06. Mesmo Assim.

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[NOTAS] oiê rs quem é vivo sempre aparece (tô morta por dentro mas aparentemente meu corpo ainda funciona :0).

A bichinha aqui quase morreu no ano mais difícil da faculdade e agora to no último KKKK os dias de glória vieram aos gays. Bem, vou deixar pra conversar com vocês nas notas finais, por enquanto só desejo uma boa leitura e peço desculpas infinitas pela demora!

[RECAPITULAÇÃO DO ÚLTIMO CAPÍTULO PQ SOU UMA CACHORRA E DEMOREI DEMAIS]: Jimin foi pra praia com o namorado na festa do Namjoon pra qual o JK o convidou. Rolou a treta toda com o Kyuhyun e o EVIL. Kyuhyun foi embora e o Jimin ficou. Jizinho chorou na frente do JK. Acabou o capítulo. Agora descubram o que rolou depois IAJAIJSIAJIS

boa leitura, gente! tô meio insegura com o capítulo, mas espero que gostam :D

p.s: prestem atenção no nome do capítulo

#MorangoCanhoto

***

"É que sou feito de sonhos e num sopro me desfaço. Eu sei, já é tarde: sou tão seu quanto sou carne, ossos pútridos e um coração que bate."

Samanda, 2020.

Mar das Pérolas, 23h30.

Ele olhava diferente para mim.

A dúvida transfigurada no rosto pálido de uma terrível constatação foi o que me fez pensar, mais instintiva que deliberadamente, que alguns segredos eram mais traiçoeiros que outros. Era mais que a reprodução do óbvio, e menos que um juízo descabido de valor. Parecia flutuar num plano de abstração que não era tocável até que nossos olhos se cruzassem. Uma projeção particular vista a tempo, algo que não era verdadeiro até que se desse um lugar confortável para o depósito desenfreado de expectativas de algo tão estranho e tão familiar.

Os olhos verdes de Jungkook, às vezes, pareciam como recortes enfeitados de um diário adolescente. Eles assistiam às confissões mais indecorosas, ouviam os sussurros gritantes e gritos sussurrados por trechos secretos em caligrafia preguiçosa e canetas brilhantes. No ínterim em que suas pálpebras apagavam as írises claras, o eclipse delicado parecia o único momento em que meus segredos eram apenas meus.

Mas daquele ângulo, naquele instante, eu não ligava que me desvendasse; tudo que me importava eram seus cabelos escuros caindo no descanso do banco do motorista. Ele olhava pela janela, em silêncio, o mar escuro se perdendo no azul profundo do horizonte. Um dos braços descansava sobre as pernas enquanto o outro pendia para fora do carro, quase tão branco sob a luz perolada da lua que pensei, sorrindo comigo mesmo, que talvez ele tivesse saído diretamente dali, do Mar das Pérolas.

— Jungkook... — chamei, minha voz quase dançando com as notas discretas de Lay All Your Love On Me, do ABBA, que soava baixo dos alto-falantes do seu carro.

— Hm?

Ele não me olhou, continuava compenetrado em algum deus invisível à distância. Talvez venerasse o mar.

— Sabe a lenda da Dama de Pedra? — perguntei despretensiosamente.

Jungkook se virou devagar, cinematográfico como um pássaro cortando o céu.

— Já ouvi falar, mas não me lembro muito bem. Por quê? — Sua voz rouca, pouco usada na última hora, arrastou-se para fora dos lábios bonitos.

Eu, esparramado com uma liberdade questionável no banco do passageiro, apenas suspirei. Uma ressaca moral parecia à espreita.

— É minha lenda tradicional preferida de Samanda — revelei, esfregando as pontas dos dedos no tecido do assento quase involuntariamente. — Lembrei dela com essa música do ABBA. Você sabe um pouco sobre a história dela?

VERMELHO DO CAOS • jjk + pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora