43_ Rasteira.

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Eliza Claire

- Então você vai odiar saber que eu vou te fazer implorar primeiro. - Ele sorriu negando com a cabeça.

- O que você vai me oferecer se eu dançar com você? - Questionei com um sorriso.

A minha mãe sempre falou que a minha maior qualidade é ser uma vagabunda e interesseira.

Eu acho que é uma coisa bem saudável de se falar pra uma criança.

O Theo abriu um sorriso encantador ao ouvir a minha pergunta e os seus olhos brilharam fazendo o meu sorriso desaparecer.

- Eu danço com você. - Aceitei arregalando os olhos levemente.

Apenas pra mudar de assunto...

Vi pelo canto do olho a alcateia que eu recusei dançar me encarando feio.

Em alguns segundos, já estávamos na pista de dança.

As mãos do Theo no meu quadril, faziam questão de guiar o meu corpo durante a dança, quando eu era evidentemente melhor que ele dançando.

Sendo honesta e muito humilde, eu sou melhor que o Theo em tudo.

- Eu sou melhor que você, não acha? - Comentei com o olhar pensativo e o Theo me encarou confuso.

- Sim, você é perfeita. - Ele concordou ainda com as sobrancelhas franzidas e eu sorri.

Depois de um tempo, eu ergui o meu olhar para os olhos do Theo, encontrando os mesmos já me observando atentamente. Passei a minha mão pela lateral do pescoço dele e o Theo prendeu a respiração por um momento, como se precisasse de controle.

Uma das suas mãos subiu para a minha cintura enquanto a outra permaneceu guiando o meu quadril contra o corpo dele, e a mão que subiu, apertou a minha cintura, fazendo algo frio percorrer a minha barriga.

Engoli seco estranhando o movimento no meu estômago e me perguntei se a Soso pode ter colocado laxante na minha água sem querer. Não seria a primeira vez...

Senti a boca do Theo descer para a minha orelha enquanto as suas mãos pressionavam o meu corpo contra o dele.

- Eu sei que nos odiamos, mas essa música é adorável, não concorda? - Ele sussurrou na ponta do meu ouvido, fazendo a minha pele se arrepiar por completo.

Eu não sei se isso é tão verdade agora...

Com o meu olhar pulando de um olho do Theo para o outro, vi as suas sobrancelhas se franzirem em confusão.

- Que foi? - Ele questionou.

- Nada. - Neguei coma cabeça.

Mesmo com a minha resposta, o Theo ainda me encarava com desconfiança.

- Para de olhar pra mim desse jeito. - Sussurrei e o Theo fez uma careta confusa.

- Você quer que eu olhe para o quê? O meu pau? - Ele discutiu indignado.

- Você é mesmo insuportável, sabia? Você e essa sua boca terrivelmente suja. - Reclamei revirando os olhos.

- Você não reclamou da minha boca quando ela estava te fazendo gemer. - Ele argumentou ofendido e eu lancei um olhar mortal para o mesmo.

- Se importa de falar um pouquinho mais alto? Acho que a cidade toda ainda não escutou essa boca suja que você tem. - Sussurrei com ódio.

Nós já tínhamos passado a fase de fingir que "o elevador" não aconteceu, agora, nós falamos daquilo com tanto ódio que eu to quase criando um perfil pra tacar hate.

O IntercâmbioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora