi agir enquanto aquele homem estava com a cara nos meus peitos.
- Então me leve a um lugar reservado – pedi e começamos a ir até uma saída de emergência da balada até que teve uma hora que ele parou de andar – o que foi?
- Meu sapado está desamarrado, um momento gata – disse e se abaixou naquele escuro e luzes coloridas piscando, olhei para os lados procurando meu marido e meu corpo tremeu quando não vi ninguém, acho que sai do personagem por um momento pq quando eu senti uma faca de canivete no meu pescoço tudo parecia ter ido água abaixo. Ele riu.
- Querido? – questionei com medo e ele pressionou a faca em mim.
- Acha mesmo que eu sou levado tão facilmente por um par de peitos? Agora começa a andar para a saída! – ele disse bravo.
Meu corpo tremeu, minha respiração falhou. Eu deixei escapar alguma coisa? Comecei a me debater para sair dali mas ele me chutava e a faca afundava me deixando nervosa demais. Aquela saída parecia não ter fim, as luzes me deixavam tonta, eu nem tinha bebido muito, as pessoas viam eu sento tratada de uma forma desumana e não faziam nada.
- Sra. Suguru! – alguém gritou e antes que eu pudesse parar de gritar e me debater para olhar, um tiro foi disparado.
- NÃO!! – gritei.
- Relaxa que não era o merda do seu marido, mas aquele corpo vai deixar ele bem ocupado para não te achar querida – ele disse calmo e me empurrou.
- SAI! – disse quando ele me puxou para ele de novo e a faca voltou para o meu pescoço.
- Não querida, você tentou me enganar mas apesar de isso ser uma coisa horrível e terá consequências para sua máfia, eu ainda quero me satisfazer com você – gritei com tanta força para sair dali mas foi inútil, logo eu estava no estacionamento, um lugar aberto, enorme e sem ninguém. Era possível ouvir as músicas e aquilo me fez chorar, ninguém me escutaria gritar, Niragi não me acharia, eu seria morta ou levada para longe da minha família, tentei correr mas meus saltos ficaram presos nos pedregulhos do chão me fazendo cair, eu tentei correr mas meu corpo não me obedecia então eu estava quase me rastejando no chão quando ele me pegou e me encostou em um carro, meus joelhos ardiam e tudo girava – calma amor, não se agite assim, a droga está fazendo efeito né? Eu sei que a sensação de estar sem força é horrível... – ele não parou de falar, foi meu cérebro que por conta do desespero começou a ignorar tudo.
As lágrimas escorriam em meu rosto, o homem as secava falando milhares de coisas horríveis que ele faria comigo, como matar meu marido na minha frente, transar no tumulo dele, me escaquear depois de tudo.
- SOCORRO! ALGUEM ME AJUDA! NIRAGI! NIRAGI! – gritei mas aparecia inútil, meu cérebro estava perdendo a noção de tempo, lugar e força.
Duas pessoas entraram naquele estacionamento mas minha visão não me ajudou a reconhecer.
- Ellie! – era a voz do meu marido acompanhado de tiros e depois silencio, tentei ver o que estava acontecendo mas tudo parecia embaçado. Apenas vi um corpo ao chão e dois homens se socando.
- Niragi... – falei mas acho que foi um sussurro pois eu estava muito fraca, tentei levantar mas nada se ergueu.
- Se você não desistir Suguru, eu vou levar sua esposa como prêmio – uma voz, socos e corpos cambaleando. Eu precisava chegar até meu marido.
Escutei passos e vozes familiares perto de mim se luta se intensificando. Tentei me levantar e quando fiquei de joelhos escutei algo, passos e meu nome sendo chamado.
- Se você for até ela, eu a mato!! Agora mesmo!
- Salve ela!! – era a voz de Niragi.
Os passos se aproximaram e eu me levantei um pouco mas logo ouvi gritos e senti uma dor intensa. Minha barriga queimava, levei as mãos até lá onde doía e depois as levantei na altura dos meus olhos, vi a cor vermelha e tudo embaçado antes de escutar meu marido berrar meu nome e tudo ficar preto.
Sem mais gritos. Sem mais sangue. Sem mais socos. Sem mais passos. Sem mais Niragi.

Algum barulho me puxa daquela escuridão e eu abro meus olhos com calma, vejo meu quarto e meu marido.
- Misericórdia! Você acordou! – ele veio e me abraçou.
- Eu morri? – questionei enquanto ele sorria para mim. Ele revirou os olhos e me beijou, senti falta desses lábios por mais tempo que eu imaginava. Meus dedos foram ao corpo dele tocando o tecido na sua camiseta preta e seu jeans preto – o que aconteceu?
- Você foi drogada e sofreu uma tentativa de te matarem com uma faca – ele disse e na última parte da fala levantou a blusa que eu estava mostrando alguns pontos.
De repente tudo vem a minha cabeça, a noite, o homem, as bebidas, ele com a faca no meu pescoço, tiros, socos e minha visão ficando embaçada e eu desmaiar. Olho para ele preocupada.
- Você conseguiu? Você o matou?
- Depois que te vi sofrendo, nada me impediria de matar aquele merda – ele segurou meu rosto e me beijou – estou tão feliz por você estar bem.
- Quanto tempo eu dormi? E como que eu não morri com a facada?
- Você dormiu por 14 horas e a faca não foi tão profundo pq os detalhes do seu vestido impediu – ele sorriu e eu sorri de volta. Escutei gritos e risadas de crianças na sala e questionei sobre elas – depois que você tomar um banho e comer a comida que eu trouxe você pode ver elas e uma surpresa – disse simples e eu o agarrei.
- Eu estava com medo de morrer, de perder você – disse quando separei nossos lábios – tive medo de ter estragado o plano pq eu não conseguia tocar naquele homem, foi muito difícil imaginar você no lugar dele – disse quase chorando e ele riu fraco.
- Preciso confessar que eu estava morrendo de ciúmes quando você começou a dançar e beijar ele mas eu tentei ignorar pelo bem do plano – ele riu e acariciou meus fios – você não viu que ele sabotou seu copo? – neguei rindo e ele colou nossas testas – foi um erro meu, eu deveria estar com os olhos o tempo todo em você.
- E onde seus olhos estavam nessa hora? – questionei e ele me olhou sério – na bunda daquelas piranhas?
- Se eu falar que sim você vai me bater? – olhei para ele séria mas logo começamos a rir.
- Antes dele me levar para o estacionamento, ele desprezou meus peitos – cruzo os braços – amanhã mesmo vou ir ao médico para colocar silicone – completei e Niragi me olhou assustado.
- Se for uma vontade sua, pode ir mas saiba que seus peitos naturais são ótimos para mim – ele deitou em meu corpo e suas mãos foram aos meus seios e logo sua boca distribuiu inúmeros beijos no meu pescoço. Foi impossível guardar um gemido e quando saiu ele riu safado – a noite eu prometo me perder nos seus peitos até fazer você gostar deles – meu ar sumiu com a frase enquanto ele falou se levantando e colocou uma mesinha a minha frente com um prato de comida e suco – agora coma, por favor.
Sorri e comecei a comer e conversar com ele sobre as coisas da máfia, visivelmente, apesar de tudo ter saído fora do planejado, deu certo e pegamos uma boa grana. Dois de nossos homens estavam feridos por causa dos tiros mas iriam se recuperar. Após comer, eu tomei um banho com ajuda de Niragi, minha barriga estava bem dolorida e eu ainda estava um pouco fraca.
Vesti uma roupa confortável e desci até a sala e lá eu vi duas pessoas que pensei nunca mais ver, até parei e pisquei para ter certeza de que não era uma alucinação.
- Mamãe!! – todas as meninas viram me abraçar enquanto eu ainda estava chocada, as duas pessoas viraram e ficaram paralisadas quando meu viram.
Era eles, tinha quase certeza.
- A tia Kuina e o tio Chishiya estão aqui mamãe! – Serena disse e lágrimas começaram a surgir em meus olhos.
- Ellie... – eles disseram antes de eu correr até eles e os abraçarem.
Eles estavam diferentes, Chishiya então, nem loiro estava mais. Ele havia cortado curto o cabelo e pintado de preto e Kuina estava cada vez mais linda e com roupas normais, por um momento perguntei pq ela não estava de biquini.
- Senti tanta falta de vocês – disse apertando eles.
- E a gente a sua – Kuina disse sorrindo.
Abri a boca para falar algo mas a campainha tocou, Niragi abriu e a mãe dele apareceu. As meninas pularam nela, ela iria levar elas para a aula de dança.
- Fico feliz que está bem, minha querida – ela disse beijando a minha bochecha – depois que eu chegar com as meninas, seu pai vai vir também para fazermos uma reunião – ela disse olhando para Niragi, ele concordou e elas saíram.
- Agora podemos colocar o papo em dia – disse sentando no sofá.

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