Londres, março de 1842.
━ Quero me unir em matrimônio a ti.
━ O quê?
━ Devo minha vida a você.
Christian Francis Ross, um homem que aprendeu desde cedo as dificuldades da vida. O reconhecimento que aguardou pela vida inteira, enfim chegou. Mas com t...
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Melissa
Eu nunca havia sentido tanto medo em toda a minha existência. Um guarda veio comunicar qual seria sentença para mim, não foi reconfortante saber que tudo está prestes a ruir.
Me questionaram sobre meu último desejo e eu respondi que era ver a minha família uma última vez, mas senti vontade de gritar que eu desejo viver, me verdadeiro último desejo.
Sigo assentada no canto sujo da cela com o ouvido dolorido e o pulso arroxeado, minhas pernas estão dobradas de modo que meus joelhos encostem no meu queixo.
Eu não consigo pensar em nada para que eu possa sair daqui, sinto que a minha cabeça está prestes a explodir de tantos pensamentos intensos e desnecessários.
Mas o único foco é que farei de tudo para proteger meu filho, mesmo que eu sinta que já falhei por completo.
Eu deveria ter pensado primeiro nele, mas fui egoísta e decidi sair pela noite em um ato imprudente.
—Mille inferna! —mil infernos em latim, sussurro roucamente.
Ouço passos para perto da cela, fico apreensiva de todos que gostaria de ver uma última vez, se realmente chegariam a tempo para que eu pudesse me despedir, e para que eu soubesse sua reação sobre o nosso filho.
Algo clareia em minha mente como uma lamparina acessa.
Eu não posso ser levada a forca, pois estou grávida!
Fico em pé para anunciar tal informação, como eu não pensei nisso antes!
Infelizmente quem vejo são dois guardas, mas ainda sim tento dizer sobre a minha condição.
—Cale-se! Sua família não fez questão de vir lhe ver, devem saber de sua índole medíocre!
—Mas... —insisto em dizer.
—Se não se calar, enfiarei minha mão no seu rosto imundo!
De meus olhos vertem lágrimas incessantes e dolorosas, mas ainda sim insisto em dizer.
—Tenho algo para... —minha fala é cortada novamente, mas dessa vez não é são por palavras, mas por um tapa forte.
—Amordace-a! —ele diz para o outro guarda que atende rapidamente amarrando um lenço avermelhado em frente à minha boca. —Irei ver como está o local de execuções, leve-a para a antecâmara e fique a postos para que ela não fuja.
Depois de anunciar tal aviso, ele se direciona pelas escadas acima, enquanto fico com o outro guarda.
—Estou somente cumprindo ordens, não concordo com estão fazendo a ti. —faço menção de falar, mas sou impedida pela mordaça.
Ele percebe minha condição e sorri desajeitado, logo remove a mordaça de modo que ela fique pendurada em meu pescoço.
—Eu sou filho do senhor que você caiu em cima das penas de ganso no barco de carga, recorda-se?
