Louco por Você

Capítulo 2

Bruna 🦋

Me joguei no sofá e fechei os olhos com força ao ouvir os gritos da minha mãe.

Barbara: Bruna, levanta essa bunda daí, garota e volta a me ajudar com esse moleque.

Depois que terminei os estudos, minha vida só se resumia a isso. Meu pai faleceu a alguns anos e minha mãe, depois disso, virou alcoólatra e uma drogada.

Ela não era assim antes dele, claro que tinha os momentos de festa, onde tinham bebidas e tudo mais, mas era somente naquele instante, não todos os dias como agora.

Quando ela estava sóbria, ainda restava um pouco da mãe carinhosa, zelosa e cuidadosa que sempre foi, mas quando estava fora si, se tornava sua pior versão.

Com isso, minha mãe perdeu um emprego na fábrica onde ela e meu pai trabalhavam juntos. Ela ainda faz uns bicos em algumas lojas e agora tento ajudar ao máximo trabalhando em um salão de beleza e a noite, trabalho no bar do seu José. Não ganho muito e simplesmente não consigo sustentar a casa sozinha e os vícios da minha mãe.

E por esse exato motivo, ela decidiu que era uma boa idéia eu me envolver com o dono do Lins. Nunca quis, nunca gostei desse homem e sempre achei terrível tudo que ele faz com as mulheres, principalmente com a Priscilla, fiel dele.

No primeiro dia em que estive com ele, lembro até hoje.

Flashback on

Terminei de guardar minhas roupas limpas no guarda-roupa e logo percebi a presença de alguém na porta do meu quarto. Não me virei, já sabia muito bem quem era.

Barbara: O baile vai começar daqui a algumas horas, você precisa se arrumar logo. - disse um pouco embriagada.

Fico me perguntando onde ela teria arrumando grana para sustentar os dias de bebidas dela, já que estávamos quase sem comida na geladeira e os armários estavam praticamente vazios.

Estou tendo que me virar em dobro para tomar conta dos dois empregos. O salão estava lotado hoje, já que era dia de baile e todas as mulheres estavam se arrumando para estarem bonitas. Hoje o bar do seu José não iria abrir, mas tinha um bico de barman que tinha arranjado.

Suspirei fundo e ainda sem olhar para minha mãe, respondi:

Bruna: Não posso, uma amiga minha não pôde ir ao trabalho e vou substituir.

Barbara: Deixa disso, Bruna, você precisa se divertir. Soube que sua amiguinha, a Manuela, não perdeu tempo e já está subindo para a quadra.

Com certeza, ela ficou olhando pela janela para ver se a Manuela e a Marina, irmã dela iriam sair de casa, já que as duas moram aqui em frente.

Manuela é minha melhor e única amiga. Estudamos juntas desde que me entendo por gente e somos inseparáveis. Ela sempre está comigo quando preciso e estarei lá por ela também.

Bruna: Mãe, já falei que não posso. - me virei para olha-la.

Sua aparência estava horrível. Suas olheras estavam fundas, o cabelo despenteado e vestia uma camisa velha do meu pai. Engoli o seco. Era triste ver minha mãe nesta situação e não poder fazer nada.

Já tentei levar ela a uma clínica e por uns tempos, deixou de beber. Fiquei tão feliz, sua aparência estava melhorando e falava até em arrumar um emprego. Mas foi só voltar para casa que tudo começou novamente.

Barbara: Vou com você. - neguei com a cabeça.

Bruna: A senhora está sem condições de ir. - ela balançou a cabeça negativamente.