Capítulo 39

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DG ⛓️

Me sentei na cadeira em frente ao Tito e o Tubarão ficou em pé. O cara tava viajando depois daquilo que a mãe da Bruna falou.

Eu também fiquei meio puto. Porra, como que pode falar tantas mentiras assim sobre a filha? Ela criou a Bruna, sabe bem como ela é. Cara, quem precisa de inimigo quanto se tem uma mãe dessas?

Fiquei com tanta vontade de meter bala nela e se o Tubarão não tivesse impedido, eu tinha mesmo feito isso, com a Bruna me perdoando ou não.

Tito: O que eu tenho para falar é rápido. - falou e o encarei. - Já vinha desconfiado que o Guiné estava metido com outras coisas mais perigosas e que haviam informantes dentro e fora do meu morro, mas não sabia que era tão grande assim. - colocou uns papéis na mesa. - Isso são registros de transições que ele fez e recebeu. Ele estava comandando alguns roubos de bancos, carros e troca de peças também para revenda.

DG: Ué, o Paraguai também faz isso. - a porta abriu e foi só falar nele, que o puto apareceu. - Morre nunca. - ele riu.

Paraguai: Para sua informação, DG, eu não faço mais isso. - levantei uma sobrancelha. - Não com tanta frequência. - ri. - Consegui o que tu pediu, Tito. - entregou uma pasta ao Tito.

Tito: Ótimo! - ele pegou a pasta e colocou na mesa. - A questão, DG, que o esquema do Paraguai era mais por hobby, não era nada tão fora da lei e eu sabia. O bagulho do Guiné, era que ele revendia peças de carro pra cobrir umas paradas maiores.

Paraguai: Ele tava metido com uns esquemas de corridas de carro, fui lá esses dias e acontece muita coisa ilegal. Os carros são roubados, só quem faz parte são os traficantes e pior, por trás disso tem muita.. - olhou para o Tito. - violência contra mulher.

Tubarão: Como? - encarou o Paraguai.

Paraguai: Eles levam algumas meninas fragilizadas ou até mesmo garotas de programa e lá abusam delas. Guiné fazia parte disso. - Tubarão me olhou.

DG: Mais alguns pra conta dele. - sussurrei.

Tito: É por essa e outras que temos que acabar com ele. - pegou a pasta e abriu lendo o que tinha dentro. Ele fez uma careta e pegou seu rádio na mesma hora. - Menor, junta todos os meus aliados agora! - ele nos encarou. - Esse filho da puta tá fodido na minha mão!

Olhei sem entender e o Paraguai sorriu. Seja o que for, ssse Guiné tá morto.

•••••••••••••

Desci do carro e escutei alguns gritos vindo da casa do Tubarão. Encarei ele e saímos correndo para entrar na casa.

Tiramos a arma da cintura e abrimos a porta com tudo.

Priscilla: AAAAA. - gritou.

Tubarão: Fica perto delas, DG. - disse e saiu andando dela casa.

Priscilla e Bruna estavam encolhidas no sofá com o rosto coberto. Levantei uma sobrancelha olhando aquilo e olhei para a TV.

DG: Caralho, vai assustar outro assim lá na puta que pariu. - disse puto. - Alarme falso, Tubarão. - gritei.

Elas estavam assistindo um filme de terros. As duas tiraram o cobertor do rosto e riram. Tubarão voltou para a sala e jogou uma almofada nas meninas.

Tubarão: Não façam mais isso. - colocou a arma na cintura novamente e se sentou no sofá. - Puta merda.

Priscilla: Que fofo vocês preocupados. - revirei os olhos.

DG: Não tem nada de fofo nisso. - ela assentiu e sorriu de lado. - Para, pô. Fiquei preocupado achando que era outra coisa. - me sentei perto dela, que encostou a cabeça no meu ombro.

Priscilla: Eu sei, por isso é fofo. - beijou minha bochecha e se encolheu perto de mim.

A sensação de ter a Priscilla assim, era coisa de outro mundo. Muito foda o que ela causa em mim e isso estava longe de ser um sentimento passageiro. Nem sair de casa estava querendo mais porque ficaria longe dela. Coisa de louco.

Tubarão: Por que estavam assistindo esse filme se sentem medo? - perguntou olhando para a tv.

Bruna: Foi o único que encontramos, então decidimos ver. - respondeu. - Posso perguntar uma coisa a vocês? - nos encarou e a Priscilla olhou para ela.

Priscilla: Bru, deixa isso quieto.

Tubarão me olhou e me remexi no sofá.

Tubarão: Pode. - Bruna arrumou a postura e respirou fundo. - O que foi, Bruna?

Bruna: Eu.. queria saber se.. podemos ir ao... - prendi a respiração. - shopping? - soltei o ar.

Tubarão relaxou os ombros e eu também.

DG: Caralho. - passei a mão no cabelo. - Não façam mais isso.

Bruna: Por que essa reação de vocês? - perguntou curiosa.

Tubarão: Nada. - respondeu rápido. - E sobre a ia de vocês ao shopping, isso não vai acontecer. - as duas fizeram bico.

Priscilla: Mas porque? Vocês podem ir com a gente.

DG: Gatinha, somos procurados do RJ. Basta uma câmera bater na gente e tchau, nunca mais veremos vocês.

Priscilla: Ai, Diogo, não fala isso. - dei de ombros.

Tubarão: Mas ele tá certo. É exatamente isso que vai acontecer.

Bruna: E porque não podemos ir sozinhas?

Tubarão: Porque não. - Bruna suspirou. - O Guiné ainda tá solto, Bruna. Ele pode.. saber da sua localização e vocês longe de nós é mais fácil ele se aproximar.

Bruna: Tudo bem. - disse por fim.

Ela voltou a assistir o filme e a Priscilla, se encolheu mais (como se fosse possível) perto de mim. Tubarão ficou olhando para a tv, mas estava com uma cara de pensativo. Com certeza, a cabeça dele estava no que aconteceu mais cedo.

Fiquei alisando a barriga da Priscilla, até que senti uma coisa estranha. Algo bateu na minha mão.

Priscilla: Meu Deus. - falou e a olhei. - A Sara chutou. - me encarou.

Bruna: Sério?

DG: Chutou? - assentiu. Me inclinei para conversar com a barriga. - Da outro chute, Sarinha. - coloquei minha mão na barriga dela.

A Bruna fez a mesma coisa e ficamos esperando, até ela dar outro sinal. Nós sorrimos e beijei a testa da Priscilla.

Priscilla: Agora você está querendo se mostrar, não é, princesa? - falou sorrindo olhando para a barriga.

O Tiego ficou nos olhando e sorrindo. Eu não tinha sido um tio presente na gravidez da Elisa, apenas quando ela nasceu e só quando ela estava mais com o Tiego. Não tinha uma boa relação com a Pâmela.

Mas eu amava a minha pequena. Elisa era nossa fonte de alegria e depois que ela se foi, tudo mudou. A morte dela mexeu com todos e principalmente com o meu irmão.

Apesar da Sara não ser minha filha, eu me sentia na necessidade de dar todo suporte a Priscilla e a ela. As duas vieram para somar na minha vida e não quero perder elas de vista nunca.

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