(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Afortunado.

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VOLTAR PARA O AMBIENTE SILENCIOSO do trailer quase me parecia um pecado

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VOLTAR PARA O AMBIENTE SILENCIOSO do trailer quase me parecia um pecado.

Foi exatamente como receber um fôlego de ar após ser engolido por ondas fortes em uma tormenta, mas, estranhamente, me sentia culpada por voltar a respirar. Pelo menos era assim como eu me sentia quando quase pude reconhecer toda aquela adrenalina de segundos atrás ainda percorrendo os meus nervos e os deixando sensivelmente mais dilatados agora. Como pequenas correntes elétricas que me faziam querer tremer os músculos.

Fazia muito tempo que nós não experimentávamos uma ameaça como a de Alfa.

Ainda assim, tentei me desligar do mundo caótico do lado de fora e me concentrar nas pessoas que dividiam aquela casa pequena junto comigo.

Entrei no primeiro espaço ainda com passos arrastados e exaustos. Daryl estava logo atrás de mim, praticamente segurando a minha cintura quando entramos, mas a soltando e se afastando quando parou para fechar a nossa porta e eu continuei os meus passos até a mesa de jantar no centro da cozinha.

Nosso trailer era perfeito para apenas dois adultos e uma criança. Teria que confessar que gostava do jeito familiar como toda a sua compleição se dividia. Com o primeiro espaço dividido entre uma cozinha logo em frente à porta e a sala de estar logo aos fundos, sem paredes ou divisórias que delegasse limites entre os dois espaços e apenas os sofás e cadeiras nos diziam aonde sentaríamos para o jantar e aonde sentaríamos para descansar.

Retirei de trás das minhas costas o arco que ainda se prendia ao meu corpo como um companheiro, assim como a aljava com o restante das flechas não usadas também; os deixando sobre a mesa da cozinha com um movimento rápido do meu braço e sem parar os meus passos em direção ao sofá mais aos fundos.

Me joguei sentada naquele sofá verde feito de veludo enquanto uma manta tribal em cores terrosas se jogava sobre o encosto do estofado como um detalhe preguiçoso.

Não demorou muito para que eu ouvisse os passos meio afiados de unhas batendo no assoalho de madeira e, logo em seguida, o grande cachorro com feições de um lobo castanho pulou no lugar bem ao meu lado, se tornando audacioso o suficiente para deitar pesadamente o seu corpo sobre o meu colo e praticamente cobrir o meu ventre como um cobertor.

Observei os passos lentos de Daryl desde a nossa porta da frente até próximo à mesa de jantar também. O caçador apoiou suas duas mãos sobre o encosto de uma das cadeiras, curvou o seu corpo levemente e o suficiente até apoiar o peso do corpo em uma única perna mais adiante e me pareceu bastante pensativo, mesmo estando longe o suficiente para quase não conseguir percebê-lo mordendo os lábios de forma sombria.

Eu sabia sobre o que ele estava pensando.

Apesar de nós sabermos que praticamente fomos obrigados a entregar a garota, isso não significava que não sentíamos muito. Além de ser completamente preocupante perceber que um novo tipo de inimigo estava à espreita do lado de fora daqueles muros. E, como não acontecia há anos, nós estávamos em alerta vermelho de novo.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora