Just Like Us

Courage to Change

You're not alone in all this

You're not alone, I promise

Standing together, we can do anything

Katsuki estacionou o carro em frente à casa dos pais. A tarde já estava no fim, o horizonte pontilhado de laranja e rosa, dando ao jardim de entrada uma coloração impressionante. Katsuki tocou a campainha e ergueu os olhos quando a porta foi aberta em pouco minutos revelando Masaru Bakugou, os cabelos castanhos bagunçados e os óculos na ponta do nariz deixando a mostra os olhos cansados e preocupados. O homem abriu passagem para o filho, o silêncio sendo quebrado por uma única pergunta esperançosa.

- Alguma notícia?

Katsuki entrou e se jogou na poltrona que dias antes estava com Kana brincando em seus braços. Ele afastou a lembrança antes que estourasse o estofado, fixou os olhos no pai e apenas assentiu de leve. Os olhos castanhos de Masaru se arregalaram de emoção e ele se sentou em frente ao filho, as mãos apertadas e as pernas se movimentando inquietas.

- Onde ela está?

Katsuki suspirou, as mãos presas na nuca, o cansaço e agitação do dia finalmente cobrando seu preço. Antes que abrisse a boca para contar a história mais uma vez a porta da frente se abriu novamente, dessa vez revelando a mulher loira cheia de sacolas na mão, a voz alta enchendo a sala antes mesmo de sua presença.

- Masaru, não achei a droga da espuma de barbear que você gosta então trouxe outra e você vai ter que usar! Ah, você tem que ver o livro de pintar que comprei pra pirralha! Tem todos os heróis e vem com uma caixa de lápis de cor com mais de cinquenta cores diferentes. Nem sabia que existia tanta cor, porra! Quando ela voltar com certeza vai...

Ela se calou quando viu o filho, os olhos vermelhos se arregalando de repente, a expressão surpresa logo dando lugar a preocupação quando se sentou no sofá ao lado do marido e largou as sacolas de qualquer jeito no chão, o corpo inclinado na direção de Katsuki em ansiedade.

- Alguma notícia, moleque?

Katsuki deixou a resposta incisiva e rude que saltou por sua mente de lado, ele não tinha tempo nem paciência pra isso. Seu olhar alternou entre os pais.

- DNA entrou em contato. Ele vai devolver Kana se acatarmos a algumas exigências. Temos até amanhã pra conseguir tudo, mas já estamos trabalhando nisso. Só... vim avisar a vocês.

Masaru suspirou em alívio. Apesar de Kana ainda estar sob o poder daquele vilão, ao menos agora eles não estavam totalmente no escuro e tinham um prazo para tê-la de volta. O homem sorriu esperançoso para o filho.

- Obrigada, filho. Inko já sabe?

Katsuki assentiu.

- Deixei Deku na casa dela antes de vir para cá. – Ele comentou revirando os olhos. - Os dois já devem estar inundando a casa de lágrimas.

Masaru riu. Mitsuki continuava em silêncio, o cenho franzido em desconfiança, os olhos fixos num ponto distante, pensativa, até Katsuki perceber.

- O que foi, velha?

Mitsuki crispou os lábios, os olhos vermelhos intensos sobre o filho.

- Bem, pirralho, você disse que esse filho da puta queria a Kana para uns experimentos de merda e tudo mais. Por que a devolveria agora?

Katsuki não se irritou com a pergunta mórbida ao invés da felicidade que sua notícia deveria trazer. Na verdade, aquilo era exatamente o que ele pensava. O loiro juntou os ombros, as mãos passeando ansiosas pelos fios loiros.