32. Doce Criatura Cruel

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Oi! Caprichei nesse capítulo por agradecimento aos 300K que agora já são 310K em UM DIA? Sério! Muito obrigada!

Atualização cheirosinha dedicada a Allê, um cheirinho que vem me enchendo de mimos como essa arte linda do Lou pequetito!

Leiam com "Videogames - Lana Del Rey"

Não esqueçam de votar e comentar, por favor!

Tenham uma boa leitura, y'all.



O amor flutua.

Em algumas vezes, quando tocado de forma genuína, seu corpo parece entrar em uma espécie de transe que te faz sentir como uma flor boiando num rio depois de uma enchente.

É doce e poético como as pétalas que beijam a água fria e lamacenta, como se comprovasse que da água que dá a vida, fecunda-se o amor que destrói.

Toca a pele arrepiando de um jeito que só a água fria poderia, e queima como só a sensação de afogar pode. É intenso e tempestuoso, como só as ondas conseguem ser.

E no final, o amor flutua de volta à margem. Esperando um dia, encontrar a flor que boiasse de novo.

LOUIS WILLIAM TOMLINSON - P.O.V

Sangue.

Eu sentia cheiro, gosto e aspecto de sangue quando corria naquele círculo sem fim, onde apenas minha consciência me guiava de forma conflitante ao que eu queria.

A saída que estava obstruída pela névoa de decepção e rancor. O jeito que os dedos puxavam-me para a luz, porém eu só conseguia me sentir engolido conforme passava e andava e circulava. Me sentia exausto.

Eu quis gritar, mas o vazio era escuro e tinha gosto de sangue.

Tinha tanto gosto de morte que eu me senti apodrecer, das falanges dos dedos até os nós dos pés, como se parte do meu tecido fosse mera carne em putrefação.

Eu morria de dentro para fora. Sozinho, no escuro e...

— LOUIS! — A luz me chacoalhou e eu vi uma porta abrir. Alguém tinha me escutado. — É um pesadelo. Acorda.

Como eu faço para ir até a voz? Ela ecoava por todos os lados daquele vazio com cheiro metálico.

— Ei, acorda, huh? É só um pesadelo. Consegue me ouvir?

Quis gritar que sim, eu escutava a minha doce luz que tentava me trazer de volta ao mundo dos vivos. Eu sabia que essa luz ignoraria meus olhos mal-acostumados com a claridade, ignoraria minha pele branca por me manter muito tempo na escuridão e traria de volta a luz que perdeu em meus olhos.

Mas eu não conseguia agarrar a luz, porque eu tinha medo.

Medo que a claridade me cegasse.

Senti os dedos irem para os meus cabelos em um carinho atencioso, como quem estivesse ponderando a melhor forma de me acordar.

— Lou? Seja sua âncora. Siga a sua consciência de volta.

Que consciência? Eu estava perdido, porém, poderia seguir a única coisa pura que pudesse me trazer de volta do pesadelo.

A luz verde e azul que bruxuleava, me envolvendo de uma forma tão pura e inebriante que eu fechei os olhos, deixando que entrasse e me trouxesse a vida.

— Não chora. É só um pesadelo — choramingou a voz, parecendo sentir dor genuína ao ver como eu me debatia para sair daquela paralisia do sono.

Viúva Negra | L.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora