Ice prince: Principe do gelo[ Fanfic Jikook]

capítulo 26

     Os seres humanos não se adaptam a rotinas por um longo tempo, por mais que as rotas sejam as mesmas, sempre haverá algo de diferente chamando a atenção, seja um passeio no parque ou uma história distinta que pode ser contada aos filhos, e isso são meros detalhes que se podem implementar no dia a dia. O ser humano pode traçar uma rota; casa, trabalho e casa,no entanto, sempre haverá algo em meio as direções; existe a possibilidade de cumprimentar um desconhecido a cada novo dia, uma programação feita no lazer daquela casa que se vive, tudo é rotineiro se nada sair do seu devido fluxo de constância. Viver preso em lúpulo temporal repetitivo pode ser exaustivo para uma mente pensante, poderia significar a ponta de uma instabilidade mental. Aquele ser imperativo necessita de coisas novas, desde um ambiente a ser explorado à uma história com um final misterioso; se torna necessário a existência de algo para se distrair e ocupar, isso é o pico da sobrevivência de algumas pessoas.

   Para Jimin, tendo uma mente que não se tornava silenciosa um minuto sequer, ficar naquele quarto sem a companhia de alguém ou alguma coisa para lhe distrair não deveria ter sido um período agonizante e enlouquecedor, afinal, era algo que estava acostumado. Mas algo havia mudado, a forma na qual nem mesmo sua parte lupina lhe respondia o deixou extremamente sensível de forma negativa, seus extintos estavam mais agressivos e seus sentidos cada vez mais aguçados, o que lhe deixava com os nervos à flor da pele. Admitia que aqueles dias naquele palácio haviam sido os piores de toda sua existência, eram como uma tortura silenciosa que jamais seria partilhada com alguém. Portanto, após a reunião com Hoseok e todo o conselho imperial, Jimin deixou aquelas terras em companhia da guarda de Venery até o porto e seguiu de volta para casa, se limitando apenas em uma agradecimento educado e respeitoso com o imperador e Min Yoongi, esse que pôde enxergar o quão perturbado o ômega parecia estar.

    Ao todo, foram uma semana distante de seu reino e longe de qualquer notícia de Jeon Jungkook,sete dias para que finalmente pudesse voltar com seus planos e garantir que as pessoas a invadirem suas terras em busca de vingança fossem punidas devidamente. E quando apeou de seu cavalo no jardim de seu castelo, tendo os olhares atentos dos guardas sobre si, Jimin suspirou profundamente tentando administrar aquela bagunça de sentimentos negativos em seu coração. Por alguns minutos, o ômega se imaginou chegando de uma longa viagem e sendo recepcionado por sua mãe em um abraço caloroso e afetuoso, pensou em como seria olhar para seu lado e perceber que Jungkook era aquele que lhe amaria sem conflitos e incertezas; a vida de Park Jimin eram tão vazia que às vezes parecia insignificante a seus olhos, algo no qual não faria diferença. Era triste, doloroso saber que concordava com muitas das palavras de seus súditos, esses que diziam que sua existência era algo desnecessário. 

    Abrindo as portas e atravessando o hall de entrada, o ômega rosnou alto ao encontrar sua mãe em companhia de Kim Seokjin, o ômega que lhe irritava e o desafiava de forma arrebatadora, mas que em momento algum lhe transmitia perigo, era o oposto. Com as mãos se fechando em punho, o olhar intenso e agressivo, Jimin se aproximou em passos audíveis e precisos, demonstrando estar em posição de ataque, mesmo que jamais fosse capaz de ferir aquelas pessoas. Jimin se machucava, sangrava a cada ápice de raiva, se quebraria por interior somente para garantir que jamais descontaria sua ira em alguém, e naquele momento, por mais que estivesse sentindo-se traído,não seria imprudente de ferir aquela que lhe deu a vida.

     Seokjin se colocou de pé com a aproximação de Jimin, mas recuou ao perceber o quão aquele ômega poderia se tornar assustador quando estava cego de raiva. E no momento em que o viu próximo a Min-ji, exalando um ar frio de todo o seu corpo que tremia em tensão agressiva, Jin suspirou e colocou-se frente a rainha tentando ignorar a insegurança que Jimin lhe transmitia. Seokjin sabia que jamais deveria se arriscar daquela forma, mesmo que estivesse - quase - convencido e tivesse dado um voto de confiança de que o ômega não se atreveria a lhe machucar ou a qualquer outra pessoa.