Mordida Letal

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― Lucian!!! – chama ela, aproximando-se rapidamente e vendo duas perfurações no ombro do cherokee, pois ele havia sido mordido.

Harry também se aproxima do círculo e se assusta com o que vê. Lucian se debatia ao chão enquanto seu corpo contraia-se para trás, rosnados doloridos escapavam por entre os dentes, o movimento de seus pés já formavam sulcos no chão, o branco de seus olhos começava a assumir uma coloração rósea e suas mãos agarravam a terra com força, tentando conter o ardor que sentia percorrer suas veias já saltadas.

― Foi o vampiro, Leah – explica Quil. – Nós conseguimos pegá-lo, mas já era tarde!

Hana, que também ouvira o uivo de Seth, corre em direção ao grupo e se desespera ao ver as marcas da mordida no ombro do irmão.

― Como isso aconteceu? Estavam todos avisados sobre o vampiro, por que ele veio para cá?

― Fui eu, mas... Eu não... – gagueja Harry.

― O que você fez Harry!!! – grita ela, não conseguindo mais controlar sua histeria. – Lucian não é perfeito como nós, seu olfato e audição apurados não existem mais... Você o mandou para cá e o condenou à morte!

O espanto com aquelas acusações toma conta de Harry, enquanto olhares condenatórios e rosnados lhe eram lançados por todos os lados, fazendo-o se sentir verdadeiramente culpado e um peso crescer sobre seus ombros. Somente Leah não lhe dirigia palavra ou olhar nenhum, preferindo cuidar primeiro de Lucian.

― Hana, o que faremos? – pergunta em aflição.

― O veneno de um vampiro é letal contra lobisomens e vice-versa... Nunca presenciei uma situação como essa, não sei o que fazer. Talvez eu possa injetar o veneno lupino novamente, pode ser que ele funcione como um contraveneno, mas não sei se funcionará – despeja rapidamente, aflita com toda a situação. – É a única coisa em que consigo pensar no momento.

― Faça isso – rosna Lucian, em meio a sua dor.

O cherokee ergue a mão suja de terra para Leah, que a segura rapidamente. Harry tenta oferecer ajuda, mas os olhares acusatórios do bando quileute o fizeram recuar, enquanto Hana iniciava o processo de envenenamento, salientando seus caninos e mordendo o ombro do irmão, bem ao lado da primeira mordida.

― Mais! – pede Lucian, fazendo a irmã obedecê-lo prontamente.

Hana distribui uma série de mordidas pelo corpo do irmão: braços e pescoço primeiro, seguido das pernas e por último o tórax, para impedir o veneno do vampiro de chegar ao coração. A cherokee se afasta do irmão em prantos e levando a mão a boca para limpar o sangue que manchava seus dentes. Ninguém sabia se daria certo e tudo o que podiam fazer, era esperar para vê-lo se curar ou definhar até a morte.

Lucian percorre os olhos estalados pelo ambiente a procura de alguém e, quando finalmente encontra o garoto assustado e excluído, lhe estende a mão livre... Harry sente algo apertar-lhe o peito e se aproxima rapidamente, mas, antes que pudesse alcançá-lo, o cherokee cai na inconsciência, deixando o braço tombar ao lado do corpo.

― Não, pai! – grita Harry, sendo rapidamente segurado por Quil.

Leah deita a cabeça no peito de Lucian rapidamente e suspira aliviada por ouvir seu coração bater, mesmo que num ritmo mais brando.

― Ele está vivo ainda, talvez esteja funcionando. Vamos levá-lo para casa!

― Paul, Seth e Embry, vasculhem a área – ordena Sam. – Temos que saber se o vampiro estava acompanhado.

Os três lobos assentem com suas enormes cabeças e partem rapidamente, enquanto os demais retornavam a forma humana e carregavam o corpo inconsciente de Lucian. Harry tenta ajudá-los, porém, é logo repelido por comentários como "você já fez o suficiente por hoje, garoto". Ele pensa em segui-los, mas também desiste dessa ideia, ouvindo uma risada debochada logo em seguida:

Leah 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora