Surgido os primeiros raios de sol, Nevra já reunira os grupos que examinariam os arredores de Eel e estava lhes passando as ordens já tendo explicado os possíveis eventos que estavam ocorrendo. Ezarel estava no laboratório fazendo o inventario das poções para poder escolher melhor quais produzir. E Valkyon estava descendo as escadarias para a prisão.
Ele aproximou-se de uma cela onde havia um homem em vestes de algodão amarelada com correntes presas aos pés, pulsos, cintura e pescoço e com o cabelo com metade do tamanho do cabelo de Valkyon. Era o Lance.
- Parece que algo interessante resolveu acontecer em Eel. - disse Lance sem tirar os olhos do chão em que estava sentado.
- O quê quer dizer? - Valkyon se mantinha impassível.
- Acha que eu não sei o porquê de você estar aqui agora? De quem é a presença que vem da floresta?
Valkyon ficou estático por um instante - Então, realmente pode ser outro dragão.
- Rá! Se não fosse por toda essa segurança, eu já teria ido atrás da criatura. E assim alertá-la de todos os traidores aqui existentes.
- Você foi o único que nos traiu Lance.
- Mentiroso!! - gritou Lance furioso - São vocês os traidores! Você me traiu! Acha que eu irei esquecer o que você e até mesmo meu ex-sócio fizeram comigo dois anos atrás? Acha que vou esquecer que aquele maldito do Leiftan se deixou ter uma parada cardíaca que quase lhe custou a vida só para romper o pacto entre nós e assim abrir a boca? E a forma com que vocês me enganaram para impedir a destruição deste mundo usando o meu poder, acha que esquecerei? E aliás... - agora seu tom era provocativo - como anda o cachorrinho do Leiftan? Depois que ele se acorrentou a sua namoradinha, ele conseguiu fazer dela a Eva dos aengels? Sendo ele o Adão?
Valkyon não se importava de ouvir os insultos do irmão, desde que não envolve-se sua amada, também membro da Reluzente agora.
- Em primeiro lugar, eu nunca permitiria que eles ficassem juntos sozinhos, nem ela o quer, e segundo, eu confio plenamente na Erika.
- Oh, sim! A Erika é realmente uma mulher confiável, mas... e o Leiftan? Confia nele? O que lhe garante que ele não tente seduzi-la em cada mínima oportunidade que obter?
Valkyon estava cada vez mais furioso e apenas foi embora dizendo que já conseguiu o que queria deixando Lance gargalhando para trás.
***
Quando acordei de meu cochilo, estava sozinha. O tal lobo havia sumido. Bom ele teve ter ido procurar pelos seus. Resolvi guardar minhas coisas de volta na mochila e tomar coragem para voltar a procurar uma fonte de água, ainda mais depois de ter desperdiçado um pouco lavando o meu pé para poder lavar a ferida daquele lobo. Quando estava terminando de me erguer eu o vejo chegando com um enorme bastão de madeira na boca e abanando a cauda.
- Isso é pra mim? - o questiono que apenas o deixa aos meus pés sentando e sacudindo a língua e cauda como um cachorro qualquer. Pequei o bastão e o examinei mais ou menos. Não era muito pesado e me parecia bem resistente. - Obrigada! Isso com certeza vai me ajudar. - Ele latiu uma vez como se estivesse dizendo: "de nada". - Agora o que eu preciso mesmo é encontrar uma fonte de agua potável, ou irei passar sede.
Seja lá qual for a espécie daquele canino, ele com certeza me compreendia, pois assim que terminei de falar ele se ergueu e começou a caminhar me olhando de forma que parecia dizer: "então me siga!". Eu ainda duvidei um pouco do que a minha imaginação me revelava, aquilo tudo poderia muito bem ser um dos meus sonhos loucos! Mas, por mais louco que seja o que sonhe, eu nunca me machucava, e aquela torção em meu pé não era uma ilusão. Só depois que ele deu um latido me chamando a atenção é que passei a segui-lo. - Tá bom, tá bom! Já estou indo! - disse a ele.
O segui por quase meia hora até chegarmos a uma pequena cascata de aguas tão cristalinas que quase pensei que fossem mágicas. Ele se aproximou da agua e começou a bebê-la, não demorei pra fazer o mesmo, o bastão foi útil, mas a caminhada ainda me deixou com sede. A agua estava uma delícia! Geladinha e docinha. Enchi logo a minha garrafa.
Bom, já sabia onde encontrar agua, mas e quanto àquela floresta? Ainda não tinha ideia de onde eu estava.
- Preciso ao menos encontrar um lugar seguro para dormir as noites enquanto não descubro aonde raios vim parar. - acabei dizendo.
O cachorro (é cachorro, o comportamento dele mais lembrava um cachorro do que um lobo sem falar que ele parecia ter o tamanho do Scooby Doo! Ainda bem que ele era amigo, até agora...) apenas terminou de beber a agua que lhe escorria pela boca esfregando a língua e começou a caminhar outra vez. De novo ele precisou me dar um latido para que eu o seguisse. Caminhamos menos dessa vez, ele me levou até uma espécie de caverna ou gruta, não sei, e ele outra vez precisou me chamar pra que pudesse continuar lhe seguindo.
Era uma caverna, uma caverna longa, meio úmida e um pouco escura, mas dava pra enxerga o chão sem problemas. Continuamos penetrando até alcançarmos o fim da caverna, onde havia um espaço aberto quase do tamanho de metade da minha casa (que por sinal minha casa tinha 6 cômodos, mais lavanderia, garagem para três, área de lazer e "quarto da bagunça". Ou seja, mesmo sendo menor que minha casa, ainda era enorme). Havia algumas passagens de ar e luz nas extremidades do teto, deixando as condições daquele ambiente aceitável para moradia. Estalactites e estalagmites eram mais presentes no caminho até o fundo, naquela área aberta, o chão era irregular mas possuía poucas "colunas", nada que um pouco de esforço braçal não resolvesse.
Levei um susto quando uma espécie de aranha gigante (com ênfase no gigante) se aproximou de mim. Ela parecia uma tarântula albina mutante do tamanho de um cachorro médio. Quase tive um piripaqui com o susto! O cachorro se aproximou dela e pareceu que eles "conversavam". Jesus amado! Eu realmente não devia estar no meu mundo. É loucura demais para acreditar que se tratava de espécies ainda não descobertas pelo homem!
Depois da "conversa" entre eles, a aranha fez um barulho estranho e pro meu desespero um enorme grupo de aranhas menores (filhotes com certeza, socorro Mãezinha) desceram do teto, as menores observavam a maior com mais atenção do que à mim. Depois que ela terminou de falar com as outras, todas voltaram para os espaços escuros do teto.
- Ahff! Esse será um looongo dia! - acabei dizendo.
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Eldarya - Uma Aventura Inesperada
FantasyTodo fã de fantasia já teve ter sonhado ao menos uma vez viajar para um mundo mágico. Viver aventuras, descobrir poderes e realizar atos que fariam grande diferença naquele mundo... Mas, e quando isso acontece? Que tipos de sorrisos e lágrimas seria...
