Capítulo 14: Títulos

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(Já tomei vergonha na cara, mas não garanto que vou voltar a postar com frequência
PS: As notas no final desse capítulo não são importantes, mas é sempre bom darem uma olhada)
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Viver com a liga era muito diferente de ser criado pela comissão de heróis. Era melhor, obviamente, mas ainda tinham coisas que demorava um pouco para se acostumar. Ele estava vivendo em um esconderijo cheio de assassinos, então, logicamente, eles deveriam estar na garganta um do outro constantemente, ameaçando matar um ao outro e tendo que procurar atendimento médico subterrâneo quando as brigas terminavam, mas, exceto em raras ocasiões, era o oposto disso. Na maioria das vezes, eles falavam do trauma compartilhado e ao que a sociedade os fez passar e cuidavam um do outro. Ainda era tão estranho que ele congelava de medo sempre que via um de seus treinadores, mas ele podia andar por uma casa cheia de assassinos muito bem. (Tá mais pra grupo de apoio do que liga dos vilões -_- )

Isso não quer dizer que tudo foi perfeito. As brigas ainda aconteciam, mas eram sobre de quem era a vez de roubar o controle depois que Shigaraki reviveu um deles no jogo, e se chegou a golpes, foi porque eles decidiram resolver a discussão com um mastro. Parecia uma família da qual Keigo jamais teve.

Mais do que tudo, a liga cuidou um do outro e eles não se envergonhavam enquanto se recuperavam dos vários traumas pelos quais passaram antes de entrar na liga. Muitos deles, incluindo Keigo e os irmãos Todoroki, foram forçados a crescer rápido demais e nunca tiveram a chance de serem apenas crianças antes de serem esmagados por todo esse peso do mundo. Então, Keigo supôs que ele realmente não deveria estar surpreso que houvesse um acordo silencioso para compensar o tempo perdido.

"Você tem certeza disso?" Ele olhou para Toga desconfiado. "Você não está me pedindo pra entrar nisso só porque quer me ver ensanguentado, está?"

"Esta é uma experiência universal, Hawks!" Toga revirou os olhos dramaticamente. "Apenas suba no colchão e deixe-me empurrá-lo escada abaixo!"

"Você percebe que se algo der errado, você pode simplesmente voar pra longe, certo?" Dabi estava encostado na parede com os braços cruzados, sorrindo para Keigo enquanto o observava fazer papel de bobo. "Pra que mais servem essas lindas asinhas se não para mantê-lo seguro enquanto você faz acrobacias estúpidas?"

Keigo não pôde deixar de corar mesmo quando ele lançou um olhar para Dabi, "Para sua informação, são asas, não segurança pra andar de trenó. E se eu bater em uma parede?"

"Então eu vou gravar." Shouto se ofereceu, já segurando seu telefone. "Não importa, eu vou fazer isso de qualquer maneira. Tenho que chantagear o Izuku quando voltar. Vamos lá, eu pensei que você fosse um falcão, não uma galinha!"

Keigo olhou para ele antes de se sentar de pernas cruzadas no colchão que Spinner havia encontrado em uma lixeira da última vez que ele saiu. Ele respirou fundo e acenou com a cabeça para Toga empurrá-lo, mas imediatamente entrou em pânico assim que o colchão começou a avançar, "Espera! Você tem certeza que isso é seguro?!"

"Isto é ridículo." Dabi revirou os olhos e se afastou da parede. "Vamos, passarinho, vamos!"

Keigo estava prestes a perguntar o que ele queria dizer quando Dabi avançou e pulou no colchão atrás dele, envolvendo seus braços ao redor da cintura de Keigo enquanto o impulso de sua aterrissagem empurrava o colchão para frente o suficiente para a gravidade tomar conta. Keigo deu um gorjeio angustiado e agarrou o colchão com força enquanto eles saltavam rudemente escada abaixo. Dabi riu alto atrás dele e ele podia ouvir o resto da liga torcendo por eles do alto da escada enquanto o ar passava por eles.

Não era tão diferente de voar, honestamente, e Keigo sabia que não tinha o direito de ter medo de uma coisa tão simples, especialmente quando Dabi estava certo: ele poderia usar suas penas para escapar a qualquer momento. Mas a comissão de heróis tentou enraizar nele um senso de risco e recompensa. Qualquer ação inútil ou imprudente era uma envergonha em favor da criação do herói perfeito, então usar um colchão velho e surrado para deslizar pelas escadas estava totalmente fora de questão. Keigo sorriu. Isso foi antes, mas isso era agora e agora, Keigo estava livre.

Mastermind: Ascenção da AnarquiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora