🌌•XIII•🌌

1.9K 241 69
                                    

Acordo ouvindo os batimentos cardíacos de alguém embaixo de mim.

Levantei a cabeça e vi Azriel em pleno sono, com seus olhos fechados e respirando com calma.

Tentei me mexer, mas então vi que suas asas fizeram um casulo em mim. Se ele acordasse e nos visse assim...

Então me lembrei do que falei ontem "Não quero ficar sozinha. Por favor, Encantador de sombras..."

Que patética Stella, parabéns!

O que se passa na minha cabeça, para ter essa ideia completamente idiota?

Como vou conquistar meu parceiro assim?

Olhei para ele novamente respirando fundo, meu dedo indicador foi quase instintivamente ao seu rosto. Comecei a contornar todos os seus traços, até ver o quanto aquilo parecia estranho.

Então para me acobertar, apertei seu nariz para ele não ter nenhuma saída de ar, e assim acordar.

Genial, eu sei.

Ele começou a me apertar mais em suas asas, como se estivesse me protegendo mesmo dormindo.

Ele poderia estar sem nenhum meio de respiração, e ainda estava me protegendo?

Ai ai se esse macho me pedir qualquer coisa eu vou fazer.

Depois de dois segundos, Azriel acorda assustado com a boca aberta, e eu imediatamente retiro a mão de seu nariz.

Ele me olha como se perguntasse o porquê de eu estar aqui, esperei um pouquinho até ele lembrar do infeliz acontecimento de ontem.

Assim que ele lembra, sua expressão é uma verdadeira montanha-russa, seu rosto fica em dúvida, depois confusão e indignação.

– Você tampou minha saída de ar?

– Talvez, só talvez mesmo. – ele não parece acreditar então eu continuo – Só um pouquinho assim... – usei o indicador e o dedão para expressar o quão pouquinho foi o tempo em que usei esse incrível método para acordar pessoas.

Ele tem um mini sorriso e um olhar estranho direcionado a mim.

– O que foi agora, Encantador de Sombras? – perguntai bufando e revirando os olhos.

Ele me olhou de forma predatória mas sumiu tão rápido quanto apareceu. O que foi isso?

– É... seu irmão faz a mesma coisa... essa coisa com o dedo para dar ênfase quando termina uma frase.

– Tem que ser mais específico Az, qual irmão? – falei em um tom brincalhão, quem diria que eu um dia poderia sequer chamar alguém de irmão.

– Nyx faz isso, teve uma época que ele fazia tanto que Pólux começou a imitá-lo. Quase arranquei os dedos dele. – terminou bufando, mas assim que percebeu o que falou ele se apressou em acrescentar. – Do Nyx é claro.

Ri do seu jeito confuso de se explicar.

– Bom, acho que ele puxou isso de mim então... – um estranho calor no meu coração me fez soltar um sorriso pequeno, ele puxou algo de mim.

É tão surreal.

– Eles podem ter puxado mais coisa de você, talvez se você se permitisse ter contato com eles, seria bom. Fugir não resolve nada.

Apesar de seu jeito carinhoso de explicar, tratei aquilo como um insulto. Não estava fugindo!

Só um pouquinho.

Quase fiz aquilo com o dedo mentalmente, pela Mãe! Isso está virando doença, preciso parar com essa mania.

– Não estou fugindo! – coloquei o melhor olhar indignado no meu rosto, eu sabia da verdade, ele não. E pronto.

Corte de Sombras e DescobertasOnde histórias criam vida. Descubra agora