14.

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De alguma forma, eu me encontrei em Prescott High na quinta-feira de ação de graças e, ainda por cima, carregando uma bolsa com meus patins dentro. Eu não sabia exatamente em que momento Hunter havia me convencido a comparecer, mas ali estava eu e, surpreendentemente, havia uma certa animação adorando em mim, uma empolgação que eu não achei que sentiria.

Desde que Michael havia ido se encontrar com alguns amigos antigos e Jasmine havia viajado com a família para passar o feriado com os avós, eu me acomodei sozinha na arquibancada do rinque, esperando pelo jogo de hóquei que ainda iria acontecer. Embora houvesse uma maioria de jogadores do time prestes a jogar, outros alunos também estavam no gelo, incluindo algumas garotas, desde que era um amistoso aberto. Nenhum deles estava usando equipamento de proteção, o que me dizia que a violência ocasional do esporte estava banida por hoje.

Eu vi Aidan com Matthew e Jason, os três vestindo camisetas vermelhas de treino dos Crimson Knights e segurando seus tacos de hóquei. Meu irmão havia sido permitido participar hoje e sua satisfação em estar de volta ao gelo era evidente, mesmo que este estivesse longe de ser um jogo oficial. Era isso que mostrava que meu irmão amava o esporte, não a competição especificamente.

Eu sabia, que quando ele se virou para ajudar algumas pessoas que não eram jogadoras, dando-lhes dicas e demostrando movimentos ele próprio, que ele não estava fazendo isso para provar qualquer coisa, mas sim porque aquele era quem ele realmente era, um líder, e isso era perfeitamente evidente no gelo.

— Ei, você. — Hunter patinou até a mureta de contenção quando me avistou, suas covinhas aparecendo quando ele sorriu. Ele parecia genuinamente feliz em me ver, o que agitou meu interior da forma que ele era exclusivamente capaz de fazer — Você realmente veio.

— Ei. — eu sorri de volta — Eu vim e a culpa é toda sua.

— Você não parece muito infeliz aqui, no entanto. — Hunter apontou com uma expressão conhecedora, porque ele sabia que estava certo.

— Bem, é melhor você ganhar. — eu provoquei, vendo um brilho competitivo surgir em seus olhos.

— Talvez eu precise de um prêmio para me motivar. — ele retrucou, e a provocação fez minha pele esquentar. Nas últimas semanas, essas reações pareciam apenas mais e mais evidentes, fazendo crescer também a minha consciência e inquietação em relação à elas. Eu não era completamente ingênua sobre o que elas significavam, mas ao mesmo tempo não sabia o que fazer em relação à isso.

— Eu acho que você é competitivo o suficiente, hm? — eu retruquei suavemente.

— Isso vale para nós dois, senhorita patinadora. — Hunter apontou. Bingo. Eu sem dúvidas era competitiva quando se tratava do esporte que praticava, não de uma maneira hostil, mas sim de forma que eu estava sempre completamente empenhada em dar o meu melhor, com uma boa pitada de perfeccionismo.

Touché. — eu sorri. Do gelo, alguém chamou por Hunter, indicando que o jogo estava prestes a começar.

— Minha hora. — ele disse. Eu lhe desejei boa sorte mas, ao invés de se afastar, Hunter estendeu a mão para mim e eu inclinei a cabeça, confusa — Vamos lá, Hastings, a essa altura, nós precisamos de um aperto de mão.

Após a mais breve hesitação, eu estendi minha mão também, abraçando a ideia. Eu sabia que muitas pessoas, atletas ou não, tinhas seus próprios apertos de mão que simbolizavam as mais diversas pessoas coisas, inclusive "boa sorte". Hunter me surpreendeu com seu pedido e com o fato de que ele já tinha algo em mente, pois no minuto seguinte nós já tínhamos um cumprimento complexo que praticamos um par de vezes para memorizar.

The Colors BetweenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora