Fausto seguiu até a casa do irmão para informar sobre a decisão do sítio.
- Esse homem parece bom sujeito?
- É o que estarei observando.
- Bom, Fausto... Sabes bem que aquele sítio é mais seu do que meu, faça o que achar melhor.
- Expliquei o que deve ser feito, e mostrei o que já tem plantado. Eu disse que na colheita ele poderia pegar uma parte se quisesse, e a outra dividisse entre a sua casa e a de nosso pai.
- Eu agradeço! Mas pode levar tudo para a casa que era dos nossos pais.
- Como quiser! Tenho certeza que Bento e Rosário farão bom proveito.
- Insiste que vai sair do Brasil?
- Já bati o martelo, assim que o julgamento chegar ao fim, minha vida aqui no Brasil também vai chegar.
- Tem como fazê-lo mudar de idéia?
- Não, meu irmão.
- Se nem mesmo a Maria Vitória pôde fazer isso...
- Estou indo também por ela. Não quero que me tenha como uma sombra, eu vou fazer a minha vida em Portugal, e quero muito que ela faça a dela também.
- Como pode fazer a sua vida longe de quem ama?
- Eu terei que aprender.
- Meu irmão... Eu sinto se eu o chamei de imaturo, e aquela discussão...
- Já passou, não se preocupe. Agora eu vou voltar para casa.
- A propósito, como está o Bento? Hilde veio nos dizer hoje cedo o que aconteceu, que Rosário esteve a procura dele ontem.
- Foi mesmo, ele saiu sem avisar, e procuraram muito por ele. No fim correu tudo bem.
- Que bom, eu fico feliz!
- Eu já estou indo...
- Se precisarem de alguma coisa, nos procure, sim?Fausto voltou para casa, e abria a grande quando alguém o chamou, uma voz bastante familiar.
- Fausto?!
- Maria Vitória... Bom dia!
- Podemos conversar? Se não estiver muito ocupado organizando a sua viagem.
- Maria Vitória, eu não estava... Ah, esqueça! Podemos sim conversar.
- Me acompanha até a confeitaria?
- Engraçado, eu ia sugerir a mesma coisa.
Henrique celebrou a carta recebida, comunicando que ele deveria comparecer a fazenda do Lázaro para se apresentar a Virgínia como um pretendente.
- Ai Henrique... Foi fácil! Uma família desesperada para casar logo a segunda mais velha. Além disso o senhor Lázaro é o primogênito do Barão Leopoldo, e ainda por cima tem terras de sobra. Talvez Ana Laura seja um problema, mas nada que a mente tão pequena da Virgínia não resolva. Será um prazer ser a voz da minha amada e irritante esposa!
Leopoldo estava no pequeno corredor da sua casa, diante do quadro da falecida esposa, segurando uma vela, ainda com o pijama em que dormiu.
- Barão, o que tens?
- Calada! Estou tentando fazer a Ana Vitória enxergar essa vela.
- Mas para quê é isso?
- Pra ela ir embora dessa casa... Sair da minha vida! Ou terei que queimar esse quadro agora mesmo.
- Queimar? Não! A dona Ana Vitória estava tão linda... Barão, cubra esse quadro com o pano outra vez e volte para o quarto.
- Não posso me deitar, tem sangue no lençol. O sangue da Ana Vitória está lá... Eu vi.
- O sangue saiu do senhor, já troquei tudo por lá.
- Então cubra esse quadro, mas não apague a vela... Eu vou voltar para o meu quarto.
- O Barão se sente mal?
- Não! Eu quero sair daqui... Tem muitas vozes... Eu vou sair daqui! - Ele subiu as escadas apressado.
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O Caminho Para A Liberdade [REESCREVENDO]
Historical FictionESSA HISTÓRIA VAI TE PRENDER DO INÍCIO AO FIM! Dandára, a mais bela das moças, cativa da fazenda Álvares Real, apaixonou-se, e viveu um romance com Leôncio, o filho do Barão Leopoldo. Mas esse amor logo é interrompido pelo Barão, quando o mesmo...