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Era isso.

Millie havia chegado à mansão do chefe para se entregar. Agora que ela não estava mais bêbada, ela estava se sentindo apavorada. Millie sabia que estava prestes a enfrentar a ira final de The Boss; que, sem dúvida, terminaria em sua morte. Mas Millie sabia que isso era o que ela tinha que fazer. Era a única coisa que ela podia fazer. Melhor ela confessar seus pecados antes que ele descobrisse por si mesmo. Esperançosamente, ele não iria torturá-la por tanto tempo.

Millie tentara desesperadamente esquecer os acontecimentos dos últimos dias. Ela havia bebido até o estupor várias vezes. No entanto, não importa o que ela fizesse, não importa o quanto ela tentasse. Os eventos daquela noite ainda permaneciam claros em sua mente. Ainda era tudo o que ela pensava.

A dor era tudo o que ela sentia.

Millie estava com dor de cabeça. Era um latejar constante em sua cabeça, devido a beber continuamente nos últimos dias e agora estava de ressaca severa.

Millie respirou fundo quando entrou na sala principal do chefe. Ela rapidamente examinou a sala, observando os detalhes familiares; afinal, seria a última vez que ela o veria. Ela olhou para o tapete vermelho, sabendo que hoje seria o sangue dela que iria cair ali. Como prática comum, a sala estava cheia de Assassinos. Millie de repente se sentiu muito pequena.

"M", disse The Boss no momento em que ela apareceu diante dele, "você é exatamente a pessoa que eu estava prestes a chamar."

Uma pontada atravessou Millie seu coração disparou. Por que The Boss estava prestes a chamá-la? Ele já sabia?

Millie olhou para o rosto dele, tentando pegar qualquer dica. Mas ele manteve a expressão dura e séria de sempre. Seus olhos escuros pareciam perfurar os de Millie.

"A que devo esta visita? Você não veio procurar outro emprego, não é?"

Millie balançou a cabeça antes de virar a cabeça lentamente para olhar para o chefe.

Ele estava vestido com as vestes usuais e joias pesadas, em sua mão havia uma taça de vinho da qual ele tomava goles ocasionais, seus olhos nunca deixando Millie. De repente, Millie estava ciente de todos os olhos na sala que a perfuravam, ela estava ciente de todos os outros Assassinos que estavam prestes a julgá-la assim que ouvissem o que ela disse.

Por um segundo, Millie se perguntou se isso era um erro. Ela não queria ser torturada, não queria que todos os outros Assassinos assistissem à sua queda. Ela já se sentiu poderosa entre eles. Mesmo que ela não se sentisse mais assim, Millie ainda queria sair com aquela memória. Aquela lembrança de como era a vida antes dela tomar consciência, antes de aprender a sentir.

Então uma imagem de Sadie passou por sua mente e tudo o que ela estava pensando desapareceu.

"Chefe", começou Millie, "estou aqui para me entregar."

Millie ouviu os suspiros ao redor da sala. Ela esperava por isso, mas ela não olhou para cima. Ela manteve os olhos grudados no chão, com medo do que poderia ver diante dela, com medo do que veria no rosto do chefe.

"A Doutora que você me mandou matar, eu não a matei."

Houve o som de vidro caindo no chão, o que fez com que Millie olhasse para cima de repente. O Patrão deixou cair o copo nas mãos, o vinho se espalhou por todos os lados, mas ele não se importou. A única coisa em que ele estava focado era Millie. Ele havia se levantado abruptamente e agora estava olhando para ela, os olhos brilhando.

"O que você acabou de dizer?"

Foi então que Millie começou a tremer visivelmente. Seus joelhos batiam um no outro e de repente ela sentiu frio. Ela sabia que parecia tão patética quanto se sentia.

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