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Meus Deus do céu, levar um tiro doí demais. Penso em quantos tiros nossos pais já levaram, eles poderiam ter morridos, sempre questionei o porque deles continuarem a viver essa vida e para mim era muito fácil sair disso. Não é fácil, e muito menos simples.

Fui uma filha muito ingrata e injusta, meu mundinho sempre foi perfeito e queria que ele tivesse só pessoas perfeitas, mas eu não sou assim. Sou fútil e acho que o universo inteiro gira ao meu redor, quero tudo sempre do meu jeito e só a minha opinião importa. Não me preocupo com o próximo, t6o pouco me fudendo para o próximo, se eu estou bem nada importa. 

Quero mudar isso, meus pais são criminosos mas nos ensinaram a sermos bondosos e a sempre pensar no próximo. Nunca fiz isso. Minhas palavras voltam com força na minha mente, antes deles serem sequestrados desejei que eles sumissem, no momento da raiva desejei mesmo que eles sumissem. Nunca achei que isso aconteceria, esse é o problema do ser humano achar que nada vai acontecer.

Só aprendemos a dar valor quando perdemos algo, não deveria ser assim. Temos que aproveitar cada momento da nossa vida ao lado de pessoas que amamos, afinal não sabemos quando vai ser a ultima vez.

– Ei. – Jordan estrala os dedos em frente ao meu rosto, pisco os olhos saindo dos meus pensamentos. – Come ai. 

– Não como isso. – Faço careta ao ver o prato de legumes na minha frente. – Odeio suco de laranja. 

– Menina enjoada do caralho. – Resmunga pegando o copo de suco. – Mas vai ter que comer os legumes, pra melhor logo. Hoje vai voltar com os treinos também. 

– Como...

– Tem que ter resistência se levar outro tiro em um combate não vai ter ninguém para te socorrer. Têm que aprender a se virar sozinha. – Explica e reviro os olhos, ele está certo infelizmente. Como aquele prato de legumes rapidamente  enquanto as enfermeiras aplicam alguns remédios na minha veia. 

– Quais vão os treinos? 

– Vamos começar com a luta corporal. – Diz jogando algumas peças de roupa para treinos. – Deixa eu colocar as faixas na suas mãos primeiro. – Pedi meio rude e estico os braços, seus dedos são ágeis em colocar as faixas. Eles sai do quarto sem dizer nada e me troco com a maior paciência do mundo, ainda está doendo minha clavícula. 

– Quero falar com o pessoal. – Digo saindo do quarto e o seguindo pelos enormes corredores dessa casa. – Onde estamos?

– Você falará com eles depois, eles estão ocupados resolvendo suas burradas. E estamos na minha casa. 

– Resolvendo minhas burradas? – Paro de andar e o olho confusa. – Não fiz nada.

– Fez sim, foi incompetente. – Diz ríspido e se vira de frente para minha, seus olhos duros me deixam um pouco acanhada.

– Claro que fui, né. – Reviro os olhos cansada de todos disserem isso. – Comanda você essa merda, então. – Empurro seu peito e eme viro para voltar pro quarto, mas ele segura meu pulso. 

– Por isso que você é incompetente, muito esquentadinha. – Sua frase sai sarcástica demais pro meu gosto. – Nunca vai ser nem a metade de seus pais, infelizmente eles criaram filhos incompetentes. 

Franzo a sobrancelha ao escutar isso, meu sangue ferve e sinto a raiva se instalar em meu peito. Aperto meus dedos e soco seu rosto com força o pegando de surpresa, Jordan vai pra trás com o intacto e me olha boquiaberto. 

– Nunca mais fale da minha família, você não sabe de nada. É muito fácil julgar de fora. – Falo entre dentes indo para cima dele e o empurrando diversas vezes. 

My GângsterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora