Prólogo

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Da varanda de sua casa na Fazenda Sunshine, Kim Namjoon contemplava o nascer de mais um dia. Todas aquelas terras, que agora lhe pertenciam, haviam sido demarcadas e tratadas por seu bisavô no começo do século passado. 

De seu bisavô, o controle das terras passou para o seu avó, depois para o seu pai, e, agora, pertencia a ele. Sem dramas, sem reviravoltas, assim se resumia a saga da família Kim, uma das mais tradicionais e poderosas da região.

A fazenda ficava perto de uma cidadezinha de cinco mil habitantes, localizada numa região montanhosa. 

Os olhos de Kim Namjoon se fixaram no celeiro, cuja porta estava entreaberta. Ele franziu o cenho em sinal de desagrado. Uma rajada de vento agitou-lhe os cabelos negros e fez a porta do celeiro bater.

Namjoon sorriu:

— Um trabalho a menos para fazer nesta manhã.

O sorriso prolongou-se no rosto másculo e bronzeado.

Namjoon lembrava-se agora de Choi Seokjin e do encontro deles na tarde anterior. Fora essa a razão pela qual ele se esquecera de fechar o celeiro à noite.

Ao dirigir-se à casa da família Lee, na véspera, Namjoon sabia muito bem que encontraria Choi Seokjin lá. Afinal, era terça-feira, dia em que ele costumava fazer a faxina geral naquela casa.

Ao chegar, tal como esperava, havia sido atendido por Seokjin. Ele não fora grosseiro, mas recebera-o de maneira fria e distante, avisando-o que o casal Lee não estava e sugerindo que ele voltasse mais tarde.

Bem... O que Seokjin dissera não fora exatamente uma sugestão e sim uma ordem. Mas Namjoon havia respondido apenas que esperaria pelos Lee ali mesmo. E sentara-se num degrau da varanda, sem a menor cerimônia. Aliás, era por isso mesmo que tinha ido até lá: para ficar a sós com Seokjin e estudar suas reações... Em vão.

O ômega simplesmente o ignorara, cortando-lhe todas as tentativas de iniciar uma conversa.

— Quando nos aproximamos de uma roseira — o alfa disse, a certa altura —, sabemos que os espinhos vão nos ferir, mas as rosas são tão lindas que valem o risco...

Seokjin o olhara com indiferença, dando a entender que nem sequer tinha prestado atenção em suas palavras. E quando os Lee chegaram, ele terminara a faxina. Despedira-se então com um cumprimento geral, sem olhá-lo.

Namjoon demorara-se um pouco a conversar com Sr. Lee, falando sobre o gado, as chuvas tardias e as safras do ano. Em seguida retirara-se.

O som de um motor se aproximando interrompeu as lembranças de Namjoon, que logo reconheceu a caminhonete azul do pai. Kim Minseok ocupava uma das casas da fazenda, situada a cerca de três quilômetros dali.

— Bom dia — disse, estacionando o veículo em frente à casa e saindo em seguida, — Vim saber o que você pretende fazer sobre aquele assunto — anunciou, no seu jeito simples e direto de ser.

O assunto ao qual o velho Kim se referia era Choi Soobin, filho de Seokjin, um garoto de dezesseis anos por quem a família se interessava havia muito tempo.

— Acho que chegou a hora de assumir essa obrigação — disse Namjoon, com gravidade. — E estou disposto a fazer isso o mais breve possível.

— Seja cauteloso, filho — o mais velho aconselhou. — A situação é muito delicada e pode trazer problemas para todos nós, sobretudo para você.

— Eu sei — Namjoon concordou. — Mas o garoto é responsabilidade nossa. Eu o vi outro dia, na beira do rio.

— E o que achou? — o mais velho indagou, curioso.

— Choi Soobin está numa idade crítica, as características lupinas estão se desenvolvendo rápido, isso é bem perceptível. Ele precisa de uma orientação alfa, precisa da nossa orientação. Creio que Seokjin o criou bem, mas...

— Essa é a questão — o pai o interrompeu. — Ou melhor: este é o problema. Você já fez várias tentativas de se aproximar do garoto, mas Choi Seokjin sempre o impediu.

— Desta vez será diferente — Namjoon afirmou, com tamanha determinação que surpreendeu o mais velho.

— Bem, filho, você deve saber o que está dizendo.

— Pode apostar que sim, pai. Dessa vez, não deixaria Choi Seokjin fugir.


🪐 💫


Começamos oficialmente a fanfic!

Espero realmente que gostem

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