Venti

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Eu me sentia nas nuvens ao acordar. Nunca acordei tão sorridente como hoje. Tudo por causa dele.
Da forma como ele me segurou pela cintura e dançamos juntos. De como conversamos a noite toda, de como ele disse que eu estava linda até mesmo com esse hematoma na testa.
Por Deus! Ele consegue ser extremamente charmoso quando quer.

Levantei da cama e fui olhar pela minha janela. Antonella me disse que a festa seria ao ar livre e que aconteceria no jardim. O mesmo já está movimentado, mesmo vestindo roupas casuais e de verão, todos continuam bem arrumados e elegantes.
Tomei um banho longo e procurei por uma roupa adequada para a ocasião.
Vestido azul de tecido suave que vai até um pouco acima do tornozelo e um salto branco. Deixei meu cabelo solto e passei uma maquiagem leve para cobrir o roxo na minha testa.

Ao chegar no jardim, a primeira pessoa que percebeu minha presença e veio falar comigo foi a Antonella. E ela está linda como sempre. Um vestido semelhante ao meu, mas um pouco mais curto. Seu cabelo está preso em um rabo de cavalo alto e ela exala beleza e sofisticação.
ㅡ Cha-young, minha querida. Você está tão linda, meu Deus. -Ela elogiou admirada, segurando minha mão e me fazendo dar uma voltinha. Eu ri fraco.
ㅡ Obrigada, você também está deslumbrante. -Ela sorriu sem graça e passou a mão no meu cabelo.
ㅡ Olha, aproveite muito. Eu mandei fazer o suco de abacaxi com hortelã que você tanto ama. -Sorri largo. Me sinto especial quando estou com eles. Fabio, Antonella e até mesmo Vincenzo parecem se importar comigo, e eu acredito nisso.
ㅡ Certo, obrigada. -Ela beijou minha bochecha antes de se afastar, voltando para um grupo de mulheres mais velhas que conversavam entretidas. Olhei ao redor e respirei fundo ao ver Vincenzo e Francesca sentados em uma das mesas do jardim. Estão conversando e comendo bolinhos.
Como não me sentir incomodada agora que sei que ela é ex-noiva dele? Ex-noiva! Vincenzo, o homem mais indiferente que já conheci, se ajoelhou para ela e a pediu para passar o resto da vida ao lado dele. Engoli em seco e balancei minha cabeça, limpando esse tipo de pensamento perturbador da minha mente.
Caminhei até a mesa onde os copos de sucos estão e peguei um deles, dando um gole longo. Pelo canto do olho, percebi alguém me encarando.
ㅡ Cha-young? -A voz da mulher estava cheia de incredulidade. Franzi o cenho e me virei completamente para ver quem era. Arregalei os olhos e engasguei com minha própria saliva.
ㅡ Jisoo? -Perguntei desacreditada. Observei bem o rosto dela, ela não mudou nada. Continua a mesma garota encantadora e bonita que conheci no colegial. ㅡ Ah meu Deus! É você mesmo! -Afirmei sorrindo eufórica. Jisoo sorriu também e me abraçou forte.
ㅡ Quanto tempo!
ㅡ Como veio parar aqui? Pensei que ainda estivesse em Paris. -Perguntei curiosa.
ㅡ Eu conheci um cara lá, estamos noivos. Ele é sócio da família Cassano. -Ela me mostrou o anel com um diamante super brilhante no meio.
ㅡ Que lindo! Ainda é aquele mesmo que você falou na última vez em que conversamos? -Ela assentiu, com um sorriso bobo e apaixonado no rosto.
ㅡ É o Haein. Eu tentei contatar você, mas eu acabei perdendo seu número. -Jisoo falou com o cenho franzido.
ㅡ Eu tive que trocar de número faz alguns meses, infelizmente eu perdi todos os meus contatos. Minha vida estava uma bagunça. -Suspirei.
ㅡ Agora sou eu que te pergunto, como você veio parar aqui? Não me diga que fisgou o coração de um dos Cassano. -Eu ri baixinho.
ㅡ Não. O Fabio é um amigo de longa data do meu pai.
ㅡ Ah, em falar nisso, como o tio Yu-chan está? Eu senti muita falta dos bolinhos de arroz que ele fazia. -Jisoo perguntou inocentemente e meu sorriso sumiu aos poucos, sentindo uma imensa vontade de chorar. ㅡ Cha-young... -Ela tocou meu ombro e o apertou afetuosamente. ㅡ O que aconteceu? -Neguei com a cabeça e ela me abraçou com cuidado. A sensação de estar se afogando voltou com tudo.

Sentei no sofá e Jisoo segurou minha mão. Olhei para ela com os olhos cheios de lágrimas e ela também deixou algumas escaparem. Ela e meu pai se davam muito bem. O pai da Jisoo era agressivo e frio, sempre que ele gritava ou tentava bater nela, ela corria para a minha casa. E meu pai sempre preparava bolinhos de arroz para comermos. Ela o considerava um pai.
ㅡ Quando e como aconteceu? -Questionou, a voz baixinha e trêmula.
ㅡ Já fez um mês, ele foi assassinado enquanto voltava de uma audiência. -Jisoo puxou uma respiração forte e soluçou.
ㅡ Eu sinto muito, eu sinto muito mesmo. Me desculpa por não ter estado ao seu lado nesse momento. Deve ter sido tão doloroso. -Ela me abraçou e eu retribui.
ㅡ Não tinha como você saber. Está tudo bem, eu sei que você o amava demais também. -Jisoo assentiu com a cabeça e seu corpo começou a tremer a medida que seu choro se intensificava. Viver com os Cassano está sendo uma espécie de anestesia para mim, mas agora, vendo a Jisoo se despedaçar de tanto chorar, eu sinto como se estivessem abrindo a ferida e pisando nela com toda a força que podem.
ㅡ Eu o considerava um pai. O pai que eu nunca tive. -É por isso que eu nunca deixei de considerar Jisoo uma amiga, apesar da distância. Eu sabia que o sentimento dela por mim e por meu pai era verdadeiro e genuíno.
ㅡ Desculpe, mas o que está acontecendo? -Virei para trás e vi Vincenzo adentrando a sala. Ele limpou a garganta e me olhou fixamente. Limpei meu rosto rapidamente e levantei.
ㅡ Nada, estávamos apenas conversando. -Olhei para frente e limpei minha garganta.
ㅡ Jisoo, certo? O Haein estava te procurando lá no jardim. -Vincenzo avisou. Jisoo levantou do sofá e me abraçou brevemente antes de sair. ㅡ Eu não fazia a mínima ideia de que você fosse tão próxima da noiva do Jung Hae-in. -Dei de ombros e olhei para cima, tentando não voltar a chorar. Vincenzo caminhou até mim e segurou meu rosto entre suas mãos. Seus polegares acariciaram suavemente as minhas bochechas. ㅡ Te ver assim me deixa extremamente incomodado. -Admitiu, puxei uma respiração fraca e olhei nos seus olhos. Sentindo a mesma coisa de sempre, conforto, segurança e vontade de nunca mais sair de perto dele.
ㅡ Me beija, por favor. -Eu sussurrei baixinho e fechei meus olhos. Eu não me importo com qual vai ser a resposta dele, eu só estou cansada de reprimir esse desejo.

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Amore, Guerra e Gigli - Chaenzo (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora