Angel

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Há quem prefira amar de forma rasa, amar pelo meio, amar pela metade. Amam por que necessitam e precisam. Amam por que querem se manter de pé. Outros, amam por que é arte, por que é livre e por que é vida. Por que é conforto.

Desde muito, há discussões sobre o que seria o amor. 

Platão, acreditava que amar, era deixar de viver em torno de seu sentido, e viver em torno daquilo que se ama. Assim, também, que o amor era pobre, por carecer e precisar. Rico, por dar e oferecer. Seria alguém louco o suficiente para deixar os seus sentidos de lado, e vivê-los por outro alguém? O filósofo alemão Fredrich Nietzsche, foi concreto quando disse que há loucura em amar, mas uma loucura o suficiente para haver razão.

Para a ciência, três de várias atividades do nosso cérebro - hipocampo, o hipotálamo e o córtex cingulado anterior - são alguns dos motivos pelos quais sentimos conforto, confiança, e as famigeradas borboletas no estômago, quando estamos juntos, ou na presença de quem amamos. Sendo desativadas, córtex frontal e a amígdala. As duas citadas, são algumas das regiões de nosso cérebro capazes de nos trazer memórias e sentimentos ruins, sentimentos de tensão, e julgamentos.

Por mais que possamos nos sentir nervosos perto daquela pessoa que gostamos, a desativação dessas funções, nos ajudam a não ter pensamentos catastróficos e emoções negativas sobre aquele alguém.

JungKook sempre foi um alfa de poucas palavras, de poucos sentimentos. E isso parecia despertar interesse em ômegas de longo pensamento romântico. A quantidade de bilhetes e cartinhas que recebia diariamente, era a mesma quantidade do nível de desinteresse que possuía sobre tal assunto. Saía de perto de seu armário, e quando voltava cinco minutos depois, havia diversos papéis e adesivos decorados. Na maioria, chamando para encontros, número de celular, e nas raras vezes que resolvia ler alguns, até mesmo coisas do tipo "Na sexta estarei sozinho em casa. Dá uma passadinha lá, lindo".  Ainda por cima, com endereço anexado.

No dia que leu algo desse tipo, foi automático que rasgasse o bilhete junto com vários outros. Em sua cabeça, quem seria tão inconsequente a ponto de dar endereço à um desconhecido? Pior! Dizendo que estaria só? Pensava que o autor não devesse estar em um bom juízo.

Seus amigos diziam que era um desperdício. Afinal, quantos tinham a sorte de ter tantos ômegas em seus pés? Já chegaram a dizer que o motivo pelo qual tinha tanta seletividade em ômegas, seria por que, na verdade, gostava de alfas. Um absurdo! Não que tivesse preconceito, era do tipo que não ligava para isso. Pessoas gostavam de quem quisessem.

Entretanto, isso não significava que era um Alfa que não sabia usar de seu charme e juventude. Apesar de se mostrar extremamente tedioso para com os admiradores que tinha, não lhe impedia de se divertir quando achava que precisava. Não era sobre usar alguém para diversão, era sobre ser consentido e extremamente claro de que não seria nada além do planejado.

Não era alguém que se entregava fácil aos sentimentos frágeis.

Amor, para si, era um sentimento frágil. 

Frágil por que consumia toda sua sanidade e estado perfeito mental, para se permanecer forte e duradouro. Se alimentava de vitalidade, para se transformar em um oceano profundo e turbulento. Mexia com seu autocontrole, lhe levando à uma dependência e fome de outro ser. 

Amor era pros fracos, e ele se manteria firme até o fim de sua vida.

Seu pai sempre lhe ensinou que amar era estar com um pé dentro, e um fora da cova. Era estar em um um mar à deriva do desespero, próximo a ter seus pulmões inundados por água. Prestes à ter uma morte lenta, dolorosa quando os órgãos respiratórios se encherem, e por fim, explodirem. Lhe ensinara, porque foi graças ao amor que ele sentiu, se entregou e compartilhou, que foi despejado e lançado ao fogo ardente chamado solidão e rejeição. Sonhou com alguém que já tinha realizações. Lhe sobrando apenas um filhote, e uma alma trincada.

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⏰ Última atualização: Aug 11 ⏰

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