Capítulo II

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— Naruto, tem certeza disso? — meu pai perguntou enquanto arrumava a mesa para jantar.

— Tenho pai. Não vou voltar naquele castelo.

— Sabe que sua mãe pode enfrentar problemas, não sabe?

— Nós conversamos antes dela sair. Ela disse que ia explicar para a rainha e iria ficar tudo bem.

— Isso é o que ela diz. Sua mãe tem confiança em excesso. 

— Eu sei, mas não quero voltar a servir aquele vampiro.

— Olha a boca, Naruto, não saia falando dessa forma por aí.

— Desculpe, mas é o que sinto.

— Nesse mundo, às vezes é mais sábio esconder nossos sentimentos e desejos, meu filho. Você é jovem, vai aprender muito ainda.

— Vamos comer e esquecer desse assunto, até porque não acredito que ele irá fazer questão que eu volte. Ele não gostou nem um pouco de mim.

— Você não conhece os vampiros, meu filho. Tenha cuidado.

Sentei à mesa e me servi do ensopado. Minha mãe sempre deixava tudo pronto antes de sair, nós raramente nos encontramos em casa. Normalmente, ela chega na hora em que estamos saindo e quando chegamos, é quando ela está saindo. Não sei como meus pais conservam uma relação assim.

De qualquer maneira, não era provável que viriam atrás de mim. Pois já tinha passado bastante tempo desde o entardecer. 

Esteja aqui no entardecer… 

Que arrogante. Ele que ache outro para servi-lo.

Antes que eu levasse a colher à boca, bateram na porta. Não eram batidas gentis, eu e meu pai nos entreolhamos e suspirei. Não podia ser…

— Deixa que eu vejo — disse ele.

Larguei a colher no prato e cruzei os braços, dava para ver a porta da mesa da cozinha, bem, nossa casa era pequena, igual a maioria das casas dos humanos.

Meu pai trocou algumas palavras e depois abriu mais a porta. Por ela entrou dois vampiros. Eu nunca tinha visto, mas pelos trajes, serviam ao castelo.

— Nos acompanhe — disse um deles de forma ríspida.

— Posso ao menos saber por que?

— O príncipe mandou que o buscasse, servo.

— Eu não sou servo do castelo — insisti.

— Você irá andando com suas próprias pernas ou irá arrastado. Escolha.

— Naruto. — Meu pai apertou meu ombro de leve. — Vá. É uma ordem do príncipe. Não desobedeça.

— Não posso nem terminar minha refeição? — provoquei.

Um deles deu um passo à frente e eu levantei as mãos. Certo, não havia nada que pudesse fazer.

Maldito vampiro. Eu não tenho serventia nenhuma para ele. Ele só pode estar querendo se divertir às minhas custas.

Me despedi do meu pai e saí com os trapos que estava vestido. Ele iria me punir mesmo, não iria me vestir bem para isso.

Os guardas me escoltaram sem gentilezas, de vez em quando um deles me empurrava, mas me mantive firme. Estava com mais raiva do que medo. 

Na verdade eu só temia pela minha mãe, não queria que sofresse. Realmente lamentava por não corresponder às suas expectativas, mas eu não levava jeito para servir a eles, ia acabar fazendo uma besteira e perdendo minha cabeça na forca ou até mesmo na mão dele. 

O servo do príncipe - SasunaruWhere stories live. Discover now