| Capítulo XXXIX|

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Witsel Rocha.

Desliguei o interruptor, coloquei o travesseiro no sofá e me deitei de costas. Sai do trabalho com muita fome, mas depois do que Mahatma me disse, e com esse absurdo que ela me pede. Todo o requisito de fome que eu estava sentindo se esvaiu.

Desperto dos meus pensamentos ao sentir passos lentos se aproximando do sofá. Como é que ela quer que eu aceite essa separação, se a cada traço seu, vejo as mudanças positivas que aconteceram desde que nós conhecemos. Desde o dia que pedi que ela parasse de cortar seu cabelo, ela simplesmente parou de o cortar, seus cabelos são longos , chegando até sua cintura, são tão lisos que voam no mínimo sobrar do vento.

Ela se agachou do lado só sofá. Eu encarava a cada mínimo detalhe se seu corpo, da sua mudança de expressão, até das órbitas negras que me encaravam timidamente.

— Não quero mais discutir Mahatma.

— Eu sei...— disse com a voz baixa— Desculpa, fui egoísta e só pensei em meus sentimentos. Pensei bastante, e decidi que não iria fugir desse compromisso, sou submissa ao amor que sinto por si. Desculpa pelas coisas horríveis que te disse, iremos superar esse desafio juntos.

A encarei sério, sem esboçar qualquer emoção. Sentei-me de frente para ela, ainda assim ela contínuo sentada em cima das suas coxas no carpete. Coloquei minhas mãos nas minhas coxas e inclinei minhas costas, para que os nossos rostos estivessem na mesma dimensão. Seus olhos estão vermelhos, seu nariz e sua orelha também, o que denúncia choro.

— Você não pode mais mudar de ideia. Nós iremos ficar juntos até ao fim. Essa é a minha condição Mahatma, eu nunca irei te dar tempo, ou terminar não interessa quanto tempo você fique distante de mim. Eu sei que uma vida eterna é pouca com você, mas vou tentar me contentar com isso. Certo?

Seus olhos começaram a lacrimejar, enquanto abanava a cabeça compulsivamente. Ela se abraçou a minha cintura, enterrando sua cabeça em meu colo. E nós ficamos naquela posição por um bom tempo.

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Uns diziam que o nosso amor nunca iria dar certo, devido aos pressupostos que nos tornam "parentes" mas o mais importante de tudo, é que as pessoas mas próximas nós apoiavam.

Faram os dois anos mais solitários da minha vida, porque desde que a minha vida e a de Mahatma se cruzaram, eu nunca mais subi o que era ficar mais de um mês longe dela, direta ou indiretamente, estávamos sempre juntos.

Fiquei mal, mas isso era necessário para o nosso futuro profissional. Porque é o que fazemos hoje que determinará como seremos amanhã. Nosso desejo é dar aos nossos filhos, uma educação igual ou melhor aqui os nossos pais nos deram. Para que eles cresçam num ambiente de amor e paz.

Eu tenho a certeza que o Mahatma não quer, é que os nossos filhos tenham os mesmos traumas que ela teve, por isso faremos de tudo para que a história não se repita.

Nesses dois anos, Mahatma se especializou em neurocirurgia.

— Tenho muitas surpresas para ti!— disse na comemoração da sua graduação.

— Sério?— seus olhos brilharam, depois ela olhou para o lado pensativa— Agora me sinto mal, por não ter preparado nenhum presente para ti.

Mahatma mudou bastante nesses últimos dois antes, a criança chorona que habitava em sua alma havia finalmente se curado. Ela se tornará uma mulher madura, que transmitia bastante confiança. E o que eu mais gostava nisso tudo, é quando ela entrava em modo profissional, ver minha mulher concentrada é a coisa mais excitante da minha vida.

Festejamos sua graduação na casa de seus pais, mas eu não aceitei que ela dormisse lá, o que me fez entrar em briga com Íris e Lucas.

— Ela é minha irmã, tenho meus diretos!— Íris só tem quatro anos, mas é igualzinha a mãe, e só fala em direito, como se entendesse o que fala.

O Que Me TorneiOnde histórias criam vida. Descubra agora