7: sentir

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Depois daquela tarde, lisa parecia estar mais leve, seus olhos estavam com uma feição mais animada e eu não sabia que lalisa Manoban poderia ser tão falante quanto estava agora falando de quando foi esquiar um ano antes do acidente. Sua boca tem um formato diferente e quando ela fala me chama tanta atenção que quase não consigo dar ouvidos ao que diz, mas eu seria uma pessoa burra se eu não ouvisse tudo que ela tem a dizer enquanto mexe as mãos empolgada e sua franjinha se mexe com o pouquíssimo vento que entra pela janela da sala.

Eu estou sentada no sofá, com as pernas dobradas e com a mão acariciando os pelos de Kuma que nesse momento estava mais concentrado em olhar lisa do que aproveitar meu carinho. Pelo jeito ela o conquistou.

e então está querendo me dizer que ia todo ano pescar com seu avô? — já haviam saído do assunto esquiar, mas lisa ainda parecia contente em dividir suas histórias mirabolantes comigo.

— esse ano eu não fui... mas de toda forma, eu acho que esse ano nem tinha tanta variedade de peixes mesmo. — ela suspirou baixinho e encarou meus olhos.

— você não me disse nada sobre o que eu te propôs lá no parque... — digo enquanto encosto minha cabeça na parte de trás do sofá, lisa me lança um olhar tedioso e eu sorrio mostrando os dentes. — você já é pessimista, você já acredita que não vai voltar a andar... O que custa tentar? Assim, se de fato não voltar, não haverá surpresa. Mas se continuar sentada aí você vai passar a se perguntar "e se..."

— você é tão chata Jennie, tão chataaaaa. — ela disse resmungando e revirando os olhos. — posso ir, duas vezes por semana está ótimo.

— perfeito... Vou ligar para Roseanne e dizer isso.

— deixa para falar com ela quando chegar, Roseanne vai ter que voltar antes do esperado por causa de uma reunião muito importante aqui. — lisa ajeitou sua franjinha. — eu vou ligar para um restaurante e pedir comida, liga para seus amigos... Vocês gostam de uma fofoca.

— você anda ouvindo minhas conversas, lalisa Manobal? — eu perguntei e ela não respondeu, apenas saiu rindo.

E falando no diabo...

O celular ligou e a cara de Jisoo apareceu na tela, era uma ligação somente de voz e eu rapidamente atendi.

eu acabei de ganhar um amistoso. — sua voz estava animada, emocionada e por eu conhecer jisoo melhor que qualquer pessoa, eu sabia exatamente que seus olhos estavam brilhando de emoção. — eu estou um roxo na barriga e no braço, mas cara... Um amistoso no Japão!! Você tem noção?

eu estou tão feliz por você, Jisoo! Você não sabe o quanto! — digo emocionada.

Jisoo fazia parte daquelas pessoas que ama muito fazer algo, mas por motivos pessoais acabaram escolhendo uma coisa mais segura... Ela amava lutar Muay thai, sempre que saía da escola ela ia diretamente para lá e eu ficava animada ao ver ela animada com isso. O sonho dela era lutar profissionalmente, carregar uma medalha de ouro no peito e chorar ao olhar pra uma câmera e imaginar sua mãe assistindo, mas como qualquer garota de elite, jisoo teve que deixar esse sonho de lado para cumprir apenas o que seus pais queriam que ela fizesse. Porém, mesmo tendo seguido os passos profissionais do pai, ela continua lutando amistosos as escondidas dos dois.

cara você tinha que ver, Jennie! Eu estava invencível, jendeukie!

queria muito ter visto isso... Mal vejo a hora de você voltar pra eu ir ver algum amistoso seu, sabe como eu adoro gritar até perder a voz.

Amistoso... Palavra simples para descrever lutas as escondidas dos pais de Jisoo e também as escondidas da academia que ela frequentava. Ela vivia escondendo suas habilidades com medo de quem a chamassem para uma luta mais séria onde passaria na tv.

Promessas e Lisa Manoban Onde histórias criam vida. Descubra agora