Era um sonho?

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Dia 1

— Vamos lá, S/n, lembre-se do que eu te disse. Se lembre de algo que te gere fortes emoções, pode ser raiva, tristeza, amor, alegria... Apenas tome a força desse sentimento.

Eu e Eleven estávamos aqui há algum tempo. Havíamos chego da casa do senhor Ballard, pensativos, o receio reinava em todos, menos em mim. Conseguia entender o medo deles, se eu lutasse contra minha irmã eu poderia morrer, se eu não lutasse, todos, incluindo a Max, morreriam. Isso era o que me motivava, era o que me tirava o medo, eu jamais deixaria algo acontecer com a ruiva, ela era... era minha melhor amiga, e eu daria minha vida se isso significasse salvá-la.

Assim que passamos pela porta da casa dos Byers, encontramos Jonathan e Dustin, este que disse não ter conseguido nenhuma pista com Suzie. A casa se tornou uma gritaria, Nancy gritando com seu ex sobre tudo que havíamos descoberto, assim como os garotos, e a cada coisa que Dustin descobria era um gritinho mais alto. Nessa confusão toda, as únicas quietas éramos eu e El, a garota me deu um olhar para segui-la, e paramos em seu quarto.

Ela começou me explicando algumas das coisas que aprendeu no laboratório, e agora estávamos na parte prática.

Eu comecei a pensar nos meus pais, sabendo que eles sempre haviam me gerado raiva, talvez fosse o suficiente. Cada situação se passava na minha mente, até que me veio algo ruim o bastante.

Eu estava deitada na minha cama, ouvindo uma boa música do "The Rolling Stones", balançava minha cabeça enquanto batucava meus dedos na mesa de madeira, com a outra mão desenhava desenhos rabiscados em uma folha de caderno. Talvez eu devesse estar estudando agora, mas tudo que conseguia pensar era como tudo havia mudado em tão pouco tempo.

Se faziam dois dias desde que minha irmã desapareceu e eu ainda tinha certeza que tinha apenas fugido para a casa de alguma amiga. Talvez estivesse fumando enquanto preocupa nossos pais. Desde que ela se foi, eles estavam mais agressivos, principalmente minha mãe, papai se matia o dissimulado de sempre, mas ainda sentia seu desprezo. Eles estavam sempre irritados e tristes pelos cantos.

Eu os odiava, mas mantinha minha boca calada pois conseguia me colocar em seu lugar. Enquanto não podia falar, pensava, e as vezes, desenhava. Essa era a situação agora, desenhando minha mãe, meu pai e minha irmã, abraçados. Eu não estava no desenho, eu não queria estar, era a mais pura representação de como a vida deles seria melhor se eu não estivesse por lá.

Minha música e depreciação são cortados por leves batidas na porta do meu quarto, sabia que era meu pai, mamãe a abriria direto. Permito a entrada pausando o som, vendo o rosto preocupado do homem.

— S/n, vamos procurar a Lily de novo, sua mãe está te chamando.

— Não tô no clima hoje, podem ir sozinhos? — Ele me olha com um certa raiva, e não diz nada, apenas sai. Eu sabia que ele falaria para mamãe, então preparei meu psicológico para ouvir tudo, ela passaria por aquela porta em 3, 2, ...

— Como assim não está no clima hoje?! — Exclama irritada. — Sua irmã está desaparecida e você não "está no clima" para procurá-la?!

Viro meu corpo na cadeira para olhá-la, respiro fundo antes de explicar, com a maior calma que consegui: — Eu só estou cansada, mamãe. Passamos a noite procurando ela, eu só... — Sou cortada por um tapa, um tapa que atinge diretamente meu rosto.

— Lane, você... — Meu pai tenta a repreender assim que nota meu rosto assustado, era o primeiro tapa que já recebi. Ela o corta antes que ele possa continuar.

— Você vai ir com a gente agora mesmo, está me ouvindo?! — Me puxa pelo braço, o apertando fortemente. — Garotinha mimada! Vamos, agora!

Boyfriends Lie - Max and YouWhere stories live. Discover now