Almoço e terapia em família

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— Eugene vai ficar bem? — Enid perguntou.

— Sim. Mas está em coma. — Mors respondeu enquanto se arrumava para a reunião de pais. — Wandinha, tem alguém nos vigiando.

— Não me diga.

— É sério. Aquela música com a tinta não foi coincidência. A mesma coisa aconteceu há alguns anos.

— Eu sei. — Mors a encarou. — Raspei o cabelo da garota que se juntou com aquele menino nojento e digamos que ele está com a pele toda vermelha até hoje por causa da tinta permanente para pele que joguei nele.

Mors acabou rindo. Realmente, Wandinha tinha um jeito estranho de demonstrar amor.

— Vamos? — Enid chamou e Mors encarou Mãozinha.

— Não arrume encrencas. — a mão assentiu.

O quadrado estava repleto de alunos e pais quando as três chegaram no local.

— Dou trinta segundos pra minha mãe mostrar as garras críticas. — Enid falou com Wandinha e Mors assim que a apresentação terminou. — Vamos acabar logo com isso.

— Olha elas aí. — Gomez disse.

— Como vocês estão, nuvens cinzentas? — Mortícia perguntou.

— Pensei que o Mãozinha tivesse contando todos os nossos passos. — Eles se entreolharam com expressões culpadas. — Descobrimos seu fraco subterfúgio quase de imediato.

— Como ele está? Ainda tem os cinco dedos?

— Wandinha ainda não quebrou nenhum dedo dele. — Gomez suspirou aliviado.

— Nos conte tudo.

— Desde que nos deixaram aqui, fomos caçadas, assombradas e alvos de tentativa de homicídio.

— Ah, Nunca Mais, eu te amo tanto!

Mors abraçou seu irmão e os pais, antes de ir para o andar de cima e se sentar em um dos bancos de cimento. Quanto menos tempo passasse ouvindo comparações entre ela e Wandinha, melhor. O almoço seria o momento de matar a saudade da família. Ela olhou para o lado e viu Mãozinha.

— Não devia estar escondido? — perguntou com as sobrancelhas arqueadas. — Papai está com saudades de você também.

Ela deixou a mão se apoiar em seu ombro.

— Não estou triste. Só não quero me sentir mal por não alcançar as expectativas dos meus pais. — ela olhou para a mão, que desceu pelo seu braço. — Eles esperam que eu seja mais como eles sim. Sou normal demais para a família Addams. — Mors sorriu. — Obrigada, Mãozinha. Não consigo me ver como uma ótima excluída, mas agradeço.

— Falando sozinha? — ela virou o rosto e viu Xavier, que se sentou ao lado dela pouco depois de Mãozinha ir embora.

— Preciso me distrair da pressão familiar. — sorriu. — Seus pais não vieram?

— Eles nunca vêm. — respirou fundo.

— Sinto muito por isso.

— Estou acostumado. Está melhor?

— Sim. Obrigada, Xavier. Me desculpe por ter sido grossa com você no estúdio.

— Não precisa se desculpar. Eu fui um babaca.

Os dois ficaram em silêncio durante alguns segundos.

— Então, está com Tyler agora?

Mors o encarou. — Não. Ele apenas me convidou para o baile.

𝑻𝒐𝒐 𝑵𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍 • 𝑿𝒂𝒗𝒊𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒐𝒓𝒑𝒆Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang