•☆.•*'¨'*••♥ Cap.26 ♥••*'¨'*•.☆•

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Cris

Ontem foi mesmo um dia e tanto. Minhas pernas ficaram moídas depois de quatro viagens entre a caverna e Eel para efetuarmos a mudança (graças a Deus que tive bastante ajuda, ou sabe-se lá quantas teriam sido.), ofereci a todos um dos potes extras (não sei direito de onde saíram ainda, mas agradeço) de doce que me foi entregue e todos aceitaram, especialmente o Ezarel (ele levou o pode com os últimos junto! Aproveita guloso...). Quando todos se despediram a primeira coisa que eu fiz foi tomar um banho. Um banho de chuveiro quente. Aaah... não pude nem resistir a lavar minha cabeça naquela agua quentinha em que eu não precisava ficar agachada, mesmo sendo tarde para isso (sempre evitei dormir com o cabelo molhado uma vez que cachos e secador de cabelo não são compatíveis).

E que saudades eu já estava de poder dormir sob um colchão macio... Não que eu não goste de dormir em uma rede (sempre que tinha que ceder minha cama à parentes eu gostava de dormir na rede) ou que a cama que dividi com Anya nas duas noites passadas fosse ruim, não. É que não há nada como dormir sob a sua cama, com um maravilhoso colchão (acordei sem qualquer rastro de dor de ontem).

E além do mais, segundo a Miiko, eu só tenho mais hoje para terminar de fazer tudo o que não pude fazer ontem e anteontem (com a cortesia do Cristal Vivo, que agora é o Novo Grande Cristal, e de Celsior, por conta do estado em que ele havia deixado seu antigo quarto) como me apresentar oficialmente à minha guarda: a Obsidiana, por exemplo.

Quanto a viagem, deixei minha mochila pronta ontem mesmo (estava inquieta e precisava deixar o cabelo secar um pouco) com umas três mudas de roupa e itens básicos. Carregarei meu celular e o carregador solar junto para poder tirar fotos de Eldarya (já que estou em um outro mundo, vou aproveitar) além de também me ajudar a reconhecer o que de fato estará diante dos meus olhos (quem sabe assim evito novas confusões como foi com a Erika e o Leiftan, concordam?).

A única coisa que estranhei foi o pedido de Anya antes de sair pra casa dela... porque foi que ela me pediu para usar um vestido solto no dia da viagem? (e sem a roupa íntima...) Espero que essa surpresa dela não me faça ficar arrependida e que alívio eu senti quando ela me garantiu que não havia risco de um certo vampiro me fazer uma "visita noturna". De forma alguma irei baixar minha guarda com aquele sedutor sem descobrir ao menos um meio de mantê-lo longe de minhas veias, mas ainda assim... preciso falar com ele.

Só acordei cedo porque Absol me chamou já me entregando uma roupa própria para treinar (ele está ansioso demais pro meu gosto) que não demorei a vestir. Arrumei a cama, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, deixei tudo mais ou menos no lugar e tranquei o quarto para ir ao salão atrás do meu café da manhã.

Encontrei Nevra no corredor durante o caminho. – Bom dia Nevra. – disse e ele se virou na hora para mim.

– Muito bom dia, minha bela guerreira! – respondeu ele com um enorme sorriso e uma reverência cavalheiresca (já tão cedo!?).

Não conseguia dizer o que eu queria à ele e ele parecia estar ocupado pois não se demorou pra começar a ir embora. Respirei fundo pra tomar coragem – Obrigada... – foi tudo o que eu consegui dizer.

– Não precisa me agradecer quando eu lhe disser uma verdade. – falou ele se voltando de novo para mim.

– Não é por isso que eu agradeci.

– É pelo quarto então? Aquilo não foi nada... Disse que todos nós lhe devíamos. – ele agora se aproximava (o que ele planeja?).

– Também não é por isso.

– Está me agradecendo pelo o quê então? – (ele está quase me colocando contra a parede?? Respira Cris).

– Por Anya. – falei enfim e agora ele parece ter ficado sério e me encarava em silêncio – Sei que estou meio atrasada para agradecer-lhe por isso, mas... No dia em que Anya e eu sabotamos aqueles mercenários, enquanto nós fugíamos, se não fosse por você talvez Anya... – as lágrimas começaram a querer se formar com as lembranças e tremia – Quando vi Anya cair com aqueles homens atrás de nós, eu entrei em um desespero tão grande, mas tão grande... Sabia que havia poções dentro da bolsa que ela carregava, mas minha mente estava travada, em branco! Não conseguia fazer mais nada além de chamá-la. – acabei engolindo seco enquanto enxugava um pouco das lágrimas – E... mesmo que eu me lembrasse o que precisava fazer para salvá-la, aqueles soldados não me permitiriam. – o Nevra continuava me ouvindo, sério e em silêncio – Tanto que eles não hesitaram em derramar uma chuva de balas sobre mim enquanto o meu Cristal me protegia. E se não fosse pelo Cristal, nem mesmo eles eu teria conseguido encarar. Se não fosse você... – agora eu o encarava nos olhos – ...muito provavelmente, Anya não teria resistido o suficiente para que eu pudesse ajudá-la. Por isso... muito obrigada, Nevra.

Eldarya - Uma Aventura InesperadaWhere stories live. Discover now