Um Potter, não um Weasley.

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4 de março

— Precisamos encontrá-la!

— Nós iremos, — Kingsley suspirou. — Potter, eu prometo que iremos. Não vai demorar muito mais...

— Faz meses! Já deveríamos tê-la encontrado!

— Eu sei, — Kingsley suspirou novamente, tentando mascarar sua crescente irritação. — Por favor, acalme-se.

— Perdemos muito tempo! Se ela estivesse viva, já teríamos ouvido alguma coisa! — Harry continuou, implacável e furioso. Suas mãos voaram para o cabelo. — Por quê? Por que não ouvimos nada?! Se ela ainda estivesse viva, Voldemort já a teria usado! Ele a teria usado para tentar me atrair para fora!

— Tenho certeza que ela ainda está viva.

— Como?! — Harry gritou. — Como você pode ter certeza disso?!

— Porque ela é muito valiosa para matar, — Kingsley respondeu simplesmente. Seu tom era frio e distante, como se ele estivesse falando sobre um item obscuro ou uma varinha desaparecida e não uma pessoa. Não a melhor amiga de Harry.

— Você acha?

Kingsley assentiu uma vez. — Eles seriam tolos se a matassem, e eles sabem disso. Não se engane, eles provavelmente a torturaram de todas as maneiras possíveis, — Kingsley continuou, apesar da forma como Harry estremeceu. — Mas eu tenho toda a confiança de que ela está viva.

Houve um longo silêncio entre eles. Um silêncio tenso e tenso.

Harry sabia que era bobagem ficar chateado, sabia acima de tudo que Kingsley era confiável, que ele sabia o que estava fazendo, mas não podia evitar. Ele estava irritado e no limite. Embora sua vida nunca tivesse acontecido como ele esperava, ele sempre se sentiu no controle. Sempre teve uma crença inabalável de que tudo ficaria bem e que o bem prevaleceria no final.

Mas desde a captura de Hermione, ele se sentia perdido, desgastado. Como se a vida dele fosse uma bola apertada e unida e a captura dela tivesse puxado o fio nu e feito tudo se desfazer. Parecia muito com seu quinto ano em Hogwarts, quando ele estava sozinho, apavorado e atormentado por vozes mordazes que diziam que ele era inútil enquanto o mundo desmoronava ao seu redor.

Se ele não tivesse Ginny ou seus filhos, ele jurava que já teria perdido a sanidade.

— Precisamos encontra-lá, Kingsley. Ela não pode mais ser uma prisioneira para eles, ela simplesmente não pode.

— Estamos fazendo tudo o que podemos para recuperá-la...

— NÃO ESTAMOS FAZENDO O SUFICIENTE! — Harry começou a andar pelo escritório de Kingsley. Ele chutou uma cadeira próxima e a jogou contra a parede. — Eu deveria estar lá fora agora!

— Posso garantir que estou fazendo tudo o que posso. Granger é imprescindível para nossa vitória, perdemos inúmeros soldados desde a captura dela e não podemos nos dar ao luxo de perder um ativo tão letal...

Harry parou de andar e olhou para seu superior. — Não faça isso!

Uma ruga profunda apareceu entre as sobrancelhas de Shacklebolt. — Fazer o que?

— Não fale dela como se ela fosse apenas um soldado! Ela é uma pessoa! Ela é minha melhor amiga! Precisamos recuperá-la! — Ele levou essa nova onda de raiva para um armário e deixou um amassado do tamanho de uma bota no carvalho.

— Potter, eu não vou te dizer de novo, acalme-se. Nós enviamos batedores esta manhã para tentar reunir reféns que possamos interrogar...

Um brilho apareceu nos olhos de Harry. — Quando eles foram embora? Onde eles estão?! Eu vou ajudar...

Secrets And Masks | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora