Capítulo 42

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Paolo Collalto

Como já imaginava, Santamaria havia feito a cabeça da cúpula para exigirem teste de DNA, o que não faz sentido. Luma só teve a mim, ela nunca que seria doida de ficar com outro estando casada comigo. Do mesmo jeito em que ela confia em mim eu confio nela, mesmo tendo um pé atrás. Com ela ainda consigo ser mais transparente coisa que nunca foi com meu pai nem com minha mãe e irmã.

Durante alguns dias, a irmã de Luma havia ficado com ela por conta dos sangramentos e complicações que ela estava tendo na gravidez. E posso dizer que Luma e Daire eram idênticas em tudo. Apesar de Luma ser mais explosiva que sua irmã conseguia ser, e muito mais medrosa. Depois dos mesmo ocorridos da gravidez em que Luma sempre sangrava e ficava no hospital, sua irmã fez uma estádia por aqui como se a casa fosse dela. Nesse meio tempo havia me dado bem com a adolescente ardilosa que era a irmã de Luma. Esperta até demais, e pior que Luma nos aspectos de educação e rebeldia. Seu avô e seu futuro marido terão muitos problemas com ela pelo jeito impulsivo. Beirando seus dezesseis anos já estando assim, pioraria sendo dona do seu nariz. Impressionante como essa ardilosa comia calado para desgraçar a outra pessoa depois, seria gratificante ter uma filha com o gênio de Luma e com um pouco do gênio da sua irmã dentro da máfia.

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Luma Panazzolo

Suponhamos que a cara de Paolo estivesse meio... Estranha... Coisa que nunca vi. Pelas minhas suposições um teste de DNA foi pedido, eu já imaginava isso desde ontem a noite.
Saio dos meus desvaneios com a chegada de Daire assaltando minha casa.

- O que quer aqui? - pergunto já imaginando sua resposta.

- Não está óbvio?

- Parece até que mamma não alimenta você para vir procurar o que comer aqui.

- É claro que sim - disse mexendo na geladeira. - mas você faz algumas coisinhas que ela não faz em casa. Cadê os doces dessa casa, pelo amor de Deus? E as tortinhas doces gostosas?

- Paolo está reclamando que você tá comendo as tortas dele.- disse rindo apontando na direção de onde estavam as tortas.

- Problema dele! Faça logo o almoço que eu estou faminta.

- Faça o almoço você, imunda. Acha que virei sua empregada agora.

- Tá bom, eu ajudo. Mas seja rápida porque estou comendo pelo os três tigres tristes daquele coisa lá que você fala rápido.

O tigre do trava língua.

Daire mais comeu a comida do que me ajudou a fazer o almoço, e assim que terminamos ela nem esperou desligar o fogo que já estava com a sua comida no prato.

- Morta de fome! - disse olhando indignada pela quantidade de comida que havia em seu prato.

Paolo aparece na cozinha pegando sua comida e some do meu campo de vista. Era melhor assim, ele deveria estar de cabeça quente então eu evitaria o máximo qualquer contato com ele enquanto não se acalmasse.

- Tenho uma pergunta a te fazer. - disse Daire com um olhar astuto. - Antes de você casar você era virgem?

Meu corpo gelou só de pensar na possibilidade de Paolo ter ouvido aquilo.

- Não que eu duvide, mas a Martina falou para o nonno e a mamma uma vez que você não era, sabe de quem ela também se referia.

Claro que sabia! Era da pessoa que havia amado mais do que minha própria vida, que o haviam tirado de mim. Nunca soube quem o matou, mas tinha certeza que não foi ninguém da máfia. O nonno nunca teria coragem de comentar sobre esse assunto com alguém, apesar de sempre ter dito que eu não me casaria com um vagabundo qualquer. Muita menos subordinar alguém fora da máfia para fazer isso, nada passava despercebido dos olhares dos superiores da máfia.

- Desculpa, eu...

- Eu era. Uma parte da vida que tenho hoje era a qual eu sempre sonhei em ter com Eric.

Lembrar desse assunto ainda era gatilho. Nunca pensei em me casar até ter conhecido Eric e esse pensamento ter morrido junto com ele... Talvez essa seja a minha segunda oportunidade de ter aquilo que eu sempre quis ter no passado para um futuro um pouco mais distante.

~

No dia seguinte acordei quase onze da manhã, nem preciso dizer o quanto estava atrasada para a consulta, tenho exatos vinte minutos para chegar no hospital. Se não fosse a ansiedade para saber o sexo bebê, não teria levantado com um pulo da cama quase caindo no chão pela tontura. Sigo para o banheiro me apoiando nos móveis e na parede como auxílio. Não sei porque ainda faço essas coisas idiotas, mas a ansiedade era tanta.
Tomei um banho de cinco minutos, o banho mais rápido da minha vida, coloquei uma saia longa que era de Daire, a mesma nem imagina que está comigo, visto uma blusa de alcinha sem sutiã para deixar meus seios confortáveis. É um saco a sensibilidade dos seios na gravidez, antes de menstruar ficava assim e doía pra uma merda, mas parece que piora na gravidez.

Desci as escadas correndo pegando uma garrafinha de água e uma outra com suco, como uma fatia de pizza que Daire tinha comprado ontem a noite e saio de casa. Certeza que os dez minutos que me restava eu não chegaria a tempo.

Chego no hospital atrasada até demais, e havia umas oito grávidas com cara feia encarando os seguranças do Paolo, certamente já imaginava o por que. Assim que entro no consultório depois de ter sido anunciada pela recepcionista, encontro Paolo conversando com a médica. Acho que quem tá grávida aqui é ele, coitadinhas das outras que esperam lá fora.

Depois de uma série de perguntas, me deito na maca e a média passa aquele gel dos inferno gelado na minha barriga causando um arrepio, e pressiona minha barriga com o transdutor. Me sentiria aliviada se fosse menino pela pressão ser um pouco menor devido ao sexo, mas ficaria preocupada pelos ensinamentos da máfia. E sobre ser menina só há tudo de pior, a vida dela cairia em ruína nesse inferno de submundo. Que Deus me ajude a suportar tudo o que está por vir. Amarei do mesmo jeito independente do sexo, mas ambos me amedrontavam.

Não via nada muito claro na tela, só os borrão e a cabeça grande do bebê... Céus, essa criança vai ter o tamanho da cabeça de Paolo, que por sinal é grande. Tudo bem, eu aceito por ser meu filho, mas que não puxe as orelhas dele meu Deus, nunca te pedi nada impetuoso, esse é o pedido mais simples do dia que estou fazendo.

- Se a orelha e os olhos forem meu, me sentirei satisfeita. - disse encarando a tela.

Logo após o som do coração pulsante predominou toda a sala. Batia tão forte que o barulho chegava a ser estrondoso.

- Temos uma miniatura - disse a médica pressionando mais um pouco o transdutor em minha barriga. - masculina!

Turbilhões de sentimentos passaram em minha cabeça por tamanha felicidade que não conseguia explicar nem se passe mil anos falando. Paolo deu um sorriso com um brilho excessivo nos olhos. Ele não é de demonstrar afeto na frente de pessoas estranhas, ou que ainda não seja da família ou próxima dela.
Assim que a consulta foi encerrada, saímos da sala com as grávidas disparando olhares furiosos em nossa direção. Como esse homem teve coragem de irritar mulheres grávidas conhecendo o perigo que elas são.






























Desculpem a demora amores, estou de cabeça cheia ultimamente e mal consigo escrever.
Espero que entendam minha demora.

Beijinhos no coração e se hidratem❤️🤭.

(Para quem é de SP, beba oito litros de água por dia por que o calor não tá perdoando).

A Prometida do Capo (EM ANDAMENTO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora