Capítulo 5

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O relógio marcava quatro horas da tarde quando Namjoon parou o coche diante da casa dos Kim. Quando se aproximava da casa, estranhara ao ver sair da frente dela a carruagem vermelho-escura que conhecia bem.

O que Choi Seung-hwan estaria fazendo na casa do seu noivo? Sua futura sogra devia conhecer a reputação daquele alfa. Estranho que concordasse em recebê-lo. Sabia que lady Kim era muito conscienciosa com sua reputação e a dos filhos.

Subiu a escada devagar, quando o mordomo abriu a porta. Enquanto entregava as luvas e o chapéu ao criado, este arregalou os olhos ao observar o rosto do conde. Sua expressão, geralmente impassível, alterou-se antes que pudesse se controlar.

Namjoon notou a reação do mordomo, mas não deu importância. Só pensava em Jae-hyun, no momento de vê-lo.

— Jae-hyun está, Jenkins?

— Na sala de estar, milorde, com lady Kim. Devo anunciá-lo?

— Se estão sozinhos, não. Quero fazer uma surpresa — respondeu o conde, encaminhando-se para a sala.

Ao chegar diante da porta dupla, aberta, ouviu as vozes irritadas do noivo e da sogra, gritando acusações. Jamais ouvira o seu amado falar daquele jeito tão frio e duro. Parou, com a testa franzida.

Seokjin inclinou-se mais sobre o corrimão e olhou para baixo. Não... Aquele homem não devia ser o conde. Então, a essência do alfa, que sentia sempre que ele vinha visitar o primo, chegou até ele. Não teve mais dúvidas. Sim, era o conde de Baekje. Ele estava de volta, salvo! 

Sem conseguir controlar, o ômega abriu um largo sorriso. Seu lobo sentia-se feliz com o retorno do alfa. Até aquele momento não havia imaginado que o bem-estar do conde era assim tão importante para ele. Corou, envergonhado pelo seu atrevimento em pensar no noivo do primo daquele modo. Mas não conseguia afastar os olhos dele. Que grande mal tinha ele ter uma pequena paixonite pelo alfa? Quem, em sã consciência, não teria? O conde de Baekje era simplesmente espetacular. Além disso, não é como se Seokjin fosse fazer algo para importuná-lo, ele estava feliz observando-o de longe.

As vozes agudas de Jae-hyun e sua mãe alteraram-se ainda mais, fazendo Seokjin estremecer. Que triste recepção para o alfa. Felizmente, a discussão girava em torno da acusação de Jae-hyun de que a mãe sempre queria controlar tudo em sua vida, não citando mais a ideia absurda de Jae-hyun em casar-se com lorde Choi. Se o conde ouvisse isso ficaria extremamente magoado.

— Eu sou um adulto. Não podes mais mandar em mim!

— Enquanto estiver sob o meu teto, mando sim. E não admito isso, já disse! — explodiu lady Kim e, então, percebeu que já não estavam sozinhos.

Ficou tão surpresa ao ver o conde que nem reparou no aspecto abatido e nos ferimentos dele. Ao contrário do filho. De onde Jae-hyun estava, o rosto de Namjoon lhe era completamente visível. E aos seus olhos, horrorizados, aquele homem nada tinha a ver com aquele que a cidade apelidara de Adônis*.

Namjoon reparou no silêncio nada habitual de lady Kim com certo divertimento. Mas era Jae-hyun que ele viera ver. Seus olhos procuraram o noivo e o encontraram de costas para a janela aberta, por onde o sol entrava banhando-o com uma luz que lhe parecia paradisíaca.

Então, entrou na sala, com um sorriso levemente distorcido pela cicatriz do ferimento.

— Perderam a voz com o susto? — brincou ele, tomando uma das mãos do noivo e levando-a aos lábios.

Jae-hyun parecia congelado. Não conseguia se mexer e nem tirar os olhos do rosto dele. Era aquilo que seu noivo quisera dizer com um ferimento sem importância?

O ômega do Conde | NamjinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora