※ PRÓLOGO ※

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I'm in a field of dandelions.....wishing on every one that you'll be mine, mine...

Ruth B.

No princípio apenas o caos e as trevas comandavam o que hoje chamamos de mundo; de casa. O surgimento da primeira vida ainda era algo totalmente desconhecido e escasso, ouso até mesmo dizer, impensável. Céu e Terra, ambos interligados junto ao universo, este que estava adornado dentro do ovo negro.

Ninguém sabe de onde veio ou quem pôs aquele ovo ali, mas todos sabem que ele sempre esteve ali, a espreita. 

Dentro de si e adornado por uma camada forte de proteção estava um ser místico e divino chamado pelo além de Pangu. Este que esperava tranquilamente pelo seu nascimento.

A casca do ovo parecia ser feita do material mais resistente possível e, com certeza, aquilo não se quebraria tão fácil assim. Há quem pense que quase seria impossível abri-la, só mesmo um filho divino poderia fazer tal coisa.

Milhares de anos se passaram e a ideia de continuar com tudo vazio já não era mais vista por um bom lado, o nascimento precisava acontecer o mais rápido. O colapso gravitacional seria enorme, mas a chance de tudo dar certo era o que fazia esse além acreditar na continuidade.

Quando finalmente a hora chegou, céu e terra já sabiam que iriam ser partidos. Ambos cada um para um lado.

Pangu se viu extremamente agoniado dentro daquela crosta, precisava urgentemente sair dali.

A vida precisava dar início.

Seu movimento fez com que a parte leve, a clara, saísse em disparada para o céu, enquanto a parte inferior e escura, a gema, tomasse caminho contrário e fosse para a terra.

Pangu teria sua cabeça aos céus e seus pés firmados em terra, de acordo com os milênios de anos seu crescimento se tornaria tão gigantesco, que nem mesmo o universo seria seu limite.

Depois disso, quatro novos seres criaram vida. 

Mas nem mesmo o além sabe como surgiram.

Um dragão semelhante a uma fênix, Feng Huang.

Uma tartaruga de cor escura.

E o Qilin, uma criatura que possui cabeça de dragão, cascos de cavalo, corpo de cervo, cauda de touro, dorso de penugem colorida, ventre de pelos amarelos, uma boca que cospe fogo e voz de trovão.

Os quatros se aliaram a Pangu e, no fim, formaram as estações e os cinco elementos da natureza.

O que ninguém esperava era que Pangu tivesse uma data limite de vida.

Afinal, o ser divino e todo poderoso teria uma cota certa de idade?

Nem mesmo o além soube responder.

Sua morte foi trágica para o elo dos cinco elementos, mas em compensação sua morte daria luz ao surgimento de outras vidas. De sua respiração formaram-se os ventos e furacões. Seus olhos se transformaram em sol e lua. Sua barba virou as estrelas. E seus ossos, os minérios.
Suas extremidades configurariam os pilares que separam o céu da terra e seu sangue tornou-se os mares e lagos.

Com o passar dos anos, a vida deu continuidade, tudo fluía tranquilamente. Os elementos continuavam estáveis e os homens passaram a amar e cuidar de tudo deixado por Pangu.

Mas o coração humano é fraco. Na primeira oportunidade, seus olhos vidraram-se no resquício de maldade e ganância ㅡ uma parte inferior ao universo e que infelizmente não teve tempo de ser eliminada.

Do amor e paz, passou-se a ser o caos e ódio. 

Todo o universo estava em colapso!

Mas como resolver uma situação nunca antes vista ou imaginada?

O dragão se sentia cada vez mais ameaçado depois de um boato sobre seu ponto fraco com metais. A carne sensível ao ferro e seus olhos sensíveis ao dia, o que corresponde a uma vantagem e facilidade enorme para os homens usarem contra si.

Os ovos dourados eram uma essência única deixada como presente do universo para um dos elementos da vida.

Os boatos que corriam rápidos como águias aos céus diziam que, quem tivesse os dois ovos mágicos teria poder entre o mal e o bem. Se tornando assim o único ser divino e superior aos demais.

Não foi à toa que os grandes impérios se formaram tão rápidos, aqueles considerados sábios o suficiente, se declararam como imperadores.

E decidido que isso jamais poderia acontecer ㅡ o roubo dos ovos, no casoㅡ, pois se não todo o trabalho Pangu teria sido em vão, o dragão esperou o último solstício de inverno no norte do globo terrestre, para só então usar toda a sua mão para 'chocar' os dois ovos; fazendo surgir sobre os quatro cantos do universo a magia.

Sim, magia.

Palavra derivada do grego "mageía.as", que significa doutrina dos magos. Também derivada pelo latim "magia.ae", com sentido de ato de invocar poderes mágicos.

Há cerca de quarenta mil anos atrás, antes do desabrochar mágico da Flor de Lótus e com milênios de "paz" entre os dois tipos de magias no universo, sendo elas: a magia branca ou magia dos céus, praticada com muitos anos de cultivo e dotado pelo conhecimento de grandes deuses, e a magia negra ou magia praticada no submundo, utilizada de maneira errada e com as únicas intenções de balancear todo o equilíbrio do plano.

Todo o céu celestial, por sua vez, celebrava com muita alegria e festividade o nascimento dessa nova conquista no marco de todo o universo.

Agora, tudo era para ser diferente....era chegada hora da mudança.

Com o mundo da magia sendo divido em diferentes categorias, apenas três delas eram consideradas as principais: Reino Celestial, Reino Humano e o Submundo.

No Reino Celestial ou conhecido também por Reino Celeste, encontrava-se toda a origem e base da magia branca, que em parte influenciava diretamente na balança do universo. Povoada e governada por diferentes deuses ㅡ sendo apenas Hwan-in, o deus superior a todos ㅡ, os mesmos comandavam e controlavam todos os demais, sendo apenas o mundo dos homens, como seus subordinados.

No Reino Humano, por sua vez, havia uma divisão distinta entre duas subclasses: os feiticeiros e os humanos. Dotados de um terço da magia ㅡ seja ela magia branca ou magia negra ㅡ, os feiticeiros quase sempre são pacíficos e boa parte procuravam habitar áreas montanhosas. Os humanos, no entanto, eram parcialmente "inúteis" e tampouco, tinham conhecimento e/ou estudo sobre a magia, apenas sabiam que deveriam ser subordinados dos deuses.

E por último, o tão temível Submundo. Dotado dos piores cultos e preenchido totalmente por magia negra, o lugar era povoado por criaturas demoníacas e guardava os mais sombrios desejos humanos. Assim como o Reino Celestial, o Submundo também é governado por outros deuses, sendo o deus da discórdia, o mais influente sob os demais.

O mundo estava mais uma vez alinhado. Mesmo que agora, nesse mesmo mundo, a disputa pela magia se tornava ponto vital na maioria das relações humanas.

Será que poderia de fato existir paz quando os interesses mundanos são mais importantes na concepção de alguns?

Poderia o amor salvar tudo e todos?

Poderia a dúvida coexistir com a certeza? 

Poderia alguém estar sujeito todo tempo a obediência?

Quando atacar? 

Quando recuar?

Quando amar?

Passado....presente....e futuro.

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Prometido ao Imperador || MinsungOnde as histórias ganham vida. Descobre agora