• O Início De Tudo •

3.1K 161 26
                                    

Como de costume, estou no meu quarto. Sentada na minha cama com a guitarra conectada a caixa de som em minhas mãos, tocando alguns solos sem sentido.

Por que não consigo pensar em nada que resulte em algo bom?

Desisto de tentar criar algo e toco uma música qualquer da banda Ghost, a qual minha mãe, Laura Scarborough faz parte, ela é bastante conhecida como Cirrus.

Embora eu goste muito do trabalho dela e a admire, eu não gosto que as pessoas saibam que ela é a minha mãe. Nunca fui muito sociável, então quanto menos pessoas me cercarem, melhor.

Sempre que saímos juntas eu evito andar muito perto dela, e uso uma máscara preta que esconde todo o meu rosto dos olhos para baixo.

Evitamos tirar fotos juntas, e bem, até quando recebemos visitas eu uso a máscara.

Ela comentou comigo que o vocalista, Tobias Forge, está afim de colocar mais uma mulher na banda para ficar na guitarra ou baixo, e ela pensou em mim, mas eu recusei.

Como já disse, quanto menos pessoas me cercando, melhor.

Saio de meus pensamentos e começo a tocar uma das minhas músicas favoritas da banda, Dance Macabre. Com o som no máximo, minha voz alta acompanha o som da guitarra.

— SN! - minha mãe então entra no quarto berrando meu nome, que me assusta e rapidamente coloco minha mão sobre as cordas para que elas parem - Bem melhor, já não basta os garotos com esse fuzuê o dia todo!

— Oi, mãe. - suspiro e me levanto da cama, deitando a guitarra na mesma.

— Olha, o Tobias e o pessoal querem te conhecer. - ela sorri - Por que não tenta? Pode ser que você acabe gostando da área e se soltando mais.

— Isso te deixaria feliz? - pergunto fitando o chão.

— Sim, querida. - ela acaricia meu rosto com seus dedos e me puxa para um abraço, que eu retribuo — Essa tarde vai ter um ensaio da banda e a noite vamos sair pra jantar fora, que ir conosco?

— Eu vou só no ensaio... - imagina ter que tirar a máscara na frente deles!

— Você precisa parar com isso, filha... - minha mãe é contra eu usar as máscaras, para ela, não há motivo algum para usá-las, e de fato ela está certa.

Não tem nenhum motivo que realmente justifique, eu apenas gosto de esconder meu rosto.

— É, pois é... - me afasto e sento novamente na cama, ficando de costas pra ela - Que horas começa o ensaio?

— Às 14h. - ela diz e logo seus passos se afastam, seguindo do ruído da porta sendo fechada. Aproveito e encaro o relógio, que marca exatamente 12:41.

Pode ser que eu me arrependa amargamente dessa escolha...

Guardo a minha guitarra na mochila da mesma e as palhetas em um potinho preto e fosco de vidro.

Tiro meu pijama e me visto. Em seguida eu me desloco do quarto para o banheiro e faço minha higiene bucal e vou para a cozinha comer algo antes de sair. 

— Mãe, pode me fazer um favor?


Moony Ghoul | Per Eriksson (Sodo) x LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora