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Glenda Madison

Eu estava paralisada de terror. O mundo parecia que havia parado. Tudo a minha volta passava a minha frente como em câmera lenta. Foram segundos que pareciam uma eternidade. Dizem que as pessoas veem a vida passar diante dos olhos como um filme antes de morrerem, eu não via minha vida, não via nada, até ouvir um zunido dentro da minha cabeça e uma dor que atravessou minha nuca como a lâmina de uma faca.

Tudo ficou escuro, muito escuro. A dor era muito forte, aguda, a minha cabeça parecia que explodiria. Senti meu corpo sendo segurado.

— Glenda!

Alguém falou comigo, uma voz masculina com uma sonoridade firme e agradável. Me senti segura, era tão bom ouvi-lo. Abri um dos meus olhos primeiro, depois o outro. Estou viva? Não fui atropelada? Suspirei fundo para recuperar o fôlego.

— Glenda, você está bem?

Olhei para meu interlocutor, era o Marcus, ele estava abraçado a mim. Comecei a tremer. Passei as mãos pelos braços para me certificar que estava bem e logo em seguida coloquei a mão sobre o ventre para ter certeza que nada tivesse acontecido com meu bebê.

— Ela está em choque.
— Melhor levá-la para o hospital para uma avaliação.
— Sim.
— Ela entrou na frente do carro de repente, eu não tive culpa.

Aquelas pessoas falando a minha volta, eu conhecia algumas das vozes, mas não sabia de onde. Recostei-me ao peito do Marcus e fechei meus olhos lacrimejantes novamente, minha mente estava confusa, algumas coisas para mim pareciam desconectas. O barulho de uma sirene soou alto nos
meus ouvidos, terrivelmente barulhento. O som penetrou a minha carne como se fosse uma coisa viva, monstruosa. Coloquei as mãos sobre as têmporas e apertei os olhos. Oh Meu Deus, façam com que parem esse barulho, pensei.

— Me tira daqui, Marcus.
— Você precisa ir para o hospital, a ambulância está aqui.
— A minha cabeça está doendo.
— Por isso precisa ir para o hospital, para ver se está tudo certo.

Era a voz da Lívia, ela também estava ao meu lado, tentando me acalmar. Olhei em volta e percebi que já havia formado uma pequena multidão de curiosos. 

— O que aconteceu, Senhor?
— Ela foi quase atropelada, o carro não a atingiu, mas ela está em estado de choque.
— Ela está grávida. — Lívia concluiu.

O paramédico aproximou-se de mim e fez os primeiros procedimentos.

— A senhora pode ir andando até a ambulância?
— Sim.
— Sente dor em algum lugar?
— Minha cabeça, está doendo muito.
— Passarei essa informação ao médico. Além da dor de cabaça, sente mais alguma coisa?
— Não... estou um pouco confusa, como se alguma coisa estivesse faltando.

O homem fez as anotações e todos nós fomos acomodados na ambulância. Marcus falou com alguns homens que não fazia ideia quem eram, antes de entrar na ambulância junto comigo e a Lívia. Fui acomodada na maca e voltei a fechar os olhos, minha cabeça não parava de doer. As portas do veículo se fecharam e começou a se mover pelas ruas. Marcus segurou minha mão me confortando.

Quando chegamos ao hospital, fiz alguns exames, eles verificaram minha pressão e constataram que estava alta, por isso a dor de cabeça. Também fizeram uma ultra-som para ver se o bebê estava bem. Fui medicada e logo estava estável deitada na leito do hospital. Ouvi uma pequena batida na porta, antes de Lívia entrar.

— Oi, como você está?
— Bem agora, minha cabeça parou de doer um pouco.
— Foi um susto danado, mas você não deveria ter corrido daqueles jeito.
— Eu corri? Por quê?
— Não lembra?
— Eu só lembro do momento que o carro freou, antes disso não lembro o que aconteceu. Onde estávamos?
— Na loja, comprando seu vestido de noivado.
— Ah o noivado, onde está o Marcus?
— Ele está resolvendo algumas coisas, logo virá aqui.
— Não vamos adiar o jantar de noivado...

Grávida do Mafioso Onde as histórias ganham vida. Descobre agora