Cap.8

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Steven é o primeiro a sair do prédio. Não que ele esteja particularmente ansioso para ver o homem encostado na lateral do edifício. É isso também,mas a principal maior razão é para criar uma barreira entre Marc e Layla. Ele mantém a mulher atrás de suas costas o tempo todo descendo o pequeno lance de escadas até a calçada. O mercenário se endireitou assim que os viu sair pela porta.

"Ele está bem?" A pergunta de Marc foi dirigida para Layla. Ele não estava olhando para Steven.

"Não fale comigo!" É a resposta da avatar.

Suspirando, Steven consegue que os dois o olhem.

"Não seja assim." O bibliotecário aperta de leve o braço da cacheada. "Nós já conversamos sobre isso."

Suas palavras parecem não ser do agrado de Layla,se levar em consideração a ruga entre suas sobrancelhas,mas ela ainda concorda soltando um bufo que faz uma das mechas de seu cabelo que estava perto do rosto se mover com o vento produzido pela ação.

"Conheço um médico aqui em Londres que me deve alguns favores. Vou conseguir as receitas dos remédios que Taweret receitou." Dizendo isso,ela o beija na testa.

Dando uma última olhada mortal para Marc ela vira as costas e sai para atravessar a rua até sua moto estacionada. Por puro instinto,Steven fica em uma posição onde Marc está exatamente a suas costas no momento em que a moto é ligada. Ele teme que Layla jogue o veículo em cima do outro homem. Ela não faria isso. Não para machucar pelo menos. Mas muito provavelmente para assustar. E Steven prefere evitar que um acelerador e freio sejam soltos mais que o necessário e acabem causando um acidente.

Apenas quando a moto desaparece na esquina é que o bibliotecário relaxa os ombros.

"Não preciso que você me proteja da Layla."

Com a frase dita as suas costas, Steven se vira para o americano.

" Ela tem um par de asas de ouro mais afiadas que uma adaga." Steven diz em um hesitante tom de brincadeira. " E você não tem mais o pombo morto pra salvar sua pele. Acho que Steven Grant precisa te proteger sim."

O outro homem o encara por alguns segundos antes de balançar a cabeça. Um lado de seus lábios tremeu levemente no indício de um sorriso.

"Quando o perigo aparece..."

"...Steven Grant não enfraquece." O bibliotecário termina a frase do cartaz do filme de sua infância com um micro sorriso orgulhoso em seus lábios.

Marc volta a se encostar na parede do prédio,sua cabeça olhando para o seu nublado da tarde,as mãos dentro da bolsos da jaqueta. Um momento depois, Steven se junta ao lado do homem.

"Eu machuquei seus braços?" O americano vira o rosto para o bibliotecário.

Steven não quer falar sobre isso,mas nem tudo que se quer você tem.

Por isso,ele apenas dá de ombros.

Marc apenas o apertou um pouco forte demais. Depois que o susto passou não foi tão ruim. Não tão ruim quanto o machucado emocional que a ação do mercenário causou em Steven.

"Taweret me explicou porque estou com um filho na barriga." Ele mudou propositalmente de assunto.

Uma ótima jogada, Steven pode se orgulhar disso,pois conseguiu para si a total atenção do americano.

"Pelo que ela disse,quando nos separaram usaram você como molde já que praticamente eu sou você e ninguém pediu para ter uma aparência diferente." Steven continuou. " Não sou originalmente um ser vivo,mas desde que você me criou tenho uma alma própria. No deserto meu corpo,meus ossos e órgãos,tudo,foi feito com magia e minha alma extraída de você foi colocada dentro do novo receptáculo. Era pra magia desaparecer conforme minha alma fosse se acostumando ao novo corpo. E estava acontecendo exatamente isso. " Steven mordeu o lábio inferior. " Mas...quando nós dormimos juntos...ainda existia uma pequena quantidade da magia em mim. Era apenas um resquício, mas foi o suficiente." Nesse momento,o moreno olha para seus pés. É muito constrangedor falar de suas intimidades. Mesmo que Marc já o tenha visto nú. Na verdade isso só piora a vergonha de Steven. "Quando nós...transamos,a magia reagiu ao ato. O sexo é a base mais antiga da sobrevivência da maioria das espécie do reino animal. Para muitas dessas espécies a única finalidade do sexo é a reprodução."

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