2. A Ilha Principal

33 4 0
                                    

- Está indo para a ilha principal, Atalanta? - a ninfa flutuava ao redor da cabeça da guerreira, à medida que a garota atravessava a enorme ponte de madeira que ligava a Ilha dos Guerreiros com a Ilha Principal. - Não vejo você por aqui à algum tempo!

Yamman era uma das simpáticas ninfas (ou Náiade, especificamente falando) que habitavam a cachoeira do outro lado da ponte. Ela era conhecida por sempre abordar as pessoas que cruzavam a ponte. Sua presença era uma como uma refrescante ducha de água gelada em um dia quente.

- Ah, Yamman. - Atalanta cumprimentou. - Bom ver você. Você parece bem. Estou indo conversar com Céos.

Era uma ninfa muito charmosa, a Yamman. Seu aspecto era de um azul claro, quase que transparente, semelhante às águas cristalinas que desciam de seu habitat natural. Era possível, às vezes, confundi-la com o azul do céu; mas, uma vez notada, suas curvas prateadas eram impossíveis de esquecer. Com um arco de flores, seu cabelo descia para baixo dos ombros, ondulados como as ondas do oceano. Os olhos... Atalanta evitava encará-los muito. Eram dolorosamente belos. Ela não sabia explicar bem.

- Você quem parece. - Yamman respondeu, cordial. - Está ainda mais alta, se é que isso é possível. E forte também.

Atalanta sorriu. Haviam chegado ao outro lado. Estavam na ilha principal.

Ela olhou para baixo, na queda enorme da cachoeira: a moradia das náiades. Somada com a visão do mar lá em baixo, o céu azul e o brilho do sol em cima – aquela era realmente uma visão incrível.

- Incrível, não é? - a ninfa disse, juntando-se a Atalanta. - A beleza e a pureza dessa ilha sempre encantam até a nós, da natureza.

- Tem razão. - Atalanta assentiu.

- Mas... entendo porquê o Titã possa estar lhe chamando. - Yamman disse. Sua voz e expressão assumiram um tom de preocupação.

- O que quer dizer? - Atalanta questionou, sem entender.

- Sinto que a magia ao redor dessa ilha está cada vez mais fraca. - a ninfa respondeu, triste. Seus olhos olhavam diretamente para a borda que dividia o céu do mar. - Esse não será um lugar anônimo aos olhos olimpianos por muito mais tempo.

Atalanta não respondeu. Secretamente, ela também compartilhava essa preocupação recentemente.

- Digo... é claro para você, não é? - Yamman continuou. - O número de criaturas do Tártaro continua a crescer, principalmente na Selva de Hipérion. Está um... absurdo caos por lá.

Selva de Hipérion. Era o lugar mais perigoso de toda Nova Crimeia, diretamente com a benção do perverso Titã. Um local de árvores monstruosas, lar dos monstros mais assassinos. Não era um lugar que os semi-deuses ou qualquer um daquela ilha gostavam de estar. Além disso, no final daquela selva, estava ela...

- Posso dizer que tenho percebido uma coisa ou outra. - Atalanta finalmente respondeu. - Mas, não sei... as coisas também estão mais feias do lado de fora. Pode ser apenas uma coincidência.

Pelo silêncio de Yamman, Atalanta sabia que não era. Um espírito da natureza sentia muito mais do que uma mortal qualquer.

- Você sente algo vindo de Poseidon? - questionou Atalanta, curiosa em saber.

Yamman fez que não.

- Não é bem assim. - ela explicou. - Apenas podemos sentir quando ele tem alguma emoção forte. Como quando está com raiva, abalado... No momento, ele não parece sentir nenhum dos dois. Parece mais algo vindo de... não, não sei te explicar.

Atalanta não diria isso. Estava mais para: "Não quero te pertubar ainda mais, garotinha". Mas ela não questionaria a náiade.

- Enfim, boa sorte no que quer que o Titã exija de você! - Yamman anunciou, à medida que começavam a se afastar demais da cachoeira. Sua cor ficava ainda mais fraca; o local era sua fonte de vitalidade. - Você é a pessoa certa para essa ilha.

A Guerreira da Eternidade (Percy Jackson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora