Cris
Da vila até o deserto, foram dois dias de viagem. E como Lance e eu não estávamos mais nos escondendo igual foi até chegarmos na vila, o percurso pareceu mais rápido e com toda a certeza, mais confortável.
Leiftan ficou me treinando tanto que agora eu até consigo criar a minha própria barreira de proteção, assim como a Erika. Se bem que a dela era totalmente invisível e a minha parecia uma película de agua. Influência do meu lado dragônico, imagino eu.
Quando chegamos no deserto, paramos para nos trocarmos antes de dar continuidade. E céus! Como era quente!... Nas primeiras horas até que encarei bem, mas logo me cansei daquele monte areia escaldante. Nem o calor do nordeste era tão ruim daquele jeito! E olha que o ar de lá costuma fazer o meu nariz sangrar de tão seco, a diferença maior é que, no Ceará, mesmo com o nariz ficando machucado por dentro, eu conseguia me acostumar com o calor. Mas nesse deserto de Eldarya?? Ele parece querer fazer meu cérebro fritar!
Eu até que tentei usar a minha barreira para aliviar o calor como desculpa de estar praticando, mas levei bronca por ficar gastando energia que me seria cobrada por aquele oceano de areia. Não preciso nem dizer que aquele calor estava me causando um mau humor tão grande quanto a carroça que levamos para Yah-navad'y.
Depois de uns três dias vendo areia e mais areia, chegamos em um pedaço de paraíso tão belo, que na hora pensei que fosse uma miragem. Uma enorme cachoeira de agua cristalina que formava uma lagoa, cercadas de vegetação fresca, e o que parecia serem feixes de areia dourada que me aparentava estar lá para proteger aquele salva-vidas do deserto. Descansamos naquele lugar por um dia inteiro.
Aquela agua fresca era um verdadeiro bálsamo contra todo aquele calor e areia. Todo mundo acabou tomando banho na lagoa e na cachoeira. Nem Absol ficou de fora! Eu meio que estava ressuscitando ali.
Durante a refeição, Nevra nos contou como que as coisas funcionavam em Yaqut, seguindo uma pirâmide econômica... Igual à Terra. E pelo o quê eu entendi, Lance estava mesmo certo ao dizer que Nevra podia ser um tanto mimado. Se Nevra realmente tiver pertencido a uma família mais abastada.
Quando chegou a hora de retomarmos viagem (eu queria ficar mais... _choramingando_), com nossos suprimentos de agua renovados e nossos corpos um pouco mais dispostos a retornar ao mar de areia, Erika e eu já havíamos vestido nossos trajes anti-vampíricos por segurança extra. E láááááá se foooooram mais três dias de duuuunas e mais duuuunas de areia...
Estava prestes a perder a paciência de vez quando começamos a avistar uma espécie de rochedo. Era Yaqut. Durante a nossa aproximação daquela formação rochosa, Nevra nos dava cada vez mais explicações de como as coisas funcionavam lá dentro, especialmente com o quê nós mais devíamos tomar cuidado (Erika e eu principalmente). Ele voltou a dizer que havia enviado uma carta à mãe dele para avisar sobre a nossa inevitável visita, mas ainda não estou segura se seremos ao menos respeitados lá dentro, pois, na minha mais sincera opinião, desejar que sejamos considerados bem-vindos por eles será um pouco demais.
Chegando finalmente (com Absol escondido dentro de minha sombra), tive a impressão de que seriamos atacados, pela forma com que o responsável de lá de cima estava nos tratando, mas logo baixaram o que viria a ser um elevador para que pudéssemos entrar.
Lá dentro, com tudo estando bem mais escuro se comparado à luminescência fornecida pela areia quente, havia um grupo de pessoas em trajes do estilo árabe nos esperando. Uma mulher que fazia parte do grupo não hesitou em aproximar-se.
– Nevra! Meu querido... Como é bom poder revê-lo depois de tanto tempo! Mas, o que houve com seu olho? E como você está crescido e bonito! Dê-me um abraço. – terminava de declarar a mulher já o abraçando. Um abraço não correspondido (acho que isso vai ser ruim...) – Karenn? É você mesma? – agora ela se voltava para a vampira – Mas como você está crescida! Nem parece aquela menininha. – e foi logo a abraçando também, mas diferente do Nevra, a Karenn devolveu o abraço.
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Eldarya - Uma Aventura Inesperada
FantasíaTodo fã de fantasia já teve ter sonhado ao menos uma vez viajar para um mundo mágico. Viver aventuras, descobrir poderes e realizar atos que fariam grande diferença naquele mundo... Mas, e quando isso acontece? Que tipos de sorrisos e lágrimas seria...
