Renesmee

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– Então... – falei, me jogando no sofá da sala de estar do dormitório feminino. Todos os meus amigos voltaram os olhos para mim – O que acham de passarem os primeiros três dias de férias em Forks? – perguntei
– Espera um minutinho. – Liv se empertigou toda – Vamos conhecer sua família?
– Ahãm – respondi sorrindo
– Mentira! – Pete deu um pulo
– Verdade. – confirmei, agora rindo – Minha família é a única que vocês não conhecem. – depois de meio segundo completei – Bem, além das famílias de Seth e Megan. – nossos amigos riram – Nossa hóspede já voltou para casa. – listei – O jantar de comemoração também já passou e mais um ano letivo terminou
– Não vemos porque não – disse Seth
– Só preciso ligar para minha mãe para avisar que vou chegar alguns dias mais tarde. – falou Blair empolgada – Estou ansiosa para conhecer a família de vocês
– Eu também! – concordou Kyle – Estou dentro
– E você, – disse Megan ao namorado – está intimado por minha mãe a se hospedar em nossa casa
– É sério?! – indagou surpreso
– É sim. – confirmou minha melhor amiga – Ela está louca para te conhecer
– E eu para conhecê-la – disse Kyle
– Ness, – falou Liv – obrigada pelo convite
– Na verdade, – contei encabulada – ele veio dos meus pais. Ia ligar para perguntar exatamente isto, mas eles se adiantaram – era uma meia verdade. Tia Alice tivera uma visão com minha decisão de pergunta-los a respeito da visita pendente de meus amigos, então eles me ligaram e disseram que eu poderia levá-los. Fiquei em êxtase
– Isso é que é ter um bom timing – comentou Pete
– Minha família faz uma dessas de vez em quando – falei

Em três dias, estávamos no estacionamento nos preparando para partir. No estacionamento, enquanto colocávamos as malas nos carros, que, por praticidade, pusemos lado a lado naquela manhã, virei-me para os meus amigos:

– Vocês sabem que eu sou adotada, certo?! – confirmei a história que havia contado para eles no dia que conversamos a respeito de nossas gestações
– Certo – confirmou Liv e os demais balançaram a cabeça em concordância
– Então, – cocei a cabeça – acontece que eu não sou a única
– Você tem irmãos? – perguntou Blair
– Não. – sorri – Desculpem, acho que acabei confundindo vocês. Não sou a única de minha família que é adotada
– Aah! – suspirou Pete
– Meus avós não estavam conseguindo ter filhos, então, eles adotaram dois irmãos quando ainda eram bebês, meus tios Emmett e Alice. Alguns anos depois, a irmã de meu avô, Carlisle, faleceu quando meus tios Jasper e Rosalie eram adolescentes, se não me engano, eles estavam com 15 anos. – e lá estava outra das muitas histórias que minha família contava ao longo dos séculos quando se mudava para uma nova cidade. Esta que eu contava, porém, era a que havia sido difundida por Forks quando meus familiares retornaram alguns anos atrás
– É muito parecido com o que aconteceu com você – comentou Kyle
– É sim. – confirmei – Apesar de que comigo foram ambos os pais. Minha tia-avó – que sequer existiu – era mãe solteira. O pai de meus tios a abandonou assim que descobriu a gravidez
– Que babaca – ralhou Liv
– Ele era. – confirmei – Anos depois, quando minha tia-avó faleceu, ele ainda tentou pegar a guarda de tia Rosalie e tio Jasper. Mas vovô não deixou e adotou os sobrinhos.
– Que bom que ele conseguiu! – comemorou Blair – Muitas vezes, neste tipo de caso, o juizado passa a guarda para o pai
– A defesa foi muito boa e meus tios testemunharam. – falei – Depois de ouvir que meu avô foi mais presente na criação dos sobrinhos do que pai deles, o juiz não teve dúvida de quem ficaria com a guarda. – respirei fundo – Dois anos depois, meu avô atendeu uma paciente que estava morrendo em decorrência de uma variante do Ebola que estava muito presente na região do Egito. Ela estava acompanhada do filho de 17 anos...
– Seu pai – falou Pete
– Ele – confirmei
– Como ela contraiu o Ebola? – perguntou Liv
– Ela era arqueóloga. – contei – Estava sempre viajando e, infelizmente, estava na região que foi assolada pelo vírus. O marido já havia falecido, vítima da guerra no Afeganistão. Eram só ela e o filho
– E como eles conseguiram voltar? – indagou Kyle preocupado
– Papai ligou para a prima da mãe, – segui com nossa história familiar inventada – que é a minha avó, Esme.
– Então, as adoções acabaram ficando em família mesmo – comentou Blair contente
– Sim! – nesta história. Em outra versão, meus tios Jasper e Rosalie eram filhos biológicos de vovó e vovô; havia uma que o filho biológico deles era papai; e ainda havia aquelas que os três eram seus filhos biológicos e tia Alice e tio Emmett foram adotados. Em algumas versões, eles vinham como irmãos, em outras não. No momento, já estávamos criando história que contaríamos quando nos mudássemos novamente para que incluísse minha mãe e a mim. Para mim, era fácil, eu passaria a ser sobrinha ou irmã mais nova de meu pai, já que éramos muito parecidos. E também já havíamos criado a versão que eu era irmã gêmea de mamãe, dada a nossa, também, semelhança. Principalmente agora que eu aparentava estar com 21 anos e havia estabilizado meu crescimento. – Quando ele falou com vovó a condição em que eles estavam, ela falou com vovô e ele providenciou tudo para que eles viessem para casa. A prima de minha avó acabou não resistindo, mas o filho dela, que estava com a saúde bem melhor que a da mãe, sobreviveu. Como a família delas se resumia aos três, o Conselho Tutelar não discutiu quando minha avó disse que o filho de sua prima ficaria com ela e em pouco tempo a documentação da adoção foi feita
– Nossa, que legal. – falou Pete – É triste, mas foi muito generoso de seus avós adotarem eles
– Foi sim. – sorri – Com o tempo, meus tios acabaram se apaixonando e se casaram. Como não tinham nenhum parentesco, fora morarem juntos, ninguém viu problema. Depois viemos minha mãe, que passou a ser parte da família pelo casamento e, por último, eu. Bem, agora vocês sabem da história toda
– Então, – Liv bateu uma palma animada – bora terminar de colocar essas coisas nos carros e vamos para Forks!

Noite branca Where stories live. Discover now