Capítulo 3

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Felicity

— Bom dia, mamãe. — cumprimento ao chegar no terraço onde todos estão tomando café da manhã. — Feliz aniversário.

Entrego uma caixa de veludo preta a vendo pegar com os olhos marejados.

— Obrigada, meu amor. — a mesma abre o presente que comprei e seu rosto se ilumina em um lindo sorriso. — É lindo... obrigada.

Me sento na mesa pegando uma maçã vermelha da fruteira

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Me sento na mesa pegando uma maçã vermelha da fruteira. Miles come suas panquecas se lambuzando todo de mel e dou risada.

— Buenos dias! — Eros aparece com sua animação de sempre, beijando a testa da minha mãe. — Feliz aniversário, mamãe.

Vejo que em suas mãos está uma embalagem grande, algo de largura fina. Nossa mãe abre o papel de presente se derramando em lágrimas ao ver um quadro. Ela mostra para mim e sorrio ao ver uma foto sua com seus três filhos. Essa foto foi tirada no dia das mães, dona Alicia está no meio, eu estou lhe abraçando do lado esquerdo e Miles do lado direito. Eros está por cima, a abraçando por trás enquanto faz uma cara boba.

Ele sempre foi o brincalhão da família.

— Eu amei. Obrigada, meus amores. — beija a bochecha de Eros que também se senta para comer.

— E o que você deu, Miles? — pergunto tomando um gole do suco de laranja.

— Uma pintura. — aponta para uma tela que descansa em cima da lareira da sala.

É uma pintura belíssima da minha mãe. A mesma está usando um vestido preto, os cabelos castanhos escuros caem em cascatas pelos ombros e seus olhos verdes se destacam.

— Porra... — murmuro com o talento do meu irmão.

— Olha a boca. — minha mãe repreende enquanto bebe uma xícara de café. — Miles, vai pra empresa hoje? — ela pergunta e meu irmão assente.

Como sou a mais velha, meus pais até insistiram para que eu assumisse a empresa, mas recusei. Prefiro tocar os negócios da máfia, sempre tive jeito para isso. Já Miles preferiu ficar longe de tudo que envolvesse o trabalho sujo. E Eros... bom, o Eros ainda não decidiu o que quer fazer da vida.

— Tenho que ir, preciso passar na casa de uma amiga. — aviso me levantando da mesa.

— Vai é brincar de picotar papel. — Eros diz e dou um tapa na sua nuca. — Aí!

— Vai cuidar da sua vida. — resmungo. Ele dá risada voltando a comer. — Até mais tarde.

Me despeço da minha família saindo em direção a garagem. Apenas levo meu celular e as chaves, não gosto de sair com bolsa. Minhas armas ficam no porta malas, então não corro o risco de ficar desprotegida.

Meus pais sempre souberam da minha sexualidade. Me assumi lésbica com quatorze anos, eles me apoiaram e me deram colo quando chorei por achar que estava pecando ou algo do tipo. Eles explicaram que amor é amor e que não há nada de errado nisso. Sempre reforçaram que me amam e que ambos sentem orgulho de mim e dos meus irmãos.

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