Capítulo 1: O sonho

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Thalita acordou com o coração acelerado e o corpo suado. Ela acabara de ter o mesmo sonho de sempre, aquele que a acompanhava desde a infância. Ela sonhava com um homem que a amava com toda a intensidade, que a fazia sentir coisas que ela nunca sentira na vida real. Ele era o seu amor, o seu par perfeito, a sua alma gêmea. Mas ela nunca via o seu rosto, apenas sentia a sua energia.

Ela se levantou da cama e foi até o banheiro. Ela se olhou no espelho e viu os seus olhos verdes brilhando, os seus cabelos castanhos cacheados caindo sobre os seus ombros, os seus lábios rosados entreabertos. Ela era bonita, mas se sentia vazia. Ela tinha 30 anos e já havia se casado duas vezes, mas nenhum dos seus relacionamentos havia dado certo. Ela tinha um filho de 10 anos, o Pedro, que era a sua razão de viver. Mas ela ainda esperava pelo seu verdadeiro amor, aquele que ela só conhecia nos sonhos.

Ela se arrumou e foi para o trabalho. Ela era professora de artes em uma escola pública. Ela adorava ensinar e estimular a criatividade dos seus alunos. Ela também gostava de pintar nas horas vagas, e tinha um pequeno ateliê em casa. Ela expressava nos seus quadros as suas emoções, os seus desejos, os seus sonhos.

Ela chegou na escola e foi recebida pelos seus colegas e pelos seus alunos com carinho e respeito. Ela era querida por todos, pois era simpática, gentil e divertida. Ela entrou na sala de aula e começou a dar a sua matéria. Ela falava sobre as cores, as formas, as texturas, as técnicas. Ela mostrava exemplos de obras famosas e incentivava os alunos a fazerem as suas próprias criações.

Ela estava explicando sobre o impressionismo quando sentiu um arrepio na nuca. Ela olhou para trás e viu um homem parado na porta da sala. Ele era alto, forte, moreno, de cabelos pretos e olhos azuis. Ele usava um terno cinza e uma gravata vermelha. Ele sorriu para ela e acenou com a mão.

Ela sentiu uma onda de calor percorrer o seu corpo. Ela reconheceu aquela energia, aquela sensação. Era ele, o homem dos seus sonhos. Mas como era possível? Como ele podia estar ali? Como ele podia ser real?

Ela ficou paralisada, sem saber o que fazer ou dizer. Os alunos perceberam a sua reação e começaram a cochichar entre si.

• Quem é aquele gato? - perguntou uma menina.

• Será que é o novo diretor? - perguntou outra.

• Será que ele veio falar com a professora Thalita? - perguntou um menino.

O homem se aproximou da mesa da professora e se apresentou.

• Olá, eu sou o Luiz. Eu sou o novo coordenador pedagógico da escola. Eu vim conhecer os professores e os alunos.

Ele estendeu a mão para ela e disse:

• Você deve ser a professora Thalita. Eu ouvi falar muito bem de você.

Ela pegou a mão dele e sentiu uma corrente elétrica passar pelo seu braço. Ela olhou nos olhos dele e viu um brilho familiar.

• Oi, eu sou a Thalita - ela disse com dificuldade.

Ele apertou a mão dela com firmeza e disse:

• É um prazer te conhecer.

Ele soltou a mão dela e se virou para os alunos.

• Olá, pessoal. Eu sou o Luiz, o novo coordenador pedagógico da escola. Eu vim aqui para ver o trabalho de vocês e para conversar um pouco com vocês.

Ele caminhou pela sala e observou os desenhos e as pinturas dos alunos. Ele elogiou alguns, fez perguntas sobre outros, deu dicas e sugestões. Ele mostrou interesse e simpatia por todos.

Thalita ficou observando ele interagir com os alunos. Ela não conseguia tirar os olhos dele. Ela estava confusa, surpresa, emocionada. Ela não sabia o que pensar ou sentir. Ela só sabia que ele era o homem dos seus sonhos, e que ela queria saber mais sobre ele.

Ela se perguntou se ele também sentia o mesmo por ela, se ele também a reconhecia dos sonhos, se ele também a procurava na vida real.

Ela se perguntou se aquilo era uma coincidência, um destino, um milagre.

Ela se perguntou se aquilo era o começo de uma história de amor.


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