O julgamento: parte II

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N.A. : desculpem a demora, mas tive problemas com a revisão do capitulo . Este capitulo pode conter gatilhos para algumas pessoas sobre violência física e emocional.

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As portas se abrem e os murmúrios se intensificam, todos ficaram olhando quem adentrou o julgamento e um jovem aparentemente mais velho que nós entrou andando com a ajuda de uma muleta e junto a ele um ômega muito parecido em suas feições, ele não olhou para os lados apenas em um ponto fixo em algum lugar, mas ao chegar em frente a nós ele nos dirigiu seu olhar por um breve instante e havia tanto sofrimento e dor neles, logo seguindo sua caminhada se sentou no local das testemunhas, com o olhar baixo sem observar os alfas e naquele momento já se fazia um enorme silêncio, todos aguardando o que iria acontecer.

O advogado o apresenta, seu nome era Davi e ele era o alfa que eles haviam espancado no ano anterior e quando olhei para os três alfas, havia uma inquietação e um certo pavor em seus olhares misturado com muita raiva, acho que agora não teriam escapatória. 

Davi começou a relatar que era aluno regular da universidade, quando os alfas o abordaram e fizeram uma proposta para se juntar a eles em troca de proteção, apesar dele não ser tão forte  quanto os outros alfas ele tinha influencia junto a alguns alunos que eram do interesse dos alfas subjugar, dentre eles havia um em especial... um ômega... filho de um próspero empresário... Ao se recusar a juntar a eles tudo começou, eles passaram a ameaça-lo, o atormentando onde quer que ele fosse, fazendo bullying, caluniando, difamando-o, com isso ele perdeu "amigos" que se afastaram por medo dos alfas, ficando cada vez mais sozinho, até que começaram a persegui-lo também fora da universidade, ameaçando a sua família e com tudo isso ele começou a ter crises de pânico.

_ Senhor Meritíssimo Juiz, tudo isso é irrelevante para este caso. - o promotor se pronunciou.

_ Senhor promotor não acha que eu iria trazer esta testemunha, que concordou em se expor e relatar todo o sofrimento que ele viveu, se não tivesse relevância, não é? Você me toma por tão pouco... - o advogado sorriu sarcasticamente calando o promotor.

— Queira ser mais claro, senhor advogado?! - o juiz olhou para o advogado, enquanto o promotor se afastou um pouco.

- Senhor Meritíssimo Juiz estou tentando traçar uma linha de raciocínio, onde é patente o caráter duvidoso dos réus, além de ter base sob o entendimento e capacidade de julgamento moral dos mesmos. - nisso uma pequena ômega se aproxima e entrega um envelope nas mãos do advogado, que entrega ao juiz. A conhecíamos, ela era a assistente e braço direito do advogado, mas o que será que ela trouxe?

- E falando nisso, estou anexando aos autos do processo o teste psicológico que o perito fez nos três réus. - isso fez meu queixo cair, olho para Thomaz que tinha um pequeno sorriso e Nath apertou minha mão.

- Como assim, Senhor Meritíssimo Juiz esse não é o procedimento?? - o promotor logo se pronuncia.

- Na verdade este perito foi minha indicação, pleiteada pelo então advogado de defesa, antes deste julgamento, portanto prossiga. - foi apenas o que o juiz disse, muito sério, fazendo o promotor trincar o maxilar e  aceitar.

O advogado trouxe gravações de conversas telefônicas, além de mensagens direcionadas a Davi, mas em todas haviam ameaças feitas pelos alfas ao próprio Davi e a sua família, algumas filmagens feitas no campus da universidade, demonstravam a perseguição a que com frequência Davi era submetido e uma destas filmagens foi feita através de um celular, onde era visto Davi na rua e dois dos alfas o seguravam e o outro o socava, só não teve um mal desfecho, porque alguém gritou que chamou a polícia e eles fugiram.

Soulmates: memórias de uma vidaWhere stories live. Discover now