Uma Vida Normal

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Dezesseis anos se passaram após o nascimento de Harry. Os Cullens já não viviam mais em Forks, pois as idades que diziam ter já não condiziam com suas aparências e precisavam se manter longe, até que os moradores da cidade esquecessem seus rostos.

Jacob seguiu viagem com os vampiros, deixando Sam novamente na liderança de seu bando, que continuava forte e intacto, pois nenhum dos quileutes conseguiu dar um "adeus" permanente aos genes lupinos, devido às invasões vampíricas que aconteciam de tempos em tempos.

Hana e Seth já estavam casados há alguns anos, moravam perto de Sue, para não deixá-la completamente sozinha, e não planejavam ter filhos tão cedo, alegando que queriam curtir mais o casamento e a vida a dois.

Emily e Leah voltaram a conversar aos poucos, depois do nascimento de Harry, entretanto, elas sabiam que nada voltaria a ser como antes; nem tanto pelas mágoas do passado, pois essas estavam devidamente curadas e enterradas, mas por perceberem que o herdeiro Clearwater era um líder nato, muito melhor e mais ativo que o herdeiro Uley - que era o mais velho e o esperado como futuro alfa.

A família Uley sabia que o mestiço era especial e tinha grande potencial de liderança, porém, sentiam-se um pouco enciumados por não ser o filho deles com todo aquele talento... Nicolas Uley, o filho, nunca conseguia liderar nada quando Harry estava presente, nem mesmo uma simples brincadeira de pique-esconde. Era sempre o Clearwater a ditar as regras e pronunciar os vencedores, e isso também acarretava nele, certo grau de rivalidade.

Contudo, o que era ruim para uns, era orgulho para outros. Leah e Lucian viviam tranquilamente em La Push e tinham orgulho da maneira com que o filho crescia, sem ao menos perceber a linhagem sanguínea alfa e pura que corria em suas veias.

Harry, já com dezesseis anos, tornou-se um belíssimo garoto: moreno, com um engraçado cabelo ondulado, muito bem encorpado, lábios carnudos, um gênio forte como o da mãe e um sorriso sedutor como o do pai. Muitos acreditavam que o crescimento do garoto seria acelerado como sua gestação, entretanto, nada aconteceu como o previsto.

Leah tinha total ciência do futuro de seu filho na reserva e, assim que o garoto teve idade suficiente para compreender e guardar o segredo, ela lhe revelou as verdades por trás das lendas quileutes e cherokees... No início, Harry ficara realmente deslumbrado com o fato de se tornar um lobisomem, mas, com o passar dos anos, acabou deixando a empolgação de lado e passou a desejar uma vida normal, sem poderes, sem transformações e sem lutas.

Para viver uma vida normal, Harry insistiu que fosse transferido para a escola de Forks, alegando aos pais que tinha de aproveitar a ausência dos Cullens para desfrutar a vida na cidade. E sem ter muitos argumentos contra, Leah acabou por ceder aos caprichos do filho.

― Mãe, pai, estou saindo! - anuncia, enquanto apanha a mochila e as chaves do carro.

― Até quando vai continuar com isso, Harry? - retruca Lucian. - Você sabe que pode acontecer a qualquer momento, por que insiste em estudar naquela escola?

― Não vai acontecer, não quero que aconteça! Virar lobisomem está fora dos meus planos e ponto final - responde mal humorado.

Lucian revira os olhos impacientemente, e, após a saída do filho, se dirige à mesa do café, onde sua amada loba já o esperava.

― Bom dia, Sra. Clearwater. - Sorri.

― Bom dia, Sr. Clearwater - responde no mesmo tom. - Como se sente tendo um filho jovem e de gênio forte? - pergunta irônica.

― Irritado! - bufa. - Não me lembro de ser assim quando adolescente...

― Acho que essa parte veio de mim, confesso! - Levanta as mãos em sinal de rendição.

Leah 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora