Chapter 3

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- Você está com febre. – O professor mediu sua temperatura e passou o curto espaço de tempo que tinha, garantindo que sua namorada secreta melhorasse.

Era por volta das seis da tarde quando Amélia teve uma súbita melhora e pode se juntar aos outros para a refeição da noite. Ela aproveitou que estava melhor e decidiu tomar um ar fresco enquanto caminhava ao lado de sua amiga no jardim, ambas conversavam sobre coisas banais, sobre relacionamentos, faculdade, e metas para o futuro.

- Ele foi te ver? – Carla perguntou.

- Foi sim, e o tempo que teve, ele cuidou de mim. – Para Carla, aquele era um bom sinal.

- E como está se sentindo agora?

- Melhor. – A morena encarou o bosque logo a sua frente. – Vou ficar bem.

- Vai sim. – Enquanto Carla se virou para encarar alguns colegas que faziam baderna do outro lado da pousada, Amélia viu algo.

- Ei!!! – Gritou ela. – Você está bem? Precisa de ajuda?

- Está falando com quem? – Carla não viu ninguém.

- A menina na floresta. – Amélia apontou para a garota que ela viu. – Quer ajuda, moça? – A estudante gritou enquanto caminhava rumo ao bosque.

- Não tem ninguém lá, Amélia. – Carla segurou seu braço afim de impedir que agarota cometesse uma insanidade.

Quando a garota tornou a olhar para o bosque, a mulher que ela havia visto havia sumido. E como era possível que Carla não tivesse visto nada? Amélia tinha certeza do que vira, e estava se sentindo mal porque sua amiga disse que havia sido delírio de sua imaginação fértil.

Naquela mesma noite, enquanto todos dormiam, e nos corredores sombrios daquela pousada estranha, com uma dona mais estranha ainda, que não parecia em nada ser avó do Rodrigo, sussurros podiam ser ouvidos. Amélia assustou-se de seu sono leve e ficou ouvindo os sussurros que ela não conseguia entender. Curiosa desde sempre, Amélia levantou-se e abriu a porta de seu quarto, Carla dormia mesmo com o barulho constrangedor que a porta fez. Amélia olhou o corredor e ele estava vazio. Ela ficara ali uns poucos minutos até trancar a porta de seu quarto e seguir para a sua cama novamente, até que a cortina voou com o sopro do vento e mais uma vez ela viu a mesma garota que parecia olha-la também.

- Amélia... – a voz de sono de Carla soou. – O que está fazendo? Fecha a janela, está frio.

- Está bem. – Quando Amélia voltou sua atenção para o bosque, ninguém estava lá.

Tudo estava estranho. Quem era aquela garota estranha do bosque, e porque ela estava aparecendo justamente para Amélia? Eram as perguntas que a universitária andava a fazer.

Quando amanheceu, Amélia foi a primeira a se levantar, ainda faltava algumas horas para todos se reunirem a fim de conhecerem o lugar, as lendas, culturas e tradições.

- Porque já está de pé? – Amélia pulou de susto.

- Que susto senhora. – A mulher em frente a Amélia estava com uma aparência bem desgastada pela idade.

- Não respondeu a minha pergunta. – A velha conseguia ser mais ranzinza do que parecia.

- Não consegui dormir direito.

- Ham, sei. – Retornando para o local de onde veio, a velha começou a caminhar.

- A senhora sabe me dizer se tem alguma família morando pelas bandas do bosque? – Dona Serafina virou-se curiosa.

- Não tem nenhuma família por essas redondezas. Por que a pergunta?

- Mas será que ninguém não mora na fazenda abandonada?

- Não! Ninguém vive lá. – Serafina estava furiosa com tantas perguntas. – O que você viu?

- Tinha uma garota no bosque ontem a noite. E pela madrugada, vi ela de novo.

- Não se preocupe, deve ser a filha dos Ferraz que fugiu de novo. – A resposta da senhora não convenceu Amélia.

Todos se reuniram para o desjejum, e logo após o café da manhã partiram para a cidade. A primeira parada seria o museu de história, já que o Vale do Café era uma cidade turística, nada como um museu de história para contar um pouco de como a cidade fora fundada. Tudo era muito contagiante para aqueles amantes de histórias, todos estavam muito animados com tudo o que viam ali.

- E este vestido? – Fábio perguntou.

Prisioneira MalditaOnde histórias criam vida. Descubra agora